Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > Artigos

Artigos

 
  • Em torno do FMI

    Diário do Comércio (São Paulo), em 03/03/2005

    Os periodistas da minha geração, bem como os políticos de épocas passadas, lembram-se que Juscelino, a simpatia em pessoa, fechou carranca, que não era de seu hábito, contra o FMI, e rompeu relações com essa instituição, criada por Lord Keynes, em 1944, para enfrentar, com o apoio financeiro dos Estados Unidos, a catástrofe da guerra, que terminaria logo depois. Evidentemente, as esquerdas da época aplaudiram o risonho Juscelino mas o Brasil, pouco tempo depois, reatava relações com o FMI, e viveram muito bem até há pouco.

  • Mário Palmério, o romancista rural

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 02/03/2005

    À semelhança de Graciliano Ramos, com o seu livro São Bernardo, Mário Palmério também estreou na vida literária nem muito cedo, nem muito tarde, nem muito moço, nem velho ainda, mas naquela idade ideal, 40 anos, com o fruto quarentão de uma aventura intelectual: o livro Vila dos Confins, que ''nasceu relatório, cresceu crônica e acabou romance''.

  • Fidelidade a quê?

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/03/2005

    Ninguém discute que a reforma política é uma necessidade urgente para colocar a vida nacional em trilhos mais eficientes e adequados à nossa realidade. Alguns de seus itens são e serão polêmicos por muito tempo. Dois deles me parecem dificultar um consenso: o financiamento das campanhas e a fidelidade partidária.

  • Adolescente no banditismo

    Diário do Comércio (São Paulo), em 02/03/2005

    Faz poucos dias, num dos restaurantes da Vila Madalena, três bandidos, dois jovens e uma jovem, mais moça do que os bandidos masculinos, praticaram o arrastão, passando para o seu poder dinheiro, jóias, celulares e outros bens das vítimas. Na saída, tiveram tanta falta de sorte que passava pelo local um carro da polícia. Atiraram, mas, amadores, não acertaram.

  • Presença de Ascendino

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 01/03/2005

    Pertencente ao grupo dos romancistas brasileiros que, no século XX, mais longe foram no exame dos costumes de uma sociedade que se erguia depois da guerra 1939-45, fixou Ascendino Leite para sempre toda uma época de transformação por que passamos a partir do momento em que soldados brasileiros voltaram da Europa e influíram no fim de uma ditadura que nos vinha desde o começo dos anos 30. Em seus romances de então - "A viúva branca", "O salto mortal", "A prisão" - estava um classe média que tomava consciência de que as respostas aos desafios de cada instante deviam ser diferentes.

  • Canção do exílio

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 01/03/2005

    Cidade exagerada, mas com um charme que nem os problemas que a afligem conseguem destruir, o Rio se dá ao luxo de ter dois aniversários, de comemorar seu nascimento duas vezes a cada ano. Em 20 de janeiro, por causa de são Sebastião, seu padroeiro, dia da batalha final entre portugueses contra os franceses e seus aliados tamoios pela posse da cidade.

  • Pálida revolução

    O Globo (Rio de Janeiro), em 28/02/2005

    Semana passada, Lula desceu de jeans do avião para abraçar Chávez na pompa de uma visita a Caracas. Pôs a nu o perigo do populismo que o venezuelano trouxe à reivindicação pela nova esquerda latino-americana no fechamento do Fórum de Porto Alegre.

  • Oficina de animação

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 28/02/2005

    Numa visita a Volta Redonda, fomos convidados para conhecer um projeto fascinante: A Oficina de Cinema de Animação, patrocinada pelo Ministério da Cultura (Minc) e realizada pelo FanCine, com outros parceiros. Um espetáculo que enche os olhos, com a garotada mobilizada pela realização dos seus trabalhos, em que se misturam a vocação inequívoca e a criatividade. A oficina envolveu dezenas de estudantes de escolas públicas e resultou num filme de animação de curta-metragem sobre os cinqüenta anos do município.

  • A Grilagem de terras

    Diário do Comércio (São Paulo), em 28/02/2005

    Grande parte do Estado de São Paulo passou de proprietários particulares, ou da condição de devoluta, para a condição de terras griladas por quadrilhas que posavam de boas pessoas, mas, na realidade ou em sigilo, arrebatavam as terras que podiam. Quando faleciam os herdeiros, tinham uma fortuna nas mãos e as desenvolviam, aumentando o patrimônio de origem fraudulenta, ou, na melhor linguagem, roubadas de proprietários legítimos, ou herdeiros ou simplesmente também grileiros.

  • A carniça e o povo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 28/02/2005

    Ninguém, ninguém mesmo, sabe como se passaram, entre outras coisas do governo anterior, as privatizações das teles, buraco negro, e bota negro nisso, de nossa recente história. Em determinado ponto, houve tal e tamanha confusão, que todos ficaram sabendo que havia corrupção, e corrupção difusa, contagiosa. Os intermediários e os altos funcionários que telefonavam para o presidente da República, dando conta das negociações, nem eles sabiam direito para quem e por quanto trabalhavam.

  • Os heróis estão chegando

    O Globo (Rio de Janeiro), em 27/02/2005

    O país, como sabemos por informações do governo, vai muito bem. Os bancos auferiram lucros sem precedentes, atingimos novo record de arrecadação de impostos e este ano talvez não seja necessário criar mais uns três ou quatro, bem como um par de taxas e contribuições provisórias (permanentes - coisas da nossa língua, em que “pois não” quer dizer “sim” e “pois sim” quer dizer “não” e, desta forma, o adjetivo “provisória”, qualificando palavras como “medida” e “contribuição”, quer dizer “permanente” e não sei por que estranhar, já que as iniciais são as mesmas e não alteram as siglas). Falam na taxa de respiração, a ser paga por quem utiliza o ar hoje espantosamente gratuito, mas parece que ela ainda será debatida por uma comissão do PT (Partido dos Trabalhadores, pois carecem de fundamento os rumores de que se tornou o Partido dos Tapeadores), o que significa que não deve sair antes de o presidente reeleger-se e dedicar o segundo mandato a armar um terceiro, para ter tempo de fazer alguma coisa, nos breves intervalos entre viagens, discursos e inaugurações de farmácias.

  • Os trios, de novo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/02/2005

    Em crônica recente, falei sobre a importância dos trios na música popular e no futebol, mas fiquei neles. Não me esparramei em considerações sobre os trios em geral, esquecendo os de caráter religioso: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; o Inferno, o Purgatório e o Paraíso; a fé, a esperança e a caridade.

  • Nossa inocência afro-latina

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 25/02/2005

    Falta-nos uma política caribenha a nos livrar do preconceito de uma fraqueza congênita desta região insular, esfarinhada, para muitos, entre diversas culturas. Não vencemos ainda uma interdição original em nos movermos na área pelo impasse de Cuba e uma contra-resposta de Miami, suas minorias ativíssimas e essa "Havana no exílio" já a começar a influir nas eleições da Flórida. E como abordaremos o repto haitiano, hoje primeira mira do Governo neste quadrante político? Qual o trunfo a extrair, desta específica e primeira identidade afro-latina, em que nos distinguimos da América espanhola?