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Artigos

  • Casa-da-mãe-joana

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 10/12/2004

    O sistema partidário brasileiro só não está no fim porque nunca existiu. O Brasil jamais conviveu com a presença de partidos fortes, nacionais, com espaços ideológicos próprios e quadros criados através da militância. A hierarquia na política não é vertical, é horizontal. Vão tomando a frente aqueles que, pela capacidade de liderança, se vão impondo e, através do respeito e da capacidade, podem tomar decisões e ser obedecidos e seguidos.

  • O Mercosul e os rabichos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/12/2004

    Comecei a ter receios quanto à integração do Cone Sul, particularmente ao Mercosul. Esse tema está presente em nossas preocupações permanentes porque essa iniciativa é sem dúvida nenhuma a mais importante tomada pelo nosso país e pela Argentina no sentido de mudar a história do continente.

  • Revoada de estrelas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/11/2004

    O Brasil passa por um momento de curiosidade internacional. A biografia do presidente Lula, de operário presidente, desperta uma atenção grande e excita indagações. Em seguida, o tamanho do Brasil e sua presença mundial fazem com que sejamos uma potência emergente.O presidente Lula, numa postura inesperada, tem excepcional gosto pela política externa e tem sido um viajante ávido por aumentar as nossas trocas comerciais. Seu estilo é bem pessoal.

  • Uma justiça que não será cega

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/11/2004

    Quarta-feira, o Senado Federal prestou um grande serviço ao país. Votou a reforma do Judiciário, que, havia doze anos, com audiências públicas e conferências, se arrastava em meio a discussões apaixonadas e divergentes, mobilizando juízes e advogados, todos envolvidos na defesa dos seus pontos de vista.

  • Sua Excelência, o livro

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 12/11/2004

    Quando se fala nos avanços tecnológicos que vislumbram a morte do livro pelo livro eletrônico e outras mágicas, eu respondo que o livro nunca acabará, porque ele é a maior das descobertas tecnológicas: cai e não quebra, não precisa de energia e, portanto, de ligar ou desligar. Pode ser levado para qualquer lugar, banheiro ou cama, com o que certamente os monitores de televisão não concorrem. O livro tem todos os programas de computadores e mais a diversidade de todos os assuntos guardados pela eternidade da escrita. E, se, por uma desgraça, essa história de mercado um dia tornar o livro dispensável, ainda restará o livro de poesia, pois a poesia não precisa de mercado e salvará o livro.

  • A roda da política

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 05/11/2004

    Já li, não me recordo onde, que "em política nada fica parado". Ela é dinâmica e se contorce a todo instante, mudando de forma e de luz. Aqui se repete sempre que é como uma nuvem, atribuindo-se essa comparação a Magalhães Pinto, embora ela remonte ao Império e tenha sido, se não me falha a memória, do conselheiro Dantas, esse baiano habilidoso que também disse sobre a Abolição: "Nesse assunto, não parar, não retroceder, não precipitar". Era, sem dúvida, uma definição antecipada do "muro".

  • Onde a besta morreu

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 22/10/2004

    A semana termina cheia de notícias: os juros, na sua trajetória de gangorra do sobe-e-desce, depois de descerem, agora sobem; a Fórmula 1, que, para o meu gosto, é uma das coisas mais monótonas e chatas do mundo, faz sua última corrida do ano em Interlagos; Schumacher chega de mau humor e, questionado sobre "se gosta do Brasil", responde de cara feia: "Adoro o Brasil, mas prefiro quando posso ficar em paz no quarto". E um prefeito do interior de São Paulo, quando lhe cobram programas de cultura, responde convicto: "A cultura pode esperar, é algo que se pode definir como um pepino"; as eleições municipais chegam na reta final do segundo turno e as batidas cardíacas dos candidatos e aderentes aumentam com a chegada do dia D e com as pesquisas de opinião pública, que neste ano sofreram muitas contestações e mudanças de metodologia.

  • Mal necessário

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 15/10/2004

    O Papa é infalível. Assim estabeleceram Pio 9º e o Concílio Vaticano 1º em 1870. Mas o Papa também é um homem e João Paulo 2º acrescenta a suas virtudes ser um pensador. Gosta de escrever, de publicar livros que vão do teatro à poesia. Agora está sendo anunciado o lançamento de seu novo livro - "Memória e Identidade" -, no qual, segundo divulgam os jornais, consta a tese de que "o comunismo foi um mal necessário, permitido por Deus para render oportunidades para o bem".

  • Ainda as greves selvagens

    O Estado de São Paulo (São Paulo), em 09/10/2004

    No seio da c o m i s - são incumbida, em 1986, de elaborar um anteprojeto de Constituição, em virtude de iniciativa do presidente José Sarney, houve longos debates sobre a permissão do direito de greve nos serviços considerados essenciais à coletividade, tanto na esfera pública quanto na privada.

  • Quem é o pai da criança

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 08/10/2004

    Os jornais noticiam a morte do cientista Maurice Wilkins, um dos envolvidos na descoberta do DNA e Prêmio Nobel de Medicina de 1962.

  • Besouro, abelhas e eleições

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 01/10/2004

    João Francisco Lisboa, o grande historiador, que Capistrano dizia ser o mais brasileiro de todos, dedicou no primeiro volume de sua obra "Jornal de Timon" um longo estudo às eleições na Antigüidade, partindo da realidade de que os romanos e os gregos foram os que mais exercitaram o direito eleitoral.

  • SOS educação

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 24/09/2004

    Nestes últimos dias, curti minha insônia de estimação com especulações que, em vez de atrair o sono, o afastaram e ficaram remoendo soluções e caminhos.

  • O Parlamento e as raposas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/09/2004

    A sobriedade do parlamento inglês foi submetida a uma prova de bagunça. Nada mais nada menos que por causa das raposas. Os tradicionais guardas vestidos de preto e cabeleiras brancas metidos num qüiproquó entre os caçadores de raposa que não queriam deixar que o Parlamento proibisse a sua caça e uma multidão irada que fora gritava: "Queremos matar raposa!". Os parlamentares de dentro: "Raposa viva, sem cachorros as perseguindo!".

  • Rato sem luvas

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 10/09/2004

    Hoje vou entrar no assunto do Delfim, o mestre dos mestres em economia. Acabo de ler nos jornais sobre um assunto complicado, que não consegui entender completamente: as economíadas, mistura de economia com olimpíada.

  • Jeca Tatu e Johnnie Walker

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 03/09/2004

    Hipocondríaco como eu fica fascinado com notícias de descobertas de medicamentos milagrosos. Há sempre um público muito grande para elas. As revistas semanais, quando o tempo de notícias é de vacas magras, saem com capas com "métodos ultramodernos de emagrecer", "perder peso comendo e bebendo", regimes de bifes de soja, carboidratos e criam sonhos de enganar a balança. Outras notícias que não falham no interesse público são as maravilhas das operações plásticas, as silhuetas esculturais milagrosas e o fim das rugas e dos vincos da face, celulite e velhice: botox, colágeno, ácido hialurônico.