
Ministros monitorados
Essa invenção do PT merece ir para a História. Que me conste, todos os ministros, os secretários, segundo o país, nunca foram monitorados.
Essa invenção do PT merece ir para a História. Que me conste, todos os ministros, os secretários, segundo o país, nunca foram monitorados.
A presença de Martin Heidegger na filosofia do século passado obrigou o homem de nossa época a alterar posições e repensar diretrizes. Se o existencialismo de Kierkegaard possuía um caráter de angustia intensamente exprimida (e talvez por isso mesmo fosse mais intensamente existencialista), faltava-lhe um método para que suas idéias se enfeixassem num sistema ao agrado das correntes filosóficas normais.
Há 91 anos eram postos nas livrarias de Paris os primeiros exemplares de "Du côte de Chez Swann", primeira parte de "A la recherche du temps perdu". Exatamente em 14 de novembro de 1913, Proust via realizado seu sonho, embora houvesse tido de financiar a edição do livro que fora recusado pelo "Figaro" em 1910 e por Fasquelle, pela "Nouvelle revue française" e pelo editor Ollendoff em 1912 e começos de 13. Afinal, Bernard Grasmet aceitou publicá-lo, o autor pagando.
Não estranhem o título em inglês. Na Barra da Tijuca tudo está escrito em inglês e na TV já aparecem programas como Big Brother, Classic, People & arts etc.
Devemos lamentar o recente atentado terrorista em Londres, mas, no ponto a que chegamos, não deveria haver surpresa. Foi um crime mais do que anunciado, na seqüência de outros já cometidos pelo terror e de outros que ainda serão cometidos. Desde o 11 de Setembro, vivemos uma guerra -não fria, como a outra, que terminou com a queda do Muro de Berlim.
Aposto que vocês ainda não sabem do triste caso de Bingo. Procurei comentá-lo com vários amigos e ninguém tinha ouvido falar de nada sobre o assunto, para mim palpitante e talvez um marco em nossa realidade. Como eu já disse aqui, às vezes parece que sou o único a ler certas coisas, a ponto de recear ser tido como mentiroso. E, de fato, de vez em quando eu conto uma mentirinha, mas é caso raro, perfeitamente compreensível para um ficcionista e nunca suficientemente sério para justificar essa fama. Mas o caso não é inventado, é um drama da vida real e estou com o recorte na mão, para mostrar a quem duvidar da história comovente de Bingo, que, apesar de seus aspectos talvez melancólicos e certamente controvertidos, acaba por abrir caminho para vários progressos, em que o país, mais uma vez, poderá servir de exemplo para o mundo e alento para os brasileiros já descrentes das instituições, como acho que está a maior parte de nós.
Na sua fala à nação, o presidente da República fez essa afirmação. Temos, portanto, o direito de perguntar: porque não os puniu, ou estava tão desligado da realidade brasiliense que não sabia?
O conceito de retórica, citado em artigo de Luiz Paulo Horta nesta página, tem sido desfigurado, ainda mesmo entre pessoas de escolaridade confiável. Neste vocábulo, há quem veja algo de pejorativo ou de inferiorizante.
Acampamentos para jovens obesos se propagam nos EUA: por US$ 7.500, instituições prometem amparo emocional e reeducação alimentar. Folha Mundo, 3.07.2005
Pelo fato de ter quatro livros de versos, perguntaram-me se me considero poeta, a pergunta mais embaraçante que até agora me foi feita.
A moça, estudante de letras, me perguntou o que eu achava da avassaladora invasão de neologismos no nosso idioma. Bem, acho que da nova linguagem que acompanhou e acompanha a era dos computadores, é muito difícil escapar. Ninguém vai ficar inventando traduções para coisas que não fomos nós que inventamos e a maioridade nós mal sabemos do que se trata. Deletar, por exemplo, não tem um sentido muito mais amplo do que simplesmente apagar? Mas não quero me arvorar nessa discussão de filólogos, mormente que não me entendo com computador. Aliás, fora esses, que vêm no bojo das novas tecnologias, neologismos, principalmente os de gíria, têm quase sempre nascimento humilde. As pessoas mais cultas, ou escutam as palavras difíceis na sua própria casa ou as consultam nos dicionários. O ignorante comum tem seu próprio dicionário na cabeça, restrito, é verdade, muito faltoso na conjugação dos verbos, mas dono de um toque pessoal iniludível.
Minha opinião pessoal não conta, nem por isso dispenso-me de expressá-la. Não aprecio o jornalismo dito investigativo, que está em moda e provoca desenfreada concorrência entre jornais, revistas, rádios e TVs.
Quinta-feira foi o dia escolhido pelo terror para matar inocentes e espalhar o medo em toda a população de Londres. O balanço desse banditismo infame foram trinta e sete mortos e mais de setecentos feridos, muitos deles em estado grave e os autores são todos réprobos, sobretudo por não reclamarem o que pretendem com seu ato hediondo.
A pouco menos de uma hora de Paris, numa região paradisíaca, é possível encontrar um dos maiores santuários floridos do mundo. Em Giverny viveu o pintor Claude Monet (1840-1926), o maior representante do que se convencionou chamar de escola impressionista. Atacado pela catarata e sem coragem para se operar, utilizou os jardins da sua casa como inspiração para quadros que ganharam admiração internacional.
É por essas e outras que este país não vai para a frente. Como vocês viram, se me leram na semana passada, fiz um valente esforço de reportagem para desistir de minha participação no complô da direita e das elites para alijar o presidente Lula do poder. Bem verdade que tenho reiterado minha oposição decidida a essa conversa de “fora, Lula”, mas vivem repetindo que, nas entrelinhas, eu quero dizer o contrário e aí resisto aos entrelinhistas com a bravura possível e sempre confirmo minha postura de que ele é o presidente legitimamente eleito e, portanto, a não ser dentro dos limites estritos da ordem jurídi-ca, não pode ser objeto de campanhas desse tipo. Isso, contudo, não impede, por se tratar de atitude completamente diversa, que eu fale mal do governo, também dentro dos limites da ordem jurídica, que consagra um direito com o qual todos nascemos e não é dádiva de ninguém, ou seja, a liberdade de pensar e expressar. Ou então de manifestar a opinião pela qual nos pagam, prática pelo visto consagrada, ao menos consuetudinariamente, na vida pública pátria.