
Já foi dada a largada
O resultado da eleição municipal, nem bem terminou o primeiro turno, já tem consequência na retórica partidária.
O resultado da eleição municipal, nem bem terminou o primeiro turno, já tem consequência na retórica partidária.
O presidente Bolsonaro entrou em um terreno perigoso ao insinuar, tendo como pretexto o atraso da apuração da eleição municipal pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que não temos um sistema confiável.
O resultado mais importante desta eleição municipal é que ela parece marcar o fim da polarização dos extremos políticos, caldo de cultura que levou Bolsonaro ao poder em 2018.
O centrão é hoje mais próximo do MDB e do DEM do que de Bolsonaro e pode ser que não caminhe com o presdiente até a eleição.
A eleição de ontem apontou para duas visões importantes: a primeira, que a tese de Bolsonaro com relação à COVID19 foi derrotada.
Há uma certeza nos meios políticos: eleições municipais têm a ver mais com questões locais do que com a situação nacional.
Embora não se possa dizer que seja sensata uma pessoa que tem como ídolo o coronel Brilhante Ustra, denunciado formalmente como torturador, e aceita a tortura como arma de guerra, o vice-presidente, General Hamilton Mourão, tem defendido teses razoáveis desde o início do governo.
Mais fácil imaginar um país como o nosso, em uma região com uma triste história de golpes militares e ditaduras, temer uma intervenção militar do que os Estados Unidos.
A mistura de ignorância com empáfia numa mente desequilibrada jogou o Brasil no ridículo internacional ao ameaçar os Estados Unidos com uma guerra, devido à possibilidade de sanções econômicas por causa do desmatamento da Amazônia.
Candidatos apoiados pelos padrinhos políticos mais importantes do país estão com desempenho ruim nas eleições.
A atitude desprezível e repugnante do presidente Bolsonaro de festejar a paralisação dos testes com a Coronavac, vacina chinesa que está sendo produzida pelo Instituto Butantan em São Paulo, como uma vitória política sobre o governador João Dória, dá bem a dimensão desumana desse político, que brada que o país tem de parar de ser “terra de maricas” e encarar de frente a pandemia.
Chamar o ex-juiz Sérgio Moro de extremista de direita é evidentemente um abuso de linguagem com objetivo político.
O presidente Bolsonaro perdeu o juízo, o pudor, provou ser um comandante deplorável ao comemorar a morte do voluntário nos testes para a vacina chinesa contra a COVID.
A eleição de Joe Biden nos EUA provou que contra um extremista de direita, o melhor é uma pessoa de centro e não um extremista de esquerda.
Certamente o fator decisivo para a vitória de Joe Biden sobre Donald Trump foi a capacidade do ex-vice-presidente de encarnar o que mais os Estados Unidos precisam hoje, um conciliador.