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Artigo

  • Enrolação que não cola mais

    Meu primeiro emprego foi em redação de jornal e, no dia-a-dia da imprensa, já fui desde repórter (esforçado, mas ruim) a chefe de redação (não tão esforçado, nem tão bom). Bom mesmo, ou pelo menos mediano, acho que só como copidesque, no legendário tempo dos copidesques e seus desafios himalaicos, tais como botar em meia lauda o essencial de uma conferência de duas horas – não tenho muita saudade. E editorialista, creio que razoável. Mas o pouco brilho de minha carreira não impediu que tenha vivido praticamente todo tipo de situação por que pode passar a imprensa em geral e um seu órgão em particular. Ou seja, assim ou assado, manjo jornal, o mundo jornalístico e seus valores, conheço suas boas qualidades e seus defeitos e acompanho a imprensa brasileira há mais de meio século.

  • Os irrelevantes

    Se novamente não me atraiçoa a cada vez mais rateante memória, creio que foi o senador Cristovam Buarque quem disse que o Congresso está correndo o risco de se tornar irrelevante. Que é que está nos dizendo, Excelência, mais alguma outra novidade para contar? Aos olhos dos governados, o Congresso já não tem a menor importância, a não ser pelo vasto, mas pequeno em relação à população em geral, contingente que se beneficia, direta ou indiretamente, das esculhambações, roubalheiras, falcatruas, impropriedades e até – sei lá – de uma surubinha ou outra nos feriados, com um dos surubantes portando a chave de um excelente cômodo, de outra forma sem nenhuma serventia. Na internet apareceram umas coisas, não sei se verdadeiras.

  • Os antigos já diziam

    Assevera antiga máxima que “um pai sustenta dez filhos, mas dez filhos não sustentam um pai”, sábio enunciado, cujo acerto vemos o tempo todo e que os velhinhos dos asilos confirmarão fartamente. Cobertos de razão estão os coroas que ouvem felizes tudo o que lhes dizem na churrascaria, no dia dos pais ou das mães, mas mantêm um ceticismo sadio e tratam de juntar os rendimentos que podem, que é para depois não serem provas vivas dessa máxima. Como hoje, ao que parece, amanheci mais recheado de provérbios do que Sancho Pança, acrescento que seguro morreu de velho e não de maus-tratos na Casa de Amparo aos Velhinhos Esperando-Ela.

  • Sedição na ilha (2)

    O Globo (RJ), em 18/01/2009

    Não sei por onde começar. As notícias da ilha chegam de roldão, os acontecimentos se atropelam, alianças e cisões pululam em todos os cantos e não há como negar que o clima é francamente revolucionário. Amanhã, se tudo correr bem, deverei chegar por lá no fim da tarde, para juntar-me aos conspiradores liderados por Zecamunista, que passou uns dias em Itabuna se capitalizando, com a sorte habitual, numa sucessão de rodadas de pôquer milionárias e agora está ainda melhor do que no tempo do ouro de Moscou. As reuniões, como não podia deixar de ser, são clandestinas, mas todo mundo sabe que se passam no restaurante Pandélis, do camarada Magno, que, depois do Dia da Dedada, levou uns tempos um pouco afetado da ideia e terminou por ingressar nas hostes bolcheviques. Com base no slogan "se eu tomo, todos tomam", ele vai exigir reciprocidade, quando chegar o próximo o Dia da Dedada. Os itaparicanos aceitam tomar a dedada, mas depois têm o direito de dedar os dedadores, dos quais o mais visado, que, se tivesse juízo, não pisava mais na ilha, é um grandalhão que ganhou a alcunha de Salame Atômico — não, infelizmente, em alusão a alguma iguaria, mas em brutal referência às dimensões de seu dedo funcional e a seu estilo de aplicação. "Quem tomou não esquece", me garantiu Magno. "Até hoje eu tenho cada pesadelo medonho e não suporto mais ver nem salsicha, quanto mais salame."

