
No sétimo ano do milênio
Camões usa um trecho da Bíblia para escrever um dos mais belos sonetos de amor da língua portuguesa:
Camões usa um trecho da Bíblia para escrever um dos mais belos sonetos de amor da língua portuguesa:
Talvez julguem que a expressão “fim do PT” seja uma provocação. E talvez venha a redundar nisso, a depender do leitor, mas não é minha intenção. Na verdade, é o resultado de uma constatação tão “neutra” quanto é possível fazer constatações neutras, em matéria deste tipo. E é absolutamente honesta. Lembro, embora não literalmente, uma frase de Bernard Shaw a respeito do cristianismo. “A crucificação de Cristo foi o maior êxito político do Império Romano, porque o cristianismo acabou assim que Cristo expirou.”
Na fronteira da França, existe um castelo em ruínas. Resolvo visitá-lo, mas, ao me aproximar, um senhor me diz: “Não podes entrar”. Explico que venho de longe, tento lhe oferecer uma gorjeta – de repente, sem nem saber o porquê, entrar no castelo se tornou importante para mim. “Não podes entrar”, ele repetiu. Resta a mim uma alternativa: seguir adiante e esperar que ele me impeça fisicamente. Vou até a porta, ele me olha, mas nada faz. Em certos momentos, o mundo nos pede para lutar por coisas que não conhecemos, por razões que jamais vamos descobrir.
Um experiente político brasileiro, acostumado a fazer visitas às suas bases eleitorais, dá o seguinte conselho: “Ao entrar numa casa, observe o comportamento das crianças. Se alguma começar a lhe olhar torto, pode ter certeza de que escutou seus pais falando mal de você”. O olhar de uma criança é a melhor maneira de decifrar nossas vidas e o mundo em que vivemos. Mas nos sentimos obrigados a sempre fazer gracinhas para elas. Aquela alma ainda é pura. Não permitimos que Deus nos dê seus recados, porque nos julgamos mais sábio do que um olhar infantil.
Entre os dias 18 e 22 de junho passado, o maior dos escritores brasileiros - cujo humor de estilo britânico tem sido, aliás, sempre recordado - esteve em evidência em Londres. Com a impecável organização da embaixada do Brasil, a Semana Machado de Assis abriu a série de manifestações - especialmente da Academia Brasileira de Letras - a celebrar, até o final de 2008, o centenário de seu falecimento.
Os erros da TAM têm alcance apenas aqui, mas os erros da Airbus têm um alcance universal, podendo causar novas vítimas, motivo porque é preciso alertar os seus fabricantes franceses, e as nações associadas, sobre a eventualidade de desastres, que afetarão duramente o bom nome da empresa e a grande propaganda que os fabricantes fizeram dessa máquina de notável consistência.
RIO DE JANEIRO - Para quem já nasceu cansado, como o cronista, participar do movimento daqueles que se declaram cansados é, além de um esforço suplementar, um esforço inútil. Durante os oitos anos do governo de FHC, quase diariamente eu me declarava cansado -e não adiantou. Antes mesmo da posse de Lula, eu já estava exausto de saber que nada iria mudar, o que acaso mudasse, mudaria para pior.
Tivemo-lo. E, como era de se esperar, em Minas Gerais. Inclusive, por ser eminentemente mineiro e de lá pouco ter saído. Foi Murilo Rubião (1916-1991), grande contista de nossa literatura, hoje não muito presente nas notícias literárias do País. Nascido em Carmo de Minas, viveu a maior parte de seu tempo em Belo Horizonte. Desde seus primeiros textos viu-se que ele ia além da realidade. Surrealista? Sim, mas só até certo ponto. Simbolista? Sim, no caso de ser identificado, em cada passo de sua narrativa, uma segunda linguagem, simbólica, imanente em seus enredos.
RIO DE JANEIRO - Em "La Notte", um dos filmes emblemáticos de Michelangelo Antonioni, o escritor interpretado por Marcello Mastroianni, cobrado pela mulher (Jeanne Moreau), diz que não tem mais idéias, tem memórias. Ingmar Bergman, que morreu horas antes de Antonioni, admitia que toda a sua obra nascia de seu passado, notadamente de sua infância.
Mário largou tudo para abrir uma livraria, a “Excalibur”, em Buenos Aires. Certa noite, em sua livraria, blasfemou contra si mesmo. Estava afundando em dívidas, e os colaboradores ameaçavam pedir sua falência. Lembrou-se de um filme, “Windy city”, no qual um ator gordo tem tanta fé que supera seus obstáculos. “Não sou como ele”, pensou. Virou-se para apagar a luz, quando alguém entrou. “Está fechada”, disse para o cliente. Folheando alguns livros estava J. Mostal, o ator de “Windy city”, que visitava a Argentina. Mário compreendeu o sinal e superou os obstáculos.
Peço licença aos meus leitores para não ser acadêmico, como é o meu dever, vindo a escrever sobre a extraordinária carreira do São Paulo Futebol Clube . Aqui na Associação Comercial de São Paulo temos um dirigente do futebol campeão, o Dr. Márcio Aranha, a quem todos nós, funcionários da Casa, admiramos e respeitamos.
Em boa hora, de logo, a OAB do Rio de Janeiro, pela palavra candente do presidente Wadih Damous, impediu que se generalizasse a visão de uma advocacia ligada à ideologia clássica do moralismo udenóide brasileiro. Compreende-se a entrada em cena, pelo Cansei dos ricos super-ricos, confundindo a ordem pública com as benesses do status quo, que os favorece ainda mais. Mas a OAB de São Paulo não pode se atribuir o exercício privativo da cidadania, como se, naturalmente, o Brasil, visto dos seus luxuosos escritórios, fosse a paisagem da nação que acorda. De imediato, a reação dos sindicatos e dos movimentos sociais - passando ao "cansamos" - isolou de logo o mote de Paulo Zutollo, da sua Phillips, das suas verbas publicitárias, convocatórias eletrônicas, e consultorias milionárias para a movimentação da campanha.
O deus Shakra quis testar o bom Rei Sivi. Transformou a deusa Raky numa pomba, que voou até o quarto do rei. Depois, Shakra virou um falcão e foi caçar a pomba diante de Sivi. “Não faça isso!”, pediu o rei. “Por que não?”, disse o falcão: “Meu alimento é carne fresca. O senhor quer subverter a natureza?”. “Então aceite minha carne fresca”. Sacou um punhal e cortou parte de seu braço, oferecendo-a ao falcão. Neste momento, as aves voltaram a suas formas divinas. “Um homem bom sempre vai a extremos para provar suas qualidades”, disse Shakra.
RIO DE JANEIRO - Alunos de uma faculdade de comunicação, certamente mal informados, me procuraram com algumas perguntas sobre a profissão que pretendem exercer. Minhas respostas foram de pouca valia. Não cheguei ao jornalismo por vontade própria, e há mais de 50 anos procuro me livrar dela. Todos os dias fico pasmo quando sou obrigado a exercê-la.
Não há lacunas, na história da TVE do Rio de Janeiro. Os fatos se passaram como pudemos testemunhar, na presença de pessoas que a tudo assistiram, como é o caso da professora Maria Eugênia Stein.