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Artigos

  • Manuel vai ao Paraíso

    O Globo (Rio de Janeiro), em 17/04/2005

    NAS DUAS COLUNAS ANTERIORES, analisei a vida de Manuel, sempre ocupado, achando que trabalhar - seja no que for - dá um sentido à vida e jamais se perguntando qual é este sentido. Mais tarde, Manuel se aposenta. Desfruta um pouco a liberdade de não ter hora para acordar e poder usar seu tempo para fazer o que quiser. Mas logo cai em depressão: sente-se inútil, afastado da sociedade que ajudou a construir, abandonado pelos filhos que cresceram, incapaz de entender o sentido da vida - já que jamais se preocupou em responder à famosa pergunta: “O que estou fazendo aqui?”

  • Manuel é um homem livre?

    O Globo (Rio de Janeiro), em 10/04/2005

    MANUEL TRABALHA 30 ANOS SEM parar, educa seus filhos, dá bom exemplo, dedica-se o tempo inteiro ao trabalho e jamais pergunta: “Será que tem sentido o que estou fazendo?” Sua única preocupação é achar que, quanto mais ocupado estiver, mais importante será aos olhos da sociedade.

  • Palavras que merecem reflexão

    O Globo (Rio de Janeiro), em 27/03/2005

    GERALMENTE É CONFUNDIDA com a famosa frase de Lampedusa: “Melhor mudar um pouco, de modo que tudo possa continuar a mesma coisa.” E quando pressentimos que chegou a hora de mudar, começamos inconscientemente a repassar um vídeo mostrando todas as nossas derrotas até aquele momento. É claro que, à medida que ficamos mais velhos, nossa cota de momentos difíceis é maior.

  • O respeito ao mistério

    O Globo (Rio de Janeiro), em 13/03/2005

    OS GREGOS FORAM GRANDES mestres em descrever o comportamento humano através de pequenas histórias, que costumamos chamar de “mitos”. Todas as gerações que vieram depois deles - da psicanálise de Freud (com o complexo de Édipo, por exemplo) aos filmes de Hollywood (como o Morpheus, de “Matrix”) - terminaram por beber desta fonte.

  • Filosofar com os animais

    O Globo (Rio de Janeiro), em 20/02/2005

    QUASE NÃO CONHECEMOS A HISTÓRIA de Esopo, embora se diga que nasceu em torno do século VI a.C. e foi escravo de um homem chamado Jadmon (ou Janto de Samos). Suas fábulas, reunidas por Demetrio em 300 a.C., nos dão uma visão complexa e completa do comportamento humano. Um dos eventos mais traumáticos desta década, a guerra do Iraque, fez-me lembrar a famosa parábola do lobo e do cordeiro: como Bush estava decidido a invadir de qualquer maneira o país, procurou todos os pretextos possíveis - armas de destruição massiva, programa nuclear em desenvolvimento, ligações com a organização terrorista Al-Qaeda. Quando Hans Blix (Unmovic) e Mohamed ElBaradei (Iaea) afirmaram nos tensos encontros do Conselho de Segurança da ONU que não havia indício algum que comprovasse tais alegações, Bush resolveu dar as costas às Nações Unidas, e a invasão aconteceu assim mesmo. Mesmo agora, quando as buscas pelas tais armas de destruição massiva terminaram sem resultados, Bush saiu-se com uma espécie de “mas ele estava tentando fabricar”, e a coisa ficou por isso mesmo.

  • Sobre a mudança de valores

    O Globo (Rio de Janeiro), em 13/02/2005

    LAO TZU DIZ QUE, NO DECORRER DE nossas vidas, devemos nos desligar da idéia de dias e horas para prestar cada vez mais atenção ao minuto. Assim fazendo, conseguimos evitar a maior parte dos problemas que estão em nosso caminho.

  • Sobre a elegância

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 06/02/2005

    ÀS VEZES EU ME SURPREENDO COM os ombros curvados; e sempre que estou assim, tenho certeza de que algo não está bem. Neste momento, antes mesmo de procurar a razão do que me incomoda, procuro mudar minha postura - torna-lá mais elegante. Ao colocar-me de novo em posição ereta, dou-me conta de que este simples gesto me ajudou a ter mais confiança no que estou fazendo. Elegância é geralmente confundida com superficialidade, moda, falta de profundidade. Isso é um grave erro: o ser humano precisa ter elegância em suas ações e em sua postura, porque esta palavra é sinônimo de bom gosto, amabilidade, equilíbrio e harmonia.

  • O outro lado da torre de babel

    O Globo (Rio de Janeiro), em 30/01/2005

    PASSEI A MANHÃ INTEIRA EXPLICANDO que meus interesses não são exatamente os museus e as igrejas, mas os habitantes do país - e, desta maneira, seria muito melhor que fôssemos até o mercado. Mesmo assim, eles insistem; é feriado, o mercado está fechado.

  • Manual para subir montanhas

    O Globo (Rio de Janeiro), em 16/01/2005

    A) ESCOLHA A MONTANHA QUE DESEJA subir: não se deixe levar pelos comentários de outros, dizendo “aquela é mais bonita”, ou “esta é mais fácil”. Você irá gastar muita energia e muito entusiasmo para atingir seu objetivo, portanto, é o único responsável, e deve ter certeza do que está fazendo.

  • Incenso, ouro e mirra

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/01/2005

    Hoje é dia dos Reis Magos - história ou lenda que foi absorvida no calendário cristão, mencionada nos textos evangélicos, mas comum a diversas culturas e tradições. Pelo que se sabe, não chegavam a ser reis de qualquer reino da Terra, mas reis de um território sem fronteiras nem donos, o da magia. Ao contrário dos sábios pagãos que olhavam as tripas de aves e répteis, eles olhavam o céu e viam sinais -tal como o Paulo Coelho, que também é mago e vê sinais nas areias de Copacabana.