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Artigo

  • Variações sobre a saúde

    O Estado de São Paulo (São Paulo), em 19/06/2004

    Dentre os valores de fundamental importância consagrados pela história da civilização sobressai o relativo à saúde, da qual o homem teve consciência imediata, tão frágil é ele no tocante aos males do corpo e da mente e ante as forças adversas da natureza. Travou-se desde logo uma rude e contínua batalha entre os valores vitais e os fatores negativos que determinam a morte, aqueles empenhados em preservar e salvaguardar a existência humana e estes, tendentes a extingui-la, pondo termo a um projeto existencial.

  • Administrar ainda a esperança

    O aumento, afinal, do nosso PIB nesses dois trimestres suados, tem o impacto do apontar, afinal, para a saída do nosso imobilismo nesta última década. E o espetáculo adiado de Lula, é exatamente este do número difícil e sofrido, mas que pode finalmente retirar-nos do túnel da inércia, e dar-nos o arrimo entre contra-vapores continuados de expansão. O passo à frente patina no pantanal da globalização e do vai e vem, afinal, de uma economia onde não existe ainda projeto, mas só conjuntura. O impacto de 53% da dívida externa sobre o PNB nos obriga a este ganho do dia-a-dia, miragem amanhã, não fosse a estiva de cada hora do tandem Palocci-Meirelles.

  • Lampião e o Iphan

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ) e Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 18/06/2004

    Não me comove a tese de que o São João é cafona e coisa de retirante nordestino. Certamente vem de um acúmulo de tradições, que vão das fogueiras, dos angus, das canjicas, milho e batatas-doces assadas, do ritmo das zabumbas, das matracas, do elo fortuito do compadresco de fogo até as simulações de vestes caipiras. As ladainhas e quadrilhas são um quadro à parte.

  • Canudos se não rendeu. Teve que ser destruída

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ), em 16/06/2004

    Em comentário que fiz comemorando o centenário de Os sertões, em 1998, concluí com uma citação de Euclides da Cunha: ''Canudos não se rendeu . Teve que ser destruída''. E arrematei com a pergunta: como evitar na atualidade que nossa miopia ideológica nos conduza à repetição de crimes como os que testemunhou esse autor de rara coragem intelectual? Sem lugar a dúvida, ele continua a ser muito lido. Mais que isso: recentes sondagens de opinião indicam que ele é ainda o autor mais influente em todo o século no que concerne ao entendimento do processo de formação de nossa sociedade. A razão disso certamente não é seu gongorismo nem seu cientificismo positivista, superados pelos avanços das ciências sociais.

  • Que tal uma tolerância zero para nós?

    O Globo (Rio de Janeiro), em 29/05/2005

    Sei que não adianta, mas reitero minha rejeição ao rótulo de “formador de opinião” que a toda hora me pespegam. Não só o acho pretensioso, como não creio que seja verdade. O que acredito que faço com alguma freqüência é dar forma ao que muita gente já vinha pensando, ou veicular o que ela já trazia formadinho na cabeça e não tinha como manifestar. Não sou megalômano, para achar que, depois que dou um palpite - que, aliás, pode ser uma perfeita besteira, pois claro que digo besteiras como todo mundo, embora talvez não tão abundantemente quanto uns e outros, pelo menos em público -, vai aparecer um monte de gente querendo segui-lo. Só se for um palpite que já esteja dormindo ou armazenado na cabeça do pessoal e eu apenas o desperte, ou dê de cara com ele no fundo de uma gaveta que já desistimos de arrumar.

  • Retrato de um tempo

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 15/06/2004

    O romance de Fernando Sabino, "O encontro marcado", posto nas livrarias nos anos 50 do século passado, escrito em estilo ao mesmo tempo nervoso e firme, contou a história de uma geração. Nele, o autor pôs a nu o caminho percorrido pelos jovens que, de 1935 a 1950, haviam começado a ser gente, a constituir família, a escrever, discutir, fazer perguntas e a desperdiçar palavras, tempo e amor. Por ter sido um livro sofrido, um romance feito de angústia, foi que Fernando Sabino atingiu, nele, o clima de emoção que pertence normalmente à poesia.

  • Atrás de seus sonhos

    O Globo (Rio de Janeiro), em 29/05/2005

    NASCI NA CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ, no Rio de Janeiro. Como foi um parto bastante complicado, minha mãe me consagrou ao santo, pedindo que me ajudasse a viver. José passou a ser uma referência para a minha vida, e desde 1987, ano seguinte à minha peregrinação a Santiago de Compostela, dou uma festa em sua homenagem, no dia 19 de março. Convido amigos, pessoas trabalhadoras e honestas, e antes do jantar, rezamos por todos aqueles que procuram manter a dignidade no que fazem. Oramos também pelos que se encontram desempregados, sem nenhuma perspectiva para o futuro.

  • A originalidade de "O Coronel e o Lobisomem"

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), em 14/06/2004

    Este ano o jornalista, contista e romancista José Cândido de Carvalho estaria completando 90 anos. Seus amigos, dentre os quais me incluo, sentem falta do convívio alegre que mantinha com todos. Vale recordar a sua grande realização - o livro O Coronel e o Lobisomem - que teve a sua primeira edição em 1964.

  • Abusos do poder

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 28/05/2005

    Não espero muita coisa da CPI que acaba de ser aprovada para apurar o escândalo dos Correios. Primeiro, porque os escândalos deixaram de ser pontuais, criaram uma metástase no organismo nacional, não adianta extirpar um tumor aqui porque há outros ali, em diferentes órgãos, alguns detectados, outros crescendo na sombra.

  • O presidente trabalha, sim

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 13/06/2004

    Embora confesse ignorância vergonhosa sobre o jogo do bicho, uma das raras instituições sérias e respeitadas do Brasil, acho que é somente nele que vale o que está escrito. Constituição, leis, decretos, portarias e assim por diante, como sabemos, só quando interessam a quem está mandando e quem está mandando nunca somos nós. A conversa de quem manda somos nós, por sinal, faz parte até da dita Constituição, mas é enfeite, porque soa bonito e serve para mostrar às visitas ou aos diversos inspetores exóticos a quem prestamos obsequiosa conta. Faz-se um esforçozinho aqui e ali para nos provar que vale o que está escrito e até noticiários de tevê nos informam sobre nossos direitos, todos devidamente escritos. Por exemplo, já que seremos assaltados mais cedo ou mais tarde, nos dizem as autoridades de insegurança pública que não portemos documentos, mas cópias deles, as quais serão aceitas como legítimas por todos. É só tentar embarcar no Galeão com uma cópia da carteira de identidade para ver que isso pode estar escrito, mas é brincadeirinha outra vez, pois lá só se aceita o original. Mas, claro, nenhum de vocês precisa ser lem-brado desse tipo de coisa. Já estamos acostumados, somos disciplinados serviçais dos governantes e de quem mais se julgue em posição de nos impingir o que fazer ou não fazer, conforme a sua, dele ou dela, veneta.

  • A igreja adulta de Bento 16

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 27/05/2005

    A despedida na praça de São Pedro de João Paulo 2º numa unanimidade mundial só faz redobrar a atenção para o passo seguinte da igreja. A sideração desbordou toda volta à simples seqüência, de conservantismo ou mudança. Um aluvião de consenso criou uma expectativa única que redobra a escuta do mundo exposto à "civilização do medo" e das cruzadas para justificá-lo. É um próprio sinal dos tempos o acesso ao trono de Pedro de um teólogo e intelectual rigoroso, que tem o dever da autocrítica e se investe, agora, da mais radical humildade para a sua nova toma da palavra. Encontrar os ouvidos para o anúncio implica, ao mesmo tempo, fugir às retóricas do continuísmo como das repartidas fáceis.

  • O peru do Carnaval ou do Natal?

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 27/05/2005

    O ex-presidente Fernando Henrique é um homem educado, amável, cordato, esperto, malicioso, simpático e sedutor. Nunca se revela a um adversário, e não sei se algumas vezes a algum amigo. Não o vejo com ares de confissões e de ter confidentes nem dado a confessor. O que o teria levado a entrar em metáfora dos bichos sem chegar à fábula, gênero que tem sempre uma conclusão moral? Disse ele, num rasgo que não é do seu cotidiano, que o governo era um "peru bêbado no Carnaval". A reação foi desproporcional à boutade. Afinal, um peru bêbado no Carnaval está no espírito da coisa, para brincar e divertir-se. Depois veio a correção: "Não é no Carnaval, é no Natal".

  • O castigo do aliancismo a todo custo

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 27/05/2005

    A determinação do respaldo de Lula aos aliados contra a CPI no caso de Roberto Jefferson pode se ter transformado no meridiano invisível, de passagem para o longo prazo de sua presente estratégia de poder. Ou seja, a da absoluta prevalência da realpolitik sobre a volta à iniciativa programática, no a que veio ao Planalto o PT. É a pertinácia desta última crença, inclusive, que tem permitido a marcante disciplina, ainda, do partido. Seus próceres mais importantes querem a mudança de dentro, contra toda ruptura pelo purismo doutrinário. O PSOL, de Heloísa Helena, não fez verão, nem ampliou a fratura, acreditando num brusco amadurecimento do fator ideológico no alinhamento político do País. A própria idéia-mestra, original, da opção socialista parece esfumar-se, como remota estrela polar. Mais ainda, a própria articulação, a prazo médio, do querer político não marcha para um programa de onde se possam cobrar prioridades e, sobretudo, tempos definidos de expectativa. A candidatura Plínio Sampaio, por exemplo, para a próxima presidência do PT é exemplar na aposta pela superação da estrita realpolitik em novo mandato.

  • A caixa de Pandora

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 13/06/2004

    Na mesma manhã, três sinais vindos de continentes diversos: um correio eletrônico do jornalista Lauro Jardim, pedindo para confirmar alguns dados sobre uma nota a meu respeito, e mencionando a situação na Rocinha, no Rio de Janeiro; um telefonema da minha mulher, que acaba de desembarcar na França - viajara com um casal de amigos franceses para mostrar nosso país e os dois terminaram assustados, decepcionados - e finalmente, um jornalista que vem me entrevistar para uma televisão russa:

  • O palhaço Arrelia

    Diário do Comércio (São Paulo), em 27/05/2005

    No início dos anos 30 eu morava com meus pais na avenida 8, entre as ruas 1 e 2, em Rio Claro, cidade de ruas numeradas, como as americanas.