  • Despetalando a flor do Lácio

    O Globo (RJ), em 04/01/2009

    "Despetalando" está correto, tenho praticamente certeza. Não acredito que um filólogo desalmado tenha resolvido que aí vai hífen. Não, não vai, não é des-petalar. "Flor" e "Lácio" continuam, uma sem acento, outro com acento. Portanto, cem por cento de acerto em meu primeiro título na ortografia nova, brilhei mais uma vez. Isso, contudo, não me aplaca o nervosismo. Deve ser a idade, porque já encarei algumas reformas ortográficas nesta curta existência e me saí satisfatoriamente, mesmo no tempo em que a gente tinha que grafar "tôda" com circunflexo, para distinguir de "toda", que ninguém sabia o que era, embora, no ver de alguns, fosse uma ave amazônica pouco sociável, ou, segundo outros, uma exortação obscena de origem xavante. Acho que esse ponto nunca será esclarecido (de qualquer forma, cartas de esclarecimento para o editor, por caridade) e constituirá mais uma das graves interrogações sem cujas respostas minha geração deixará este mundo.

  • Somos todos ladrões?

    O Globo (RJ), em 21/12/2008

    Não, sério mesmo, somos todos ladrões? Gostamos muito de criticar “o brasileiro”, como se não fôssemos brasileiros também. Mas somos e, portanto, o certo não é perguntar se o brasileiro é ladrão, mas se podemos ser descritos como um povo constituído basicamente de larápios, aí compreendidos os corruptos de toda sorte, até mesmo os que recebem um “por fora” com a expressão honrada de que não estão fazendo nada de errado, estão fazendo o que há séculos vem sendo feito. Foi a primeira coisa, por exemplo, que o presidente Lula disse, quando começou a revelação de irregularidades no financiamento de sua campanha política – é assim que sempre se fez neste país.

  • Admirável ano novo

    O Globo (RJ), em 28/12/2008

    Era comum, talvez ainda seja, que o infeliz plantado numa redação na véspera de Natal, com uma página somente esperando uma matéria dele para rodar, não resista ao título que, em temível concerto telepático, também vem à cabeça dos outros na mesma situação, e taque lá “Admirável Mundo Novo”, tirado, como sabemos, do livro do mesmo título de Aldous Huxley. Aqui, fiz uma inovação, na esperança de que ela não ocorra também a mais de dez por cento dos aflitos. Boto “ano”, em vez de “mundo” porque é cada vez mais assim. O que era para acontecer somente daqui a décadas acontece amanhã e, descontada a crise, creio que certos setores, notadamente do mercado de eletrônicos às vezes pisam no pé das novidades, para que elas não terminem embotando a capacidade de absorção ou compra do consumidor.

  • Realidade, que realidade?

    A frase “os números não mentem” nunca deixou de ser verdadeira. Contudo, os números só existem na cabeça do homem, e o homem mente. Ou seja, é fato que os números não mentem, mas há grande fartura de gente que os emprega para mentir. E os números costumam intimidar quem os escuta, principalmente aqueles, que imagino maioria, em que a matemática ressuscita o terror experimentado nos bancos escolares. A precisão do número é mortal e dá sempre a impressão de que quem os utiliza, numa argumentação qualquer, tem razão. Isso cria situações curiosas, porque, em certos casos, quanto mais “preciso” o número, mais suspeito ele é. Estatísticas como “37,23 por cento das crianças de tal cidade consideram a freqüência à escola uma perda de tempo” se originam de dados que não podem ser apresentados dessa forma, principalmente porque há neles uma margem de erro que varia de caso a caso. Desconfiar, pois, de números tão certinhos assim.

Notícia

  • Academia Brasileira de Letras lança novo volume dos "Discursos Acadêmicos"

    Publicada em 04/03/2009

    A Academia Brasileira de letras está lançando nesta semana o tomo IV de sua série Discursos Acadêmicos, abrangendo o período de 1951 a 1965. O discurso de posse de Austregésilo de Athayde abre o volume, que se encerra, com o pronunciamento de Aurélio Buarque de Holanda, que dava posse a Marques Rebelo.

  • Antologia Pessoal

    Publicada em 04/01/2009 (atualizada em 05/01/2009)

    O Acadêmico Antonio Carlos Secchin concede entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.
  • "O Rei na noite - Crônicas"

    Publicada em 18/12/2008 (atualizada em 19/12/2008)

    Acaba de sair uma nova edição do livro "O Rei na Noite - Crônicas", do Acadêmico João Ubaldo Ribeiro.

  • Lançamento de novas Publicações da ABL

    Publicada em 08/12/2008 (atualizada em 09/12/2008)

    A Academia Brasileira de Letras promoveu o lançamento do Primeiro Tomo da Correspondência de Machado de Assis (1860-1869), coordenada pelo Acadêmico Sergio Paulo Rouanet, e mais cinco novas publicações, no dia 16 de dezembro, terça-feira, na Sala dos Fundadores, no Petit Trianon.