
O abuso das medidas provisórias
É notório que o Executivo vem exercitando cada vez mais e com enorme freqüência a faculdade de baixar medidas provisórias
É notório que o Executivo vem exercitando cada vez mais e com enorme freqüência a faculdade de baixar medidas provisórias
Joshé passou anos sozinho meditando numa caverna. Os donos do terreno em que ficava o local, compadecidos com sua dedicação, enviaram-lhe um recado: iriam visitá-lo e aproveitariam para fazer algumas doações. Joshé arrumou toda a caverna, preparando-se para a visita. Quando terminou a limpeza, começou a se perguntar: “Não quero parecer melhor que sou”. Tornou a sujar tudo, jogando inclusive um pouco de terra no altar do deus Zyuk. Zyuk apareceu para Joshé e disse: “Assim você nunca vai melhorar. Há momentos em que precisamos de mudança”.
Os monges do deserto afirmavam que era necessário deixar as mãos dos anjos agirem. Para isso, faziam coisas absurdas, como falar com flores ou rir sem razão. Os alquimistas seguiam os “sinais de Deus”, pistas que muitas vezes não faziam sentido, mas que levavam a algum lugar. “O homem moderno quis eliminar as incertezas e dúvidas de sua vida. E terminou por deixar sua alma morrendo de fome. A alma se alimenta de mistérios”, diz o deão da Catedral de São Francisco. Não tenha medo de ser chamado de louco. Faça hoje algo que não combine com a lógica que aprendeu. Contrarie um pouco o comportamento sério que lhe ensinaram. Esta pequena atitude, por menor que seja, pode abrir as portas para uma grande aventura humana e espiritual.
Eu estudava na escola de teatro, quando o ex-campeão de pesos pesados Mohammed Ali resolveu lutar com George Foreman pela reconquista do título. O boxe era um esporte popular entre atores e diretores. No dia da luta, um dos professores da escola me chamou: “mohammed Ali vai ganhar”, disse. “Não creio”, respondi. “Afinal, George Foreman nunca perdeu uma luta“. “Justamente por isso”, replicou o professor: “Quem já foi à lona uma vez está mais preparado para vencer do que quem nunca perdeu”. E, mais tarde, Ali recuperou pela segunda vez seu título.
Há fundadas esperanças de que o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) traga benefícios a todos os níveis de ensino, a partir da Educação Infantil, que é uma exigência constitucional.
A sucessão de choques das últimas semanas acarretadas pelas manifestações de Bento XVI, retornado da peregrinação latino-americana, tornam inequívoco o padrão, já, do novo pontificado. Enfrenta a secularização pela força de um testemunho, que não se poupa em mostrar o perfil que quer para a Igreja. Impõe-se uma recuperação da mensagem, para pautar inclusive todo o novo teor profético que sinaliza o papa Ratzinger. E tal pode ir à própria guinada, frente ao pano de fundo do Vaticano II e à sua opção pela palavra no seio de nosso tempo.
Os atletas brasileiros de todas as categorias carecem de incentivos para o esporte.
É fácil falar sobre Gilberto Freyre. É difícil falar sobre Gilberto Freyre. Escritor acima de tudo, exímio dominador da palavra, dono de um estilo que flui com a maciez de uma poesia que finge ser prosa, ergueu Gilberto Freyre toda uma sociedade colonial que nos explica e nos ilumina.
Um homem estragou os sapatos. Anotou o número que calçava e saiu para comprar um novo par. Ao chegar à sapataria, viu que havia esquecido a medida de seu pé. Voltou, pegou o papel e retornou à loja, que já estava fechada. O homem reclamou com um amigo o que havia acontecido. E este comentou: “Por que você não experimentou alguns sapatos até descobrir que número calçava?”; “Porque não seria capaz de escolher um sapato que fosse o número de meus pés”, respondeu. “Pobre de quem não confia em si. Terminará sempre escolhendo o caminho mais difícil”, disse o amigo.
RIO DE JANEIRO - Como sempre acontece nas tragédias, é vasto o acervo de imagens divulgadas pelos jornais, revistas e TVs nos últimos dias. Cenas dramáticas de parentes dos passageiros esperando por notícias, bombeiros resgatando corpos carbonizados, a seqüência de fotos das vítimas, a maioria delas sorrindo, em momento bom da vida -fica difícil para um editor escolher uma delas como logomarca do acidente na semana passada.
Vou deixar de lado o acidente com o jato da TAM e falar da onda de calor no leste europeu. Aqui morreram pelo menos 199 pessoas no maior desastre aéreo ocorrido no Brasil. Na Hungria, o número de mortos já passa de quinhentos, pelo excessivo calor, devido ao desequilíbrio climático causado pelo homem. O verão europeu está sendo mais destruidor que o desastre aéreo que desarticulou todas as defesas do aeroporto de Congonhas, última versão de um aeroporto "muito bem cuidado" pela Infraero. A desorganização climática está desafiando cientistas e pesquisadores de diversas áreas, que não sabem a que atribuir as mudanças no clima em geral.
O aniversário de oitenta anos de Ariano Suassuna, quase concomitante aos registros dos 110 anos de fundação da Academia Brasileira de Letras, se transformou num evento de projeção nacional. Mais do que da Paraíba, onde nasceu, mais do que de Pernambuco, onde se desenrolou a sua profícua vida.
Lao Shi perguntou ao mestre Wang Tei: “O que faço para ficar mais próximo de Deus?”. Wang Tei pediu que ele o acompanhasse até o alto da montanha. Tirou uma vela do bolso e deu para que seu discípulo acendesse. Lao Shi tentou várias vezes, sem resultado. “Aqui venta, não vou conseguir”. “Mas a três quilometras daqui não está ventando”, disse o mestre. “De que adianta? Eu precisaria andar até lá, se quisesse acender a vela num lugar onde não venta”. Wang Tei concluiu seu ensinamento: “Para iluminar a chama de Deus em você, é preciso caminhar até Ele”.
Desde de muito jovem descobri que a viagem era, para mim, a melhor maneira de aprender. Continuo até hoje com esta alma de peregrino, e decidi relatar neste blog algumas das lições que aprendi, esperando que possam ser úteis a outros peregrinos como eu.
VOAR É UMA antiga e sedutora ambição do homem. Deus tinha dado asas aos anjos e as tinha negado a Adão. Na mitologia criamos deuses alados e até o nosso pequeno Eros, deus do amor, tinha uma flecha na mão, para dizer do seu poder de romper corações, mas, também, pequeninas asas, para mostrar que era fugidio e podia locomover-se como os pássaros e pousar em qualquer lugar.