Marco Rubio tinha mesmo que ser indicado por Trump como interlocutor com o Brasil. Ele é o chanceler e é quem trata de negociações internacionais. Não há hipótese de ele fazer alguma coisa que Trump não queira - pode até dizer que não quer, mas a decisão final é de Trump, que aparentemente está disposto a fazer negócio com o Brasil.
Normalmente, líderes muito autoritários como Trump indicam para uma função determinada pessoas que pensam diferente, para mostrar quem manda. Trump tem esta coisa formal e a decisão de que ele é quem manda e ele quem decide quando muda de posição. Qualquer que seja o interlocutor, o presidente é quem vai negociar. Claro que Rubio pode distorcer um fato para criar dificuldades para o governo brasileiro, caso haja algum problema no meio do caminho. Mas o Itamaraty é competente para negociar e não tem, formalmente, viés político. Celso Amorim tem, é assessor especial do presidente Lula, mas o ministro Mauro Vieira não tem, ele sabe negociar com qualquer governo sem se envolver politicamente. Acredito que as coisas vão se encaminhar com uma boa solução para os dois lados, porque os interesses americanos foram muito afetados com o tarifaço.