Notícias do Acadêmico Domício Proença Filho
Publicada em 13/12/2010 (atualizada em 14/12/2010)
Publicada em 13/12/2010 (atualizada em 14/12/2010)
Publicada em 12/12/2010 (atualizada em 13/12/2010)
Publicada em 09/12/2010 (atualizada em 10/12/2010)
Publicada em 09/12/2010 (atualizada em 10/12/2010)
Publicada em 09/12/2010 (atualizada em 10/12/2010)
Publicada em 09/12/2010 (atualizada em 10/12/2010)
A Acadêmica Ana Maria Machado estará em São João Del Rey, de 26 a 28 de novembro. Na condição de autora homenageada do FELIT, Festival Literário da Cidade, fará uma palestra, assistirá a um seminário sobre sua obra e participará de encontros com leitores e sessões de autógrafos.
Leitora constante desta coluna nos pergunta por que palavras terminadas em -ão apresentam três formas de plural como acontece com 'leão' que faz 'leões', 'irmão' faz 'irmãos' e 'pão' faz 'pães'. E ainda por que algumas palavras podem ter mais de um plural correto, do tipo de 'aldeão', para o qual a gramática registra corretamente três plurais: 'aldeões, aldeãos e aldeães'. A aparente confusão tem suas razões na história dessas palavras terminadas no ditongo nasal em sílaba tônica, porque houve época do idioma em que nem todas se diziam com -ão, final que só no português moderno se uniu numa só terminação. Enquanto as formas do singular se unificaram em -ão, as formas de plural continuaram, em geral, fiéis às terminações originais que explicam hoje os finais -ões, -ãos e -ães. Este é um dos muitos fatos em que o passado põe luz e explicação em aparentes confusões na língua dos nossos dias. Houve uma época em que cada forma que hoje termina em-ão apresentava forma diferente, mais próxima da sua origem latina ou do vernáculo português, com vogal temática própria Vale lembrar: o tema é a parte da estrutura da palavra formada pela raiz ou radical mais a vogal temática. Para recordarmos noções aprendidas nas aulas de gramática, convém também lembrar que se chega ao tema de uma dessas palavras em -ão, e, assim, à sua vogal temática, partindo-se da forma do plural e levando-se em conta as regras de transformações próprias no processo de formação do plural.
Na semana passada, quando falei nos participantes do mercado de drogas, houve quem observasse que quase deixei de lado o consumidor, tido corretamente como o principal elemento, pois sem ele não haveria nem produção nem comércio. É ele a razão de ser do mercado. Ou seja, acabar com a demanda acabaria com a oferta. Certo, certíssimo, mas quem acaba com a demanda? Esse tipo de conversa termina parecendo, para algumas pessoas, que é uma defesa do consumo, mas não é. É uma constatação, tão despida de valores quanto possível. Não digo nem, o que é verdade sob outros ângulos, que sou contra o consumo. Aqui, agora, pretendo somente vê-lo.
Há 100 anos, no dia 17 de novembro de 1910, no antigo nº 86 da Rua Senador Pompeu, em Fortaleza, nascia Rachel de Queiroz. Descendia, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar, parente, portanto, do ilustre autor de O Guarani, pelo lado paterno, dos Queiroz, família de raízes profundamente lançadas no Quixadá e Beberibe. Essa ancestralidade e o decisivo apoio de seus pais indiscutivelmente seriam, sem dúvida, os responsáveis pelo desabrochar de seu talento literário, ainda em tenra idade, e pelo imenso amor que nutria pelo Sertão nordestino ao longo de sua vida de escritora.
Leitora de distantes terras, acho que de Garanhuns ou mais longe ainda, manda-me e-mail reclamando de algumas coisas e elogiando outras. Diz ela que não se espantou quando soube que o noivo, vindo ao Rio a trabalho, foi atropelado na N. Sra. de Copacabana e removido, com risco de vida, para um hospital na zona sul.
Mestre Rubem Braga, habitante do mesmo lugar de infância de Roberto Carlos, Cachoeiro de Itapemirim, conta que, no fundo do sertão, uma pequena igreja tinha um sino de ouro. A cidade também era pequena e o povo se acostumou com o som de ouro do sino, sem saber se o som também era de ouro e era um toque de alegria e felicidade. Como se todos viessem daquele som. Pois o sino em cidade do interior é o aviso das coisas cotidianas, o relógio do trabalho ou descanso ou convite ao culto, com o alvoroço nas vitórias e dorido anúncio nos enterros.
É uma cena comum em aeroporto; já antes da chamada para o embarque, às vezes muito antes, passageiros começam a formar uma fila. O que não deixa de ser estranho; afinal, os lugares já estão previamente marcados, não há necessidade de pressa. Nem mesmo a disputa pelo lugar no compartimento de bagagens serve como explicação, pois muitos dos que estão na fila não têm qualquer bagagem de mão. Uma razão para esse comportamento poderia ser a natural ansiedade desencadeada pela viagem em si. Mas, ao menos no caso do Brasil, há um outro, e curioso motivo. É que gostamos de fazer fila. Algo surpreendente, num país sempre caracterizado pelo pouco apreço à ordem e à disciplina; a regra parece ser chegar primeiro a qualquer custo, combinando esperteza e o poder dos cotovelos. Contudo, a fila não é só uma maneira de organizar uma determinada demanda, seja por ingressos, seja pelo acesso a um determinado lugar. A fila é um estilo de vida, e isso fica muito visível nos fins de semana, nas casas de diversão. Passem pela Goethe num sábado à noite e vocês constatarão isso.
Neste início de século e milênio, a mulher pode fazer um balanço de suas conquistas. Escrava submissa do lar, objeto indefeso diante dos apetites machistas, cidadã de segunda classe e serviçal de primeira necessidade, tudo isso ainda não acabou, mas está acabando cada vez mais depressa. A mulher lutou e conseguiu o direito ao voto, ao mercado de trabalho, ao divórcio, à pílula. Ganhou todas. Não funciona mais como a favorita do sultão -o homem.
Fui professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Ciências Médicas. Uma experiência extremamente gratificante; a escola é um centro de excelência, tanto no que se refere a professores quanto a alunos, cujo nível é excepcional. Vocês podem, portanto, imaginar minha surpresa, desagradável surpresa, diante do episódio que, na última semana, foi notícia no RS e no Brasil. Resumindo: nas eleições para o Centro Acadêmico, venceu uma chapa da qual faziam parte dois homossexuais. E-mails foram enviados aos alunos fazendo alusões ao fato, usando a expressão “escória” e fazendo uma inacreditável recomendação: “No momento da consulta de uma bicha ou recuse-se (pelos meios cabíveis em lei) ou trate-o erroneamente!!!”. Frase que, a propósito, associa-se às manifestações homofóbicas ocorridas no país, inclusive com violentas agressões físicas. A reitora Miriam da Costa Oliveira manifestou de imediato sua repulsa e informou que a universidade instituiu uma comissão de sindicância para investigar o caso, o que também será feito pelo Ministério Público.
Duas notícias foram destaque na semana passada. A primeira: o Pisa (Programme for International Students Assesment, Programa Internacional de Avaliação de Alunos), instituído pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), fez uma pesquisa analisando o desempenho escolar em vários países. Os resultados mostraram que, no Brasil, quase a metade (49,6%) dos 20 mil jovens avaliados tem dificuldades em ler e compreender um texto.