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Artigos

  • Viroses da vida

    Há os maldosos que dizem que eu deveria sempre encerrar esta coluna com a frase 'desculpem qualquer coisa'. Assistir-lhes-á, talvez, razão, como essa mesóclise aí poderá corroborar. Mas começar com 'desculpem qualquer coisa' nunca me havia ocorrido até hoje, como está acontecendo agora. Bem verdade que posso gabar-me em mais uma vez ingressar na Galeria dos Heróis Desconhecidos do Jornalismo, informando que, no momento, me encontro acometido de crudelíssima virose e obrigado a violentar o corpo mole, a mente rateante e a vontade de cair na cama para não deixar de cumprir o dever profissional. Mas o leitor não tem nada com isso e, virose ou não virose, é seu direito encontrar no mesmo lugar a coluna que espera, nem que seja para amassá-la como todo domingo, ou novamente declarar no boteco que não vai perder tempo em ler porcaria. O dever do jornalista é multifacetado e até essas pequenas alegrias ele deve, quando pode, proporcionar sem ver a quem, em mundo tão eivado de tragédias e assombrações.

  • O embrião da bicicleta

    RIO DE JANEIRO - Na crônica anterior, não manifestei opinião pessoal sobre as pesquisas com células-tronco. Limitei-me a estranhar que, ao descobrirem que o Estado é laico, a maioria dos analistas condena a Igreja Católica, proibindo-a de ter opinião sobre o assunto. Desde 1891 que a igreja é separada do Estado, mas a separação não a impede de manifestar o que pensa e aconselha aos seus adeptos.

  • O futuro da política - parte III

    O federalismo é outra das re- levantes questões abertas da agenda político-institucional. O Brasil independente viveu 67 anos, a partir de 1822, como Estado unitário. O Ato Adicional de 1834, ao extinguir os Conselhos Gerais de Províncias e criar as Assembléias Legislativas Provinciais, instituiu o que o historiador Pedro Calmon designou de "semifederalismo". Nos 118 anos seguintes, experimentamos todas as modalidades de organização federativa. Desde o modelo de viés norte-americano adotado em 1891 com a primeira Constituição Republicana à volta do unitarismo do Império, restaurado durante o Estado Novo, até chegarmos ao chamado federalismo "compartilhado", ou "solidário", que começou a ser aplicado com a Carta de setembro de 1946. Só aí teve início a discriminação, ainda que imperfeita, de rendas em nosso sistema tributário, partilhando as receitas públicas entre a União, os Estados e os municípios, o que levou à criação de novos municípios.

  • A salvação pela poesia

    Entre os desesperados de nosso tempo, houve um que foi salvo pela poesia. Seu nome? Paul Claudel. Que era desesperado, não há a menor dúvida. Mas diferente de outros, diferente de Bernanos, de Graham Greene, de Kafka, de Francis Thompson, de Huysmans. A base da ação dramática de romancistas como Bernanos e Greene é a certeza da condenação pelo pecado. Foi o critico francês Jean Roy quem chamou de "cristianismo da danação" a obra desses dois escritores.

  • Um dia de terror na Terra

    O nosso Diário do Comércio de sexta-feira última, dia 7, deu a seguinte manchete: DIA DE TERROR com as seguintes submanchetes: Jerusalém 8 morrem. E Gaza comemora. Bagdá Mais 55 mortos. É a rotina sangrenta. Colômbia Jorra petróleo na vingança das Farc.

  • Direito e dever

    RIO DE JANEIRO - Como freqüentemente acontece com qualquer tipo de debate, a questão sobre as pesquisas com células-tronco está futebolizada -uma versão plebéia do velho e desgastado maniqueísmo, que demoniza a opinião contrária, atribuindo-a aos baixos instintos da humanidade, responsáveis por tudo o que acontece de ruim na história.

  • O Japão e os Lima

    A Academia Brasileira de Letras numa de suas sessões ordinárias do ano passado, sem alardes como é do estilo da Casa mesmo ao tratar temas relevantes, exaltou o eficiente contributo dos japoneses à cultura brasileira.

  • Cem anos sem Machado

    “Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto. [...] A vantagem dos míopes é enxergar onde as grandes vistas não pegam”. O excerto é de autoria de Machado de Assis em crônica intitulada A semana, publicada na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, logo no início da primeira década de 1900.

  • E o dólar derreteu...

    Usemos a palavra já adotada nas manchetes dos jornais, o "derretimento do dólar" é a seqüela, uma delas, da crise americana que se expande pelo mundo, deixando atônitos os magnatas da moeda americana no Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos.

  • Atualidade dos sermões

    Estamos comemorando os 400 anos de nascimento do padre Antônio Vieira, figura emblemática da cultura luso-brasileira. Entre suas obras há um destaque especial para os Sermões, numerosos, que fizeram sucesso nas prédicas realizadas aqui e no exterior. Integram a personalidade corajosa do grande religioso, filósofo, político e orador, além de primoroso latinista.

  • Província e metrópole

    RIO DE JANEIRO - Um historiador nordestino continua criticando o Rio por estar dando destaque às comemorações do bicentenário da chegada da corte de dom João ao Brasil. Segundo o mestre do nosso setentrião, que neste particular é acompanhado por mestres de outros Estados, inclusive de São Paulo, a badalação sobre a vinda de fugitivos de Napoleão é apenas uma jogada de marketing, destinada a encobrir as mazelas de uma cidade que deveria estar preocupada em combater a violência urbana, que envergonha não apenas a cidade mas o país inteiro.

  • O aumento do PIB no Brasil

    O Produto Interno Bruto (PIB) é o sinal mais evidente do crescimento econômico de uma nação ou do seu estágio estacionário, ou do crescimento lento. Neste ano findo, o PIB brasileiro aumentou 5,4%, vindo o Brasil a se instalar entre as grandes potências do mundo pelo seu PIB, que significa o movimento geral da produção nacional.

  • A câmera como metralhadora giratória

    “Os Estados Unidos é o único país industrializado e rico que não tem sistema universal de saúde. A maior parte das pessoas tem seguro-saúde, na maioria dos casos (60%) pago pelo empregador. Há programas governamentais de ajuda a pobres, idosos, crianças. E cerca de 50 milhões de americanos não têm qualquer cobertura de assistência médica”

  • Crescer e multiplicar

    DEPOIS de um longo período de jejum, afinal os dados e fatos nos apontam para um outro patamar do desenvolvimento nacional: uma nova fase de crescimento. O anúncio de que a taxa de crescimento no ano de 2007 foi de 5,4% bate com os outros números macroeconômicos, que vão dos níveis de emprego, com milhões de novos trabalhadores, até os altos saldos da balança comercial, os mais altos de nosso calvário econômico.