
O que é, mesmo, independência?
Às margens do Ipiranga, todos gritaram vivas e partiram; o carreteiro ficou intrigado com aquela cena.
Às margens do Ipiranga, todos gritaram vivas e partiram; o carreteiro ficou intrigado com aquela cena.
Diversas vezes comentei neste espaço que os recentes episódios da política nacional continuam dando motivo para a indiferença (ou o nojo) de grande parte da população.
Uma das frequentes observações que se faz, no mundo da educação brasileira, é o fato de que convivemos com realidades rigorosamente distintas. De um lado, escolas beneficiadas, sobretudo nos grandes centros urbanos, com uma qualidade que nada fica a dever às nações pós-industrializadas. O Enem é bem uma realidade disso. De outro lado, escolas paupérrimas, principalmente no interior do país, sem condições de contribuir para o desenvolvimento local.
Esses dias, o ator Francisco Cuoco, da Globo, levou um tombo de bicicleta. Nada grave, ele teve só escoriações, mas seu orgulho provavelmente ficou abalado. Ciclista que se preza não cai da bicicleta nem se acidenta; este é um veículo que, mesmo tendo só duas rodas, a gente consegue controlar, e existe até quem faça nele arrojadas acrobacias.
Sou do tempo do furo de reportagem e, embora há muito tempo afastado das redações, ainda vibro com a oportunidade de dar uma notícia em primeira mão, o que agora faço através do título acima, ao qual não resisti adicionar um ponto de exclamação. É a pura verdade. De volta a Itaparica, depois de sua temporada de inverno, em consagradoras rodadas de pôquer com magnatas até de Santo Antônio de Jesus, Zecamunista apareceu inesperadamente no bar de Espanha, durante o happy hour das 10 da manhã, e anunciou a abertura do Comitê Eleitoral Tamos com Ela.
O último debate dos presidenciáveis não demonstrou apenas a pobreza polêmica do entrevero mas, sobretudo, de que forma a temática de um programa de governo não sensibiliza a nova ida às urnas. Não é só o fato consumado da vitória de Dilma que vem à frente, mas esse quase consenso, do que há a fazer daqui para diante.
A pergunta sobre política externa dirigida por Serra a Dilma, no último debate televisivo, inquieta quanto à estreiteza da visão tucana do nosso País lá fora. Não há que extremar um repúdio a Lula pela retórica de aproximação com o Irã, frente aos objetivos, a largo prazo, do nosso horizonte internacional. Trata-se, sim, da mais clara realpolitik, e é dela que, por paradoxo, exatamente se alcança um novo conceito de paz para os nossos dias. Aliás, não foi em outra dimensão que Dilma respondeu a Serra, precisando o quanto superfra-ses, ou meias palavras, valem sempre para reabrir o clima de debate e diálogo, indispensáveis à quebra do mundo das hegemonias e seus preconceitos.
Fenômeno inédito depois do disparo de Dilma é a desaparição de Serra nos cartazes de candidatos de oposição. Aí estão imagens novinhas, despojadas do nome do presidenciável tucano. Mas esse quadro de abandono das esperanças ao Planalto não se acompanha de subida da onda petista capaz de abalar as duas candidaturas decisivas na composição do poder político após as eleições. Por mais que dobre o apoio a Mercadante, a vantagem final de Alckmin parece garantida, e Anastasia já se antecipa ao candidato petista em Minas. O efeito Aécio parece equilibrar a longo prazo uma hegemonia de Dilma no Planalto.
Não parece, mas a crônica anterior, publicada na quinta-feira, sobre as Guerras Púnicas, gerou inesperado retorno dos leitores, que se manifestaram em e-mails, todos a favor. Menos um, que preferia assunto mais recente e mais empolgante, como o caso da Receita Federal versus a filha do Zé Serra.
O Jornal do Brasil nasceu em 1891, fundado por Rodolfo Dantas, filho do Conselheiro Dantas, lendária figura do Império, para combater a República. Eram os viúvos da Monarquia, como dizia Nabuco, que formavam sua equipe de enfrentamento.
Publicada em 30/09/2010
Publicada em 30/09/2010
Publicada em 30/09/2010
Publicada em 30/09/2010
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