
Orquestra e coro
[2]Primeira viagem oficial da presidente Dilma, a Sergipe, e o anúncio de um novo ministério que vai se somar aos 37 já existentes, que ela herdou da administração passada. O gigantismo do Executivo torna-se suspeito.
Primeira viagem oficial da presidente Dilma, a Sergipe, e o anúncio de um novo ministério que vai se somar aos 37 já existentes, que ela herdou da administração passada. O gigantismo do Executivo torna-se suspeito.
Foi um enorme sucesso o I Simpósio"Direitos Humanos na Educação que Transforma", realizado no Teatro Raul Cortez,em Duque de Caxias. Com mais de 500 professoras inscritas, o objetivo da secretária Roseli Ramos foi plenamente alcançado: a realização de um amplo debate para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Debruça-se, sôfrego, o País, sobre as diferenças entre os governos Dilma e Lula, ainda na lua de mel com o poder da presidente. Desponta o rigor com a premissa fundamental da distribuição de renda, expressa no valor do salário mínimo. Não se deu conta a oposição da contundência da aprovação da importância de R$ 545,00 pela Câmara, mas, sobretudo, da passagem de todas as futuras fixações desse salário à decisão do Executivo. Eliminou-se o último poder de barganha congressual no que seja, daqui para diante, o montante que o Planalto queira emprestar a esses valores, sem desgastes demagógicos com o tucana-to, ou pressões sindicais.
De onde teria saído essa lição que condena o uso de ‘da’ por ‘de a’ em construções que já comentamos aqui, como ‘É tempo da pessoa descansar’,em vez de ‘É tempo de a pessoa descansar’?
Ao longo de muitos anos no ofício, raríssimas vezes comentei os livros lançados no mercado editorial. Não faz muito, abri uma exceção para Moacyr Scliar, escrevi sobre seu último romance, "Eu vos abraço, milhões". Partindo de um verso de Schiller na "Ode à alegria", o mesmo poema que Beethoven aproveitou para compor sua "Nona Sinfonia", ele contou a história de uma geração atraída pelas conquistas sociais do comunismo romântico que se espalhou pelo mundo após a revolução soviética de 19l7. A mesma geração que mais tarde de desencantou e se arrependeu de ter queimado o "Dom Casmurro" -um "romance burguês para burgueses". Uma geração que não chegou a ser perdida, como o próprio Scliar nunca se perdeu em sua honesta e brilhante trajetória humana e intelectual.
Joaquim Nabuco vai instalar-se, feito em bronze, definitivamente na praça em frente à Academia Brasileira de Letras, ao lado de Manuel Bandeira. Pernambuco não poderia almejar mais. Seu grande poeta e seu grande escritor-político, imagens protegidas em bronze, ficam juntos, como espécie de guarda suprema da Casa de Machado de Assis.
A frase do título foi do meu conterrâneo Gonçalves Dias, quando, naquele tempo da navegação à vela, em que as notícias iam pelo vento, os jornais do Rio de Janeiro noticiaram a sua morte.
Diante da catástrofe bem temperada do Oriente Médio, Hillary Clinton declarou que a área enfrenta uma "tempestade perfeita". É a renúncia a toda predição de futuro, atingindo a ideia da esperada revolução, que se frustra nos desfechos da Praça Tahrir, no Cairo. Todo verdadeiro abate de regime precisa ser feito, sempre, por elites ou como, sem elas, prospera um movimento coletivo? O caso da Tunísia foi o da irradiação desse sentimento por classes médias, e pela população universitária mais desenvolvida da região. Não houve lideranças prévias mas captura imediata do levante pela cidadania urbana. Não foi o que se deu no Cairo, muito mais por um lance mimético e um efeito-dominó, que não integrou oposições, coesas e determinadas. Donde a hesitação, entre a luta, pelo restabelecimento democrático e o retrocesso à busca de um fundamentalismo identitário, e dos riscos do radicalismo, após um governo de firme implante do laicismo do Estado. Atente-se, ainda, à novidade do desempenho policial e militar, assegurando o dissenso nas ruas. As forças armadas evitaram toda provocação e permitiram à massa o confronto não-violento e terminaram com mais baixas que os opositores. Esta situação se manteve inflexível por mais, já, de uma quinzena, e o movimento só se alastrou, para além da Praça Tahrir, após um primeiro cansaço, frente às declarações de Mubarak no dia 11 de fevereiro. O afastamento, a seguir, do Presidente tornou crítica a responsabilidade do Exército, na continuação do trabalho do então Vice-Presidente Suleiman, que já trouxe à mesa de conversas a maioria das oposições, inseguras sobre as suas prioridades de mudança.
Homem sempre teve medo de mulher, mas eu acho que no meu tempo tinha mais. As relações entre os sexos eram bem mais complicadas e cheias de normas e preceitos nem sempre coerentes e isso, junto com o medo, contribuía para uma formidolosa coleção de mitos e histórias sobre o eterno feminino – pois, naquela época, não só se falava no sexo frágil, como no eterno feminino. A história que mais provocava calafrios e pesadelos era a da broxada. Um certo amigo, cujo nome a caridade mandava esquecer, conseguira, depois de meses de trabalho insano, seduzir uma certa senhora e levá-la a um encontro numa garçonnière, pois que na época não havia motéis, os hotéis exigiam certidão de casamento para casais e os bem de vida mantinham apartamentos para seus encontros galantes.
O último domingo, comentávamos nesta coluna que, além da preocupação com o certo e o errado no uso dalíngua portuguesa para a comunicação de nossas ideias, devemos, sempre que for possível, atender aos recursos de expressividade que podemos tirar do material linguístico que o idioma põe à nossa disposição. Assim, comentávamos que, do ponto de vista de correção idiomática, tanto podemos empregar 'Está na hora de a pessoa descansar', quanto 'Está na hora da pessoa descansar'. Mas as duas maneiras de construir as frases podem não ser indiferentes quanto aos efeitos de expressividade, isto é, efeitos estilísticos. A quem tem o sentimento de sua língua materna não passa despercebida a diferença entre 'Está na hora de a pessoa descansar' em que há intenção de pôr em relevo o sujeito da oração de infinitivo, e 'Está na hora da pessoa descansar', em que não ocorre motivação de ênfase.
Fernando Pamplona tinha razão ao pedir uma cota de negros, não para as universidades, mas para as escolas de samba do Rio de Janeiro. Nos últimos carnavais, mais da metade dos integrantes eram brancos, alguns deles bronzeados pelo sol deste verão acachapante, outros artificialmente, como a maioria dos destaques.
A discussão aconteceu no âmbito da Academia Brasileira de Letras, depois do recesso regulamentar. O tema era a memória. Um imortal lembrou que a murta, uma flor muito cheirosa, quando irradiava o seu perfume o levava a rememorar a sua infância, no interior fluminense. Dizia ele ter memória olfativa. Outro valorizou a memória auditiva. Músicas que, na sua adolescência, lembravam namoros depois rompidos. O seu gosto oscilava entre "Chão de Estrelas" e "New York, New York", prova do seu ecletismo.
Durante anos, trabalhei como editor de uma revista de atualidades amenas. Minha "finest hour" eram os números dedicados ao Carnaval.
O discurso do ministro Patriota tem sido exemplar no delineio dos rumos da política externa brasileira no Oriente Médio. E tal a partir do possível questionamento de uma mudança frente ao Irã e à liderança assumida pelo Brasil e a Turquia, desde 2009, contra o isolamento do governo dos aiatolás na nova globalização. A nossa presença no cenário mediterrâneo nasce da multiplicidade de perspectivas que se pode permitir o país no quadro dos BRICs, no peso crescente de sua voz fora dos nichos clássicos da América Latina, ou das antigas periferias ocidentais.
Links
[1] https://www.academia.org.br/academicos/carlos-heitor-cony
[2] https://www.academia.org.br/artigos/orquestra-e-coro
[3] https://www.academia.org.br/academicos/arnaldo-niskier
[4] https://www.academia.org.br/artigos/direito-educacao-de-qualidade
[5] https://www.academia.org.br/academicos/candido-mendes-de-almeida
[6] https://www.academia.org.br/artigos/severa-lua-de-mel-presidencial
[7] https://www.academia.org.br/academicos/evanildo-bechara
[8] https://www.academia.org.br/artigos/uma-licao-para-comentario
[9] https://www.academia.org.br/artigos/moacyr-scliar
[10] https://www.academia.org.br/artigos/falta-de-moacyr-scliar
[11] https://www.academia.org.br/academicos/marcos-vinicios-rodrigues-vilaca
[12] https://www.academia.org.br/artigos/nabuco-nas-ruas
[13] https://www.academia.org.br/academicos/jose-sarney
[14] https://www.academia.org.br/artigos/eu-nao-morri
[15] https://www.academia.org.br/artigos/depois-de-mubarak-o-fantasma-global
[16] https://www.academia.org.br/academicos/joao-ubaldo-ribeiro
[17] https://www.academia.org.br/artigos/enlouquecendo-mulheres
[18] https://www.academia.org.br/artigos/para-alem-da-norma-gramatical
[19] https://www.academia.org.br/artigos/negros-e-brancos
[20] https://www.academia.org.br/artigos/cheiro-de-livro
[21] https://www.academia.org.br/artigos/folioes-avulsos
[22] https://www.academia.org.br/artigos/nossa-politica-inovadora-no-oriente-medio
[23] https://www.academia.org.br/artigos/perigo-de-vida?page=716
[24] https://www.academia.org.br/artigos/perigo-de-vida?page=713
[25] https://www.academia.org.br/artigos/perigo-de-vida?page=714
[26] https://www.academia.org.br/artigos/perigo-de-vida?page=715
[27] https://www.academia.org.br/artigos/perigo-de-vida?page=718
[28] https://www.academia.org.br/artigos/perigo-de-vida?page=719
[29] https://www.academia.org.br/artigos/perigo-de-vida?page=720
[30] https://www.academia.org.br/artigos/perigo-de-vida?page=721