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Artigos

  • E o 15 que não é de Rachel?

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/03/2005

    Rachel de Queiroz marcou a literatura brasileira quando, com "O Quinze", entrou com todo vigor no grupo daqueles que Oswald de Andrade chamou de "os búfalos do Nordeste" -que invadiram a Semana de Arte Moderna com a temática da seca.

  • As espatódeas em flor

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 11/03/2005

    15 de março de 1985 foi uma sexta-feira. Hoje, essa sexta-feira cai em 11 de março. Naquele ano, nesta data, ninguém ainda sabia nem poderia prever o que iria acontecer nos dias seguintes, talvez os mais tensos e mais dramáticos da história do Brasil.

  • Vá tomar banho!

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/03/2005

    A característica mais forte da sociedade industrial foi a sua capacidade nunca prevista de provocar um êxodo das populações rurais para as cidades. A relação de outrora -de 80% das pessoas vivendo no campo e 20% nas cidades- inverteu-se vertiginosamente para, em média, 10% no campo e 90% nas cidades. O Brasil não ficou atrás e, hoje, é mais ou menos essa a proporção que apresenta.

  • Última samba em Chantilly

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/02/2005

    A Europa está em lua-de-mel. O presidente Bush, com ares de noiva, visita seus parceiros europeus pedindo desculpas pelo desencontro da Guerra do Iraque e oferecendo sua mão generosa em casamento para que, juntos, iniciem nova vida. Chirac já aceitou, Schröder também, Berlusconi nem se fala, é velha companheira de amores, Blair é indissolúvel concubinato.

  • Líbano, jacaré e zebu

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 18/02/2005

    A solução do assassinato e do terror está se impondo como caminho para resolver problemas políticos. É um atraso na história da humanidade. O homem primitivo não conhecia outra fórmula senão a violência: o uso do tacape. Hobbes, aquele que refletiu sobre a lei natural, diz que o Estado existe por causa do medo da morte violenta.

  • Um bom começo de Quaresma

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 11/02/2005

    O ano de 2005 entrou a pleno vapor. Saímos do Réveillon, atropelamos os Santos Reis e logo ouvimos os tambores dos terreiros de são Sebastião, que vinham misturados com os tamborins de um Carnaval bem curtinho, frenético e acelerado. Num relâmpago, já batemos nas Cinzas, com o véu da Quaresma, sem sair da folia que se prolonga até sábado na Barra, em Salvador, e, no Maranhão, com o lava-pratos, que é um domingo da Quaresma gordo em são José de Ribamar, santo padroeiro do Estado, onde os foliões vão pedir perdão pelos pecados pecando mais. Conheci um velho tio que recomendava aos filhos sobre as folias de Momo: "Tenha muito juízo e comporte-se mal".

  • Calorias, spray e carnaval

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/02/2005

    O Carnaval está esquentando. A alegria de sempre vai para todas as bandas no prazer do divertir e brincar. Encherão nossos olhos as fantasias exuberantes e belas vestidas por nossas enxutas carnavalescas. Mas o maior sucesso mesmo são as peladas, escondendo em paetês suas bondades, como chamava o nosso Pero Vaz de Caminha.

  • Responsabilidade fiscal e sex shop

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 28/01/2005

    Um avanço extraordinário para a moralização da administração pública foi a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Trouxe uma transformação institucional vigorosa para extinguir a irresponsabilidade de gestores públicos que não dão bola a qualquer controle.

  • Boa noite, presidente

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 21/01/2005

    A eleição de Tancredo, em 15 de janeiro de 85, revelou a mais competente e bem-sucedida engenharia política de nossa história. Nenhum retrocesso, sempre avanços.

  • Taj Mahal voador

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/01/2005

    José Sarney lembrou, em crônica da semana passada, a grita que a oposição da época fez contra JK por ocasião da compra de um avião Viscount para a Presidência da República. Sarney fazia parte do grupo chamado Bossa Nova, que era o mais radical na oposição ao governo. Lembro-me dessa campanha, que achava pueril. O avião não pertenceria a JK, e sim ao governo brasileiro -serviria a outros presidentes, inclusive àqueles que cassaram JK e o prenderam.

  • Chegou o A-319

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 14/01/2005

    Em 1956, Juscelino comprou um avião para transportá-lo nas suas andanças. Eu era da gloriosa UDN, que combatia ferozmente o governo. Milton Campos contava que foi abordado por uma senhora já idosa: "O senhor não é o Milton Campos?". "Sim, senhora". "Pois eu, dr. Milton, sou da UDN roxa. Da nossa UDN da calúnia". Milton sorriu e disse: "Persevere."

  • 2004 acabou ontem

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 07/01/2005

    O balanço da última semana de 2004 foi de arrepiar os cabelos e pedir proteção aos terreiros da Bahia. E as más notícias continuam. A tragédia tsumani ainda não acabou. Os dramas humanos desvendados fazem corações ganhar um instante de compulsão.

  • Ano novo, ano velho

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 31/12/2004

    É sempre o mistério do tempo. Ao ano velho todos ridicularizam. As atenções são concentradas no ano que vem, a adulá-lo com mensagens e gestos que pedem que seja bom e generoso. A justiça nos manda em primeiro lugar agradecer que o ano velho nos tenha preservado a graça da vida. Viver, diziam os latinos, depois a gente confere o resto. E a cada ano que passa, vivemos.

  • Rei-dos-homens é um menino

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 24/12/2004

    No Maranhão, a paisagem de minha mocidade era rica de tipos populares. Ainda podia-se desfrutar dos prazeres da província, em que todos se conheciam. Tínhamos o Bota-Pra-Moer, o Paletó e o Rei-dos-Homens.

  • O risco de ser capivara

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 17/12/2004

    Sentei-me no computador na ilusão de tratar das surpresas econômicas que estão sendo anunciadas neste fim de ano: o crescimento inesperado mas bem-vindo do PIB em 5%, os dois milhões de novos empregos e outras conquistas que o leitor está cheio de ouvir.