O Acadêmico e diplomata Sergio Paulo Rouanet morreu, na manhã do dia 3 de julho, aos 88 anos, vítima de uma síndrome de Parkinson avançada, no Rio de Janeiro. O velório será realizado nesta terça-feira, 5 de julho, das 10h às 14h, na sede da Academia Brasileira de Letras, no Petit Trianon. Na sequência, seu corpo será cremado no crematório São Francisco Xavier, às 16h. A ABL fará uma Sessão da Saudade na próxima quinta-feira, dia 7 de julho, em homenagem ao diplomata.
Rouanet foi um dos grandes intelectuais do país. Destacou-se na carreira pública como cônsul na Alemanha e, como Ministro da Cultura, por ter criado a lei de incentivo fiscal ou Lei Rouanet. Coordenou a série de livros “Correspondência de Machado de Assis”, editada pela ABL. Por suas traduções de livros do filósofo e ensaísta alemão Walter Benjamin, ganhou a Medalha Goethe. Além de artigos para prestigiadas revistas brasileiras e internacionais, escreveu os seguintes livros: “O homem é o discurso - Arqueologia de Michel Foucault”, “Imaginário e dominação”, “Itinerários freudianos em Walter Benjamin”, “Teoria crítica e psicanálise”, “A razão cativa”, “Riso e melancolia”, entre outros.
Era o oitavo ocupante da Cadeira nº 13, eleito em 23 de abril de 1992, na sucessão de Francisco de Assis Barbosa e recebido em 11 de setembro de 1992 pelo acadêmico Antonio Houaiss.
“Sérgio Rouanet é exemplo de intelectual público, que colocou sua competência a serviço da cultura brasileira, sem abdicar dos valores éticos”, afirmou o presidente da Academia Brasileira de Letras, Merval Pereira.
O Acadêmico
Sergio Paulo Rouanet nasceu no Rio de Janeiro, no dia 23 de fevereiro de 1934. Foi um diplomata, filósofo, antropólogo, professor universitário, tradutor e ensaísta brasileiro. Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUC-Rio (1955), Pós-Graduação em Economia, na Universidade George Washington (1960-1964), em Ciências Políticas, na Georgetown University, em Washington (1960-64), em Filosofia, na New York School for Social Research, em Nova York (1960-64) e Doutorado em Ciência Política, na USP (1980). Possui Curso de Preparação à Carreira de Diplomata no Instituto Rio Branco, no Rio de Janeiro (1955).Foi responsável pela criação da lei brasileira de incentivos fiscais à cultura, em dezembro de 1991.
Estreou no jornalismo cultural no "Suplemento Literário", do Jornal do Brasil, escrevendo um artigo semanal para a coluna “Eles pensaram por nós”. A partir de novembro de 1996, passou a ser colunista do caderno "Ideias", do Jornal do Brasil, substituindo o professor Alfredo Bosi e compartilhando uma coluna com os ensaístas Luiz Costa Lima, Silviano Santiago e Flora Süssekind. Seus artigos foram publicados em vários números das revistas “Tempo Brasileiro”, “Revista do Brasil", "Estudos Avançados", da USP, "Revista Brasileira", da ABL, além de publicaçōes internacionais.
Foi Secretário de Cultura da Presidência da República (1991-92), Assistente do Secretário Geral de Relações Exteriores (1957-58), Assistente do Chefe da Divisão de Produtos de Base, (1966-67), Chefe da Divisão de Política Comercial, (1974-76,) Chefe do Departamento da Ásia e Oceania, (1983-86). Fez parte da Embaixada do Brasil em Washington, como Terceiro Secretário (1959-61) e como Segundo Secretário (1961-62. Integrou também a Delegação do Brasil em Genebra, como Primeiro Secretário (1967-68) e fez parte do Consulado Geral do Brasil em Berlim, como Cônsul Geral (1993-1996).
03/07/2022