Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > Artigos

Artigos

 
  • Chávez não deve ser levado a sério

    Condenada pela invasão, Colômbia acusa Chávez . Esse é o título de capa da edição de ontem do jornal O Estado de S. Paulo. Essa inquietação de Hugo Chávez não deve ser levada muito a sério, pois a OEA está ativa, já se reuniu em sessão de emergência para golpear o nó usado pelo presidente Hugo Chávez de ser o mandante da crise militar, que não fica muito longe da regra geral na América Latina, onde estávamos estranhando não ter, há muito tempo, a coceira revolucionária que contamina vários países.

  • Obama e a tragédia americana

    O vagalhão de surpresas pré-eleitorais americanas é de um ativo histórico inaudito da democracia.  O interesse de sair de casa para os “cáucus” renova a confiança ancestral nas instituições e na quebra, pelo voto, da inércia dos situacionismos políticos. É a primeira vez, em mais de século, que a ida às urnas será de mais de metade do eleitorado. E esses 10 ou 15% do novo afluxo não obedecerão às opções prévias e sabidas de um bipartidismo tradicional da vida política americana. O oportunismo de um Ralph Nader, por exemplo, a esta altura, é o de pescador em águas turvas da surpresa, como um candidato independente. E em vão diante destas condições absolutamente impensáveis, ainda a um trimestre da chegada de Obama à Presidência da República. Mal começa o país a experimentar a violência emocional desta “terça crucial”, capaz de chegar à tragédia que volta a rondar o inconsciente coletivo dos Estados Unidos.

  • A revisão da educação

    Em boa hora, autoridades do Ministério da Educação estão empenhadas em ouvir a sociedade a respeito do que se pretende, em termos de reforma educacional.  Está em  jogo o futuro da Lei nº 9.394/96.  Como em geral  acontece, dez anos foram suficientes para envelhecer os seus  postulados.  Exige-se uma dramática  revisão.

  • O Estado laico

    RIO DE JANEIRO - Como as bolsas das senhoras e o comprimento das saias, há palavras que entram e saem de moda nos discursos de autoridades e nos textos da mídia. A onda agora deu relevância à transparência, à ética, aos valores republicanos e ao Estado laico.

  • Ousadia e calma

    Certa vez, Zilu perguntou ao mestre Confúcio: “Quando poderei colocar em prática tudo aquilo que aprendi aqui?”. “Tenha calma, ainda estou lhe ensinando. Mas por que tanta pressa? Você precisa aprender a esperar a hora certa”. Em seguida, Gongchi fez a mesma pergunta para o mestre. Curiosamente, Confúcio respondeu: “Imediatamente”. “Mestre, eu acho que o senhor não age com justiça”, disse Zilu. “Gongchi sabe tanto quanto eu e o senhor o mandou agir”. “Um bom pai conhece seus filhos. Ele freia o ousado demais e empurra o de menos”.

  • O Estado brasileiro

    Se a própria modernidade é constituída de crises, nenhuma é maior do que a que advém do tamanho do estado brasileiro, que é o de um elefante branco que tem extrema dificuldade de caminhar, apesar de toda a propaganda oficial. E quando maior, mais burocracia, mais corrupção e menos qualidade de serviço à população. Já não basta o grande número de ministérios que servem aos partidos do governo em sua insaciabilidade, há desmedidamente uma confusão entre jurisdição de poderes que não se somam.

  • As nuvens se afastam

    O CONFLITO entre guerrilheiros das Farc e forças colombianas em território do Equador volta ao leito sensato da diplomacia, com rescaldos de retórica.

  • Depois da Obamomania

    Os resultados da “terça-feira crítica” foram mais longe ainda, na maré de mudança que anima a opinião pública americana para as eleições de novembro próximo. O confronto Obama-Hillary jogou para o fundo do cenário o outro resultado, batendo o martelo arqui-previsto de McCain como o candidato republicano. Os jogos feitos desse lado aceleram a vontade de derrubada do sistema implantado no Salão Oval. Mas, para valer e é isso que não deixou dúvidas no discurso de terça-feira última, Obama, diante da rival, remaquiada, para ir adiante. Não se está mais na fatuidade do mero querer mudar, que marcou a Obamomania original, a ficar na forra do imaginário americano.

  • Drogas, direção: desastre

    Estudante de medicina, eu fazia estágio num ambulatório da previdência social em São Leopoldo. Um dia, prestes a largar o plantão e com uma incômoda dor de cabeça, pedi a um médico que me desse um analgésico, o que ele fez. Era um produto para mim desconhecido, e, por timidez, deixei de perguntar o que era. Simplesmente, tomei o medicamento. Um erro, como logo descobriria.

  • Viroses da vida

    Há os maldosos que dizem que eu deveria sempre encerrar esta coluna com a frase 'desculpem qualquer coisa'. Assistir-lhes-á, talvez, razão, como essa mesóclise aí poderá corroborar. Mas começar com 'desculpem qualquer coisa' nunca me havia ocorrido até hoje, como está acontecendo agora. Bem verdade que posso gabar-me em mais uma vez ingressar na Galeria dos Heróis Desconhecidos do Jornalismo, informando que, no momento, me encontro acometido de crudelíssima virose e obrigado a violentar o corpo mole, a mente rateante e a vontade de cair na cama para não deixar de cumprir o dever profissional. Mas o leitor não tem nada com isso e, virose ou não virose, é seu direito encontrar no mesmo lugar a coluna que espera, nem que seja para amassá-la como todo domingo, ou novamente declarar no boteco que não vai perder tempo em ler porcaria. O dever do jornalista é multifacetado e até essas pequenas alegrias ele deve, quando pode, proporcionar sem ver a quem, em mundo tão eivado de tragédias e assombrações.

  • O embrião da bicicleta

    RIO DE JANEIRO - Na crônica anterior, não manifestei opinião pessoal sobre as pesquisas com células-tronco. Limitei-me a estranhar que, ao descobrirem que o Estado é laico, a maioria dos analistas condena a Igreja Católica, proibindo-a de ter opinião sobre o assunto. Desde 1891 que a igreja é separada do Estado, mas a separação não a impede de manifestar o que pensa e aconselha aos seus adeptos.

  • O futuro da política - parte III

    O federalismo é outra das re- levantes questões abertas da agenda político-institucional. O Brasil independente viveu 67 anos, a partir de 1822, como Estado unitário. O Ato Adicional de 1834, ao extinguir os Conselhos Gerais de Províncias e criar as Assembléias Legislativas Provinciais, instituiu o que o historiador Pedro Calmon designou de "semifederalismo". Nos 118 anos seguintes, experimentamos todas as modalidades de organização federativa. Desde o modelo de viés norte-americano adotado em 1891 com a primeira Constituição Republicana à volta do unitarismo do Império, restaurado durante o Estado Novo, até chegarmos ao chamado federalismo "compartilhado", ou "solidário", que começou a ser aplicado com a Carta de setembro de 1946. Só aí teve início a discriminação, ainda que imperfeita, de rendas em nosso sistema tributário, partilhando as receitas públicas entre a União, os Estados e os municípios, o que levou à criação de novos municípios.