
Exemplo de persistência e opção pelos pobres
"É um dos mais profundos paradoxos da vida que um homem se torne tanto mais plenamente ele próprio do que quando ele pense menos em si".
"É um dos mais profundos paradoxos da vida que um homem se torne tanto mais plenamente ele próprio do que quando ele pense menos em si".
Vamos cada vez mais às urnas, sob dois comandos. Rege as nossas preferências a absoluta definição de pesquisas entregando-nos à fatalidade dos jogos já feitos por antecipação. Em princípio ganhará quem já está na frente, e é por estes índices que se organizam as chapas, formam-se as coalizões e desbanca-se toda a veleidade de candidatura do "bolso do colete", ou de maiorias silenciosas, correndo por fora dos boletins da preferência, semana por semana, demonstrada previamente pelo eleitorado. Torna-se um anacronismo patético, um não se acreditar nesses números entrados de vez no círculo vicioso dos próximos resultados eleitorais: vota-se engrossando o que, já por antecipação, fizeram dos ibopes a voz das parcas e o recorte inevitável do futuro.
No prefácio da Queda do Império, escrito em 1921, disse Rui Barbosa, com o peso de sua experiência e sua formidável erudição: "O mal grandíssimo e irremediável das instituições republicanas consiste em deixar exposto à ilimitada concorrência das ambições menos dignas, o primeiro lugar do Estado e, desta sorte, o condenar a ser ocupado em regra, pela mediocridade". Palavras sábias, contra as quais não há o que opor, pois são a expressão da realidade, sobretudo neste país.
As economias são distintas. As populações também. Uma é rica e poderosa. A outra está à procura do seu melhor caminho, sem deixar de ser emergente. É claro que, em tais circunstâncias, qualquer comparação peca pela base. Referimo-nos à educação comparada de nível médio dos Estados Unidos e do Brasil.
A vitória de um extremista da direita nas eleições francesas está assustando quem já devia estar assustado. Embora não seja um quadro definitivo, uma vez que no segundo turno Chirac deverá herdar os votos de Jospin, o fato é que estamos diante de um ressurgimento do conservadorismo, e, em alguns casos, do reacionarismo.
A reedição do primeiro romance de José Candido de Carvalho, feita agora, joga-nos de volta ao fim dos anos 30, quando a ficção brasileira dava inesperadas reviravoltas, no encerramento de uma das décadas mais novidadeiras da nossa literatura. Aquele "Olha para o céu Frederico!" vinha marcar uma verdadeira mudança de rumo.
Não me dei ao respeito de assistir a nenhum desses shows da realidade que entraram em moda na TV de alguns países, Brasil inclusive. Nada tenho contra eles, apenas as realidades que eles mostram não me interessam. Não me comovo com elas, nem me revolto pelo fato de um cara dormir de boca aberta ou fechada, de determinada mulher ser assim ou assado. A realidade deses programas é óbvia, e a interação que provocam, excitando o público a torcer por um ou por outro, é primária. Ou como se dizia antigamente, "de quem não tem nada que fazer".
Agrava-se, cada vez mais, a guerra entre israelenses e palestinos, sem que se visualize no horizonte das duas nações um acordo que tenha efetiva duração e permita que as duas partes em conflito possam viver e trabalhar em paz. Israel, é, evidentemente, mais forte do que os árabes palestinos. Com suas dimensões do nosso Estado de Sergipe, Israel é uma potência mundial, não só pelos judeus espalhados pelo mundo, prolongando a diáspora, como pela alta qualidade de sua educação e meios científicos.
Guerra, qualquer guerra, é acima de tudo uma estupidez. Mas ela faz parte da civilização e, mais do que isso, faz parte da dinâmica histórica.
No cinema, na literatura, nas artes plásticas e na música, criou-se a cultura dos prêmios, distribuídos anualmente ou, em casos especiais, para comemorar datas ou eventos, como o centenário de uma cidade ou instituição. Ditos prêmios são geralmente relativos a obras específicas, surgidas em determinado período.
Foi por volta de 1940 que li sobre opinião "inconsciente", expressão lançada pela psicologia renovada. Mas o que eu não poderia nem de leve prever é que aquela denominação, aparentemente extravagante, fosse cientificamente abonada e viesse ajustar-se ao quadro eleitoral brasileiro de um passado recente.
Não há nada mais cauteloso do que o capital. Certo dia, na villa da Cote d’Azu, perguntei à governante onde ela aplicava suas economias, pois, acrescentei, o pé de lã do passado, dos romances do século XIX, já não existe; estamos na era dos computadores e do mercado de capitais, e das grandes empresas cotadas em Bolsa.
Estou em Paris e sou um fenômeno. Pagaram minha passagem, deram-me ajuda de custos e aqui estou eu. Dirão vós: que há de tão fenomenal nisso? Afinal, alguns brasileiros, talvez em número bem maior do que estimamos, já estiveram ou estarão em Paris. Verdade, verdade, mas meu caso é raro, pois que sou o único que se queixa de viajar a uma cidade sem rival e, com perdão da má palavra, imperdível, ainda por cima sem gastar praticamente nada do parco dinheirinho que ganho escrevendo coisas sem as quais o mundo permaneceria tal e qual. Verdade, verdade, mas encaro minhas viagens como uma sina, porque detesto viajar e cada vez detesto mais. Conto-vos por quê, na esperança de encontrar alguma compreensão.
Cientistas de Cingapura criaram uma bateria que gera eletricidade a partir da urina. Folha Online, 17 de agosto de 2005.
Não se trata de uma declaração racial. Pelo contrário, sou resultado de abominável mistura de sangues oprimidos, vivesse eu na Alemanha nazista seria potencialmente um promissor candidato aos campos de concentração.