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Artigos

 
  • O apocalipse já

    Frente à lembrança de mais um 11 de setembro, Obama e McCain marcaram o retrato das opções sem volta das próximas eleições americanas. Os republicanos não abrem mais qualquer guarida a um pós-Bush que não seja senão o confirmarem-se os piores presságios para a nação hegemônica entrincheirada no seu fundamentalismo extremo. Não há mais reforma republicana senão a da regressão ao núcleo mais empedernido do maior país do mundo barricado na civilização do medo.

  • Sarney usa a crônica como antídoto contra o rancor de nosso tempo

    A JULGAR pelas enquetes de confiabilidade que comparam diferentes categorias, os brasileiros não levam muito a sério os seus políticos, o que pode corresponder a uma histórica frustração e/ou a algum grau de preconceito. Mas o que acontece quando o político exerce alguma outra atividade ou profissão? Quando ele é, por exemplo, um médico? Será que os pacientes deste médico o verão com a mesma desconfiança com que avaliam o político? E se ele for um jornalista, como será avaliado?

  • As aves, menos cantos

    Estava preparado para entrar no assunto do dia, a crise financeira que fez os Estados Unidos voltarem a Lord Keynes e negar o neoliberalismo, com US$ 2 trilhões de dólares destinados a salvar bancos e corretoras, quando encontro a notícia, para mim, pior, que é o alerta da Sociedade Espanhola de Ornitologia de que os pássaros do mundo estão ameaçados e que cada vez menos cantos ouviremos – no Maranhão, diríamos gorjeios.

  • Sob o comando de Machado

    Quinhentos e oito anos depois que aquele "frol de mancebia jovem", no dizer de João de Barros, vencera o mar, mistérios e objetivos, desde o embarque no Restelo à chegada em Porto Seguro, estamos mais uma vez a cuidar da palavra. Cuidar da semente da linguagem e da credencial que identifica e promove.

  • Proer blindou o sistema bancário brasileiro

    A atual crise mundial dos mercados financeiros e de capitais, cujos enfrentamentos estão sendo adotados pelo governo dos Estados Unidos, confirma o quanto estava certo o presidente Fernando Henrique Cardoso ao criar o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), implementado no Brasil de 1995 a 2000.

  • Educação previdenciária

    O país amadureceu para reconhecer a importância da educação previdenciária. O tema é citado há tempos. Quando tive o privilégio de criar o Instituto Cultural de Seguridade Social (ICSS), há cerca de 10 anos, foi debatido por dirigentes de fundos de pensão, fato robustecido pelas diversas viagens de estudos feitas à Wharton School, na Pensilvânia (EUA). Concluiu-se que era preciso formar e treinar os executivos do sistema em nível superior.

  • Elogio da ignorância

    E, como ia dizendo, já é tempo de fazer um elogio da ignorância. Como ninguém a fez, faço-a eu, embora Erasmo tenha feito o elogio da loucura com maior sabedoria e melhor estilo.

  • Quem tem medo do novo acordo ortográfico?

    O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 1990, por sete dos oito países lusófonos, foi finalmente promulgado por decreto assinado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Academia Brasileira de Letras. Era o último documento exigido para a sua efetiva entrada em vigor no Brasil. O ato, emblemático, a data, significativa: 29 de setembro de 2008, dia do centenário da morte de Machado de Assis.

  • Lula e o acordo ortográfico

    Sem pressa e sem pausa, como aconselhava o poeta Goethe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi muito aplaudido, na leitura do discurso com que saudou a assinatura dos quatro documentos fundamentais da implantação do Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa. Vencendo barreiras internas e externas, inclusive de intelectuais portugueses que acusaram a decisão governamental de facilitar o emprego de "bizarrices", Lula marcou para o próximo ano o início do emprego das alterações (menos de 1% do nosso Vocabulário Ortográfico), com os livros didáticos ficando para 2010 e o restante, ou seja, a totalidade dos que empregam a língua de Machado de Assis, para o ano de 2012.

  • Retrato da infância

    Não tenho muitas fotos de minha infância – fotos eram coisas relativamente caras para o modesto orçamento da família – mas, das poucas que tenho, existe uma que me parece particularmente significativa e nostálgica: a foto que figura nesta página. Ela foi tirada (“clicada”, para usar um termo atual) em Passo Fundo, onde moramos por uns poucos anos. Foi num baile de Carnaval – e eu, que teria uns três ou quatro anos, estou ali devidamente fantasiado.

  • O futuro do ensino superior

    “Não se pode culpar o ensino particular pelas deficiências existentes na educação brasileira. Os problemas são muito mais complexos.” – afirmou o professor Hermes Ferreira Figueiredo, no encerramento do 10o Fórum Nacional de Escolas Privadas, promovido em São Paulo pelo Semesp, com a participação de 180 instituições brasileiras de praticamente todas as unidades da federação.

  • O Prêmio Nobel

    Todos os anos, no começo de outubro, o mundo literário se agita com a proclamação do nome do vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, que costuma sair na segunda quinta-feira deste mês, como também aconteceu este ano. O premiado foi o francês Jean-Marie Gustave Le Clézio, que, em 1973, Jorge Amado e eu encontramos numa reunião literária em Paris, onde a editora Stock lançava meu romance "A casa da água" ("La maison d'eau"). Soube então que ele passara parte da infância, na Nigéria, onde o pai trabalhara e onde viveu três anos, tendo ele então nos falado da parte importante da África na sua literatura. Na época, era candidato ao Nobel o nosso Jorge Amado, que teve sua candidatura mantida entre os anos 70 e 80.

  • Um pioneiro na luta contra a fome

    A Academia Brasileira de Letras não restringe o seu campo de homenagens aos que dela fazem parte. Personalidades de destaque da vida brasileira, em efemérides que são públicas, recebem o carinho da Casa de Machado de Assis, como acaba de acontecer com a lembrança do centenário de nascimento do escritor Josué de Castro. Seus livros, todos muito bem fundamentados, circulam pelas bibliotecas de grandes Universidades, como tivemos oportunidade de observar em visitas feitas a Seul, Estocolmo, Tóquio e Paris. São poucos os brasileiros que tiveram essa honra, o que aumenta o respeito pela memória do grande pesquisador dos problemas da nutrição.

  • Vinte anos da Constituição de 1988

    A CONSTITUIÇÃO de 1988, cujos 20 anos de promulgação estamos fazendo memória, nasceu -fato pouco percebido pela sociedade brasileira- de amplo acordo político, o intitulado "compromisso com a nação". Esse pacto, talvez o mais importante de nossa história republicana, ensejou a eleição da chapa Tancredo Neves/José Sarney, por intermédio do Colégio Eleitoral, e tornou possível, de forma pacífica, a passagem do regime autoritário para o Estado democrático de Direito. Como toda obra humana, é evidente, uma constituição tem virtudes e imperfeições. As virtudes decorrem do contexto histórico em que são discutidas e votadas. No período 1987/ 1988, aspirava-se, antes de tudo, à restauração plena das liberdades e garantias individuais e à edificação de uma democracia sem adjetivos.

  • Uma instalação no vazio

    Se a intenção da curadoria da 28ª Bienal de São Paulo era dar visibilidade à crise do modelo das bienais, o resultado foi plenamente alcançado. O vazio do segundo andar, que representaria a tal crise, recebeu muito mais elogios de artistas e curadores do que a mostra de arte apresentada no terceiro andar, marcada pelo tom conceitual.