
Faltou a "voadora" de Bolsonaro
O senador Chico Oliveira, flagrado com dinheiro na cueca, se licenciou da vice-liderança do governo, mas não recebeu uma “voadora” de Bolsonaro.
O senador Chico Oliveira, flagrado com dinheiro na cueca, se licenciou da vice-liderança do governo, mas não recebeu uma “voadora” de Bolsonaro.
O caso da soltura do traficante André do Rap pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello reacendeu um debate sobre segurança pública que estava adormecido desde que o presidente Bolsonaro livrou-se do ex-juiz Sérgio Moro para adotar posição de leniência no combate ao crime organizado.
O novo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luis Fux, tem tomado decisões tão polêmicas quanto irrefutáveis, conseguindo recolocar a imagem do STF junto à opinião pública em bons termos, sem exceder seus poderes institucionais.
As primeiras pesquisas eleitorais demonstram que a polarização política entre extremos está sendo reduzida nos grandes centros, com o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula sendo cabos eleitorais de pouca serventia.
À medida que fica cada vez mais claro que Joe Biden provavelmente será eleito o próximo presidente dos Estados Unidos, mais problemática fica a prospecção do relacionamento com o Brasil.
Não vale a pena ficar revoltado com o cinismo do presidente Bolsonaro quando diz que acabou com a corrupção no Brasil.
Como sempre em uma democracia não totalmente amadurecida como a nossa, mudanças súbitas no quadro institucional acontecem, alterando o processo em andamento e manobras que estavam em gestação.
A decisão do presidente do STF, ministro Luiz Fux, de levar para o plenário as ações penais foi uma manobra para tirar da Segunda Turma e das mãos de Gilmar Mendes, presidente da Turma, o poder de definir quem é punido ou não na Lava Jato.
Seria simplificação atribuir à incompetência política do governo o novo adiamento do anúncio do programa social de renda que ampliará o Bolsa Família para abrigar os quase 40 milhões de “invisíveis” que vieram nos assombrar na pandemia.
O que, num país civilizado, seria obstáculo para a indicação de um ministro do STF, no Brasil não deve dar em nada.
Nada mais exemplar do establishment que Bolsonaro prometeu destruir do que a reunião promovida pelo ministro Dias Toffoli do Supremo Tribunal Federal em sua casa em Brasília nesse domingo.
O jantar para selar a paz entre Rodrigo Maia e o ministro da Economia Paulo Guedes foi bem vindo.
A militarização da Amazônia parece ser a saída que o governo de Bolsonaro projeta para garantir nossa soberania na região, como se ela estivesse realmente ameaçada.
Controlar os tribunais, especialmente os superiores, é o sonho de todo presidente, para moldar as leis do país à sua semelhança.