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Não há indícios de sabotagem

 

A primeira-dama Janja da Silva, que já trabalhou em Itaipu, soltou um twitter ontem atribuindo indiretamente o problema do apagão à privatização da Eletrobras- e foi seguida por diversos petistas. É uma maneira de tentar novamente reverter o que está feito e que o Congresso já disse que não vai voltar. Não tem nada que mostre que a privatização foi a causa, mesmo porque já tivemos outros apagões no país inteiro. O que pode ficar comprovado – e ninguém falou nisso – é que talvez quem está controlando a rede pode não ter feito os investimentos necessários, mas a privatização aconteceu há menos de um ano, e não é possível cobrar resultado imediato. O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, soltou uma suspeita de que pode ter havido sabotagem e pediu investigação da ABIN e da PF. Se aconteceu, é gravíssimo – não é nem descabido imaginar que possa ter acontecido, porque tentaram sabotