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A nova Biblioteca Nacional

 

Havendo verbas, a Biblioteca Nacional pode dar um salto fundamental na aquisição de obras, sobretudo de novos autores, nos vários campos do conhecimento?

Quem respeita a cultura brasileira não pode deixar de valorizar o que acontece em torno da Fundação Biblioteca Nacional, agora devolvida à competência do acadêmico Marcos Lucchesi, que está novamente em sua presidência. Seus planos alcançam três vertentes fundamentais: a falta de espaço, a falta de recursos e a falta de pessoal. Este último item será corrigido com a volta dos necessários concursos, menosprezados na gestão anterior.

Lucchesi é dono de vasta cultura, com o domínio de um número surpreendente de línguas. Também brilha num setor que conheço bem, devido à minha formação em Matemática pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Sei avaliar e dar o devido apreço ao que Lucchesi chama de poética da Matemática, ou seja, a ciência do raciocínio como produtora de poéticas intrínsecas fundamentais. Ele pretende avançar de forma segura nesse campo.

Escritor, ensaísta, editor e tradutor, confessa o seu espanto com o infinito. Pretende dar prioridade aos problemas estruturais da Biblioteca Nacional, que muitos consideram um verdadeiro espelho do Brasil. Estamos próximos de alguns fatos que virão minorar as atuais dificuldades vividas pelo órgão, como o caso da falta de espaço. A sede em construção do anexo na zona portuária do Rio hoje segue ritmo satisfatório, para conclusão prevista em 2024. Assim, os 10 milhões de itens da Biblioteca ganharão o necessário espaço, deixando de ser a grande preocupação dos seus aficionados.

A digitalização do acervo é uma das atividades prioritárias da Biblioteca Nacional, e isso segue em ritmo normal. Outros empenhos que podemos destacar é o depósito legal de obras, a aquisição de livros e a colaboração entre bibliotecas de todo o país.

Queremos destacar que, havendo verbas, a Biblioteca Nacional pode dar um salto fundamental na aquisição de obras, sobretudo de novos autores, nos vários campos do conhecimento. Com o fechamento lamentável de livrarias e com a omissão de autoridades públicas, especialmente em estados e municípios, a Biblioteca Nacional, com a segura orientação do seu presidente Marcos Lucchesi, poderá assumir papel de relevo no que, sem exagero, podemos chamar de redenção do livro. A entidade, felizmente, vai respirar ares de promissora atividade em favor da nossa educação e da cultura brasileira.

Chumbo Gordo, 29/03/2023