Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos

Artigos

  • Preparado para o combate, mas com dúvidas

    O Globo (Rio de Janeiro -RJ) em, em 30/11/2003

    Estou vestindo uma estranha farda verde, cheia de zippers, feita de tecido grosso. Minhas mãos estão com luvas, de modo a evitar ferimentos. Carrego comigo uma espécie de lança quase da minha altura: sua extremidade de metal possui um tridente de um lado e uma ponta afiada do outro.

  • Da culpa e do perdão

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ) em, em 17/08/2003

    Durante sua peregrinação a Meca, um homem santo começou a sentir a presença de Deus ao seu lado. No meio de um transe, ajoelhou-se, escondeu o rosto, e rezou:

  • A busca da árvore da imortalidade

    O Globo (Rio de Janeiro) em, em 13/07/2003

    Conta o famoso poeta persa Rumi que certo dia, em uma aldeia do norte do atual Irã, apareceu um homem contando histórias maravilhosas sobre uma árvore cujos frutos davam imortalidade a quem os comesse.

  • Primeiros sinais

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 10/07/2003

    Pena que o Paulo Coelho esteja viajando, deixando-me longe de seus conselhos. Ele é entendido em sinais, sabe interpretá-los tal como José que explicou o sonho do Faraó e falou nas sete vacas magras e nas sete vacas gordas.

  • O guerreiro da luz

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 29/12/2002

    O escritor Paulo Coelho tornou-se um dos fenômenos mais extraordinários da literatura brasileira de todos os tempos. Seus pais, Lígia (já falecida) e o engenheiro Pedro Queima Coelho de Souza, felizmente entre nós, estimavam para o filho uma profissão convencional, na área do Direito. Mas o destino lhe reservava o caminho por ele sonhado - ser escritor.

  • O cego e o Everest

    PARECE QUE AOS POUCOS A GENTE vai se acostumando às mesmas metáforas sobre a vida. Faz algum tempo, escrevi nesta coluna o “Manual de subir montanhas”, e de repente me encontro com um leitor em Hamburgo que resolve dividir comigo sua experiência a respeito das escaladas na vida. Descobriu em que hotel estou, tem uma série de críticas sobre a minha página na internet. Faz comentários duros e depois pergunta:

  • No recesso do coração

    HÁ ALGUNS MESES PUBLIQUEI NESTE espaço uma coluna chamada “Os segredos do porão”, descrevendo um retiro que terminou em um mágico jantar nos subterrâneos da Abadia de Melk, na Áustria. No artigo, eu comentava que, ao olhar os porões de minha alma, tudo que podia encontrar ali eram meus erros, e que procuraria organizá-los de modo que eles não me assustassem e me ajudassem a compreender melhor as coisas que não devia repetir. Estava em companhia, entre outras pessoas, do abade Burkhard Ellegast, OSB, que eu considero um mestre espiritual, embora não consigamos falar uma língua em comum (não consigo sequer pedir um copo d'água em alemão). Para minha surpresa, o abade Burkhard escreveu um texto a respeito de “Os segredos do porão”, e aqui adapto parte de suas reflexões.

  • Ser como um rio que flui

    "Um rio nunca passa duas vezes pelo mesmo lugar", diz um filósofo. "A vida é como um rio", diz outro filósofo, e chegamos à conclusão de que essa é a metáfora mais próxima do significado da vida. Por conseqüência, é bom lembrar durante todo o próximo ano:

  • Como se fosse a primeira vez

    EU QUERO ACREDITAR QUE VOU olhar este novo ano como se fosse a primeira vez em que 365 dias desfilam diante de meus olhos. Ver as pessoas que me cercam com surpresa e espanto, alegre por descobrir que estão ao meu lado dividindo algo chamado amor, muito falado, pouco entendido. Entrarei no primeiro ônibus que passar, sem perguntar em que direção está indo, e saltarei assim que olhar algo que me chame atenção. Passarei por um mendigo que me pedirá uma esmola. Talvez eu dê, talvez eu ache que irá gastar em bebida, e seguirei adiante - escutando seus insultos e entendendo que esta é sua forma de comunicar-se comigo. Passarei por alguém que está tentando destruir uma cabine telefônica. Talvez eu tente impedi-lo, talvez eu entenda que faz isso porque não tem ninguém com quem conversar do outro lado da linha, e desta maneira procura espantar sua solidão. Em cada um destes 365 dias eu olharei tudo e todos como se fosse a primeira vez - principalmente as pequenas coisas, com as quais já estou habituado e esqueci-me da magia que as cerca. As teclas do meu computador, por exemplo, que se movem com uma energia que eu não compreendo. O papel que aparece na tela, e que há muito tempo não se manifesta de maneira física, embora eu acredite que esteja escrevendo em uma folha branca, que é fácil corrigir apertando apenas uma tecla. Ao lado da tela do computador acumulam-se alguns papéis que não tenho paciência de colocar em ordem, mas se eu achar que escondem novidades, todas estas cartas, lembretes, recortes, recibos ganharão vida própria e terão histórias curiosas - do passado e do futuro - para me contar. Tantas coisas no mundo, tantos caminhos percorridos, tantas entradas e saídas na minha vida.