
Artigo
Einstein e eu
Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/06/2005Como todos sabem, após a morte de Einstein, em 1955, o patologista de plantão no hospital universitário de Princeton, Thomas S. Harvey, fez a autópsia do cadáver e, por conta própria, tirou o cérebro do gênio e levou-o para casa a fim de estudá-lo e descobrir onde se localizava a genialidade do falecido. Foi demitido.
Pimenta não é refresco
Jornal do Brasil (Rio de Janeiro -RJ) em, em 21/11/2003O debate sobre a maioridade penal faz parte da visão global da violência no país. Não se está discutindo uma alta indagação sobre a idade do domínio pleno da personalidade, da consciência do bem e do mal. A realidade dramática e cruel dos números revela que os jovens estão matando e sendo mortos. Cerca de 70% dos homicídios, nas duas pontas, acontecem nessa faixa etária.
Cônjuges e companheiros
O Estado de São Paulo (São Paulo), em 27/03/2004Dentre os artigos da Constituição de 1988 merece especial destaque o de nº 226, que dispõe sobre a criação e as funções das entidades familiares.
De jaquetão e bigode
Folha de São Paulo (São Paulo - SP) eJornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ) em, em 26/03/2004É do presidente Castello Branco a afirmação de que nas revoluções se sabe como entrar e nada de como sair. De formação legalista, embora da geração dos tenentes, nunca participara de nenhuma das famosas revoluções do seu tempo, 22, 24, 30. Em 1964 foi o candidato dos civis revolucionários contra os duros reunidos em torno de Costa e Silva, expressão do pensamento dos quartéis. Desde o início a preocupação de Castello era de como sair; a outra ala, de como entrar. Repetia-se o que ocorreu na República entre Deodoro e Floriano. Castello justificava a revolução de 64 com o argumento de melhorar as instituições políticas, deterioradas pelo governo João Goulart. Costa e Silva, diferentemente, com a tropa, desejava passar tudo a limpo, com a bandeira castrense anticomunista.
Uma desnecessária usura do poder
Como o Governo Lula responde ao “a que veio”, em tempos e seqüências tão distintas das expectativas do Brasil estabelecido? O primeiro ano de mandato transformou os aliados eleitorais do PT em sócios efetivos de um programa de poder: deu a partida nas reformas ditas de base como índice de modernização institucional do País; diferenciou o caminho da mudança à margem dos purismos ideológicos e dobrou a sua facção radical; inaugurou uma política externa de novas alianças, por fora dos denominadores tradicionais das periferias e de seu petitório clássico.
Rumo à Sorbonne tropical
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 17/06/2005O ano França-Brasil está permitindo, em encontro inédito, um novo horizonte de cooperação, em nível universitário, entre os dois países. A Sorbonne nouvelle vai ouvir o depoimento de 12 reitores brasileiros, a partir do desenho geral da nossa nova política pública de ensino superior, por iniciativa do Secretário Geral do Sesu, Nelson Maculan. Recolheremos a contrapartida francesa, no empenho desenvolvido pelo presidente da Paris III, Bernard Bosredon, voz, hoje, de importância tão estratégica na completa reavaliação e prospectiva desta colaboração internacional.
Naquele tempo
Folha de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 25/03/2004Não me darei ao respeito de ir ao cinema ver a Paixão de Cristo segundo Mel Gibson. Tampouco vi outras versões anteriores, nem mesmo a superprodução de Zeffirelli, que tem a fama de ser a mais respeitosa e edulcorada. Considero os Evangelhos como peças literárias, um "auto pastoril", como queria Renan. Não se traduzem em imagens e muito menos em ação.
Nem periferias, nem terceiros mundos
O Globo (RJ), em 21/11/2003O encontro recém-findo entre os presidentes Lula e M'becki, na África do Sul, abriu-nos marcas críticas para este novo protagonismo brasileiro, frente ao mundo global de Bush, ou de após a sua eventual derrota em 2004.
Olhos para ver e para chorar
Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/06/2005Estou adquirindo uma má vontade comigo mesmo de citar "aquele" pregador que eu li tanto a vida inteira. Foi meu pai que me recomendou: "Se você quer aprender a escrever, leia Vieira". Pois não é que ele diz que os homens têm olhos feitos para ver e para chorar? E explica: "Os cegos não vêem e choram". É o que acontece agora com nós, brasileiros. Estamos vendo, estamos cegos e, vendo não vendo, temos vontade de chorar.
Por uma história comum
Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ) em, em 24/03/2004O meu antepassado que vivia no Maranhão, na metade do século 18, não ignorava que podia servir a seu rei em Salvador, Marvão, Luanda, Macau ou Goa. Sabia-se parte de uma comunidade que ultrapassava o que tinha por horizonte. Já nós, nos dias de hoje, mostramo-nos distraídos para o fato de ter sido o Brasil parte de um império, o que fazia com que nossas fronteiras não ficassem em nosso continente nem parassem no nosso litoral: iam, ao norte, até os Açores e o rio Minho, e a leste, até Macau.
Função social do contrato
Site oficial do jurista e acadêmico Miguel Reale (www.miguelreale.com.br) em, em 20/11/2003Um dos pontos altos do novo Código Civil está em seu Art. 421, segundo o qual “a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”.
A crise política
Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 24/03/2004Estou incidindo no lugar comum, fato que não recomenda, não direi o jornalista, mas o acadêmico. Não há nada mais desabonador de um acadêmico do que usar e repetir lugares comuns, mas no jornalismo nem sempre é possível fugir deles, pois que estão ao alcance de qualquer comentarista e servem para denunciar momentos de faltas graves na condução dos negócios do Estado ou simplesmente negócios públicos, desses que tomam algum tempo dos responsáveis pela administração.
Um quadro de andorinhas
Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/06/2005Deixei o hospital com a mesma roupa com a qual fora atropelado. O terno estava razoavelmente limpo, pois, apesar da violência do choque, pouco se rasgara. A sujeira não era muita, apesar das manchas de sangue. Com o tempo, não mais pareciam sangue, mas café. Eu entornara um bule de café nas costas e nas calças -nada mais do que isso. Meu aspecto não devia ser agradável, nunca o fora, mas não chegava ainda a ser repugnante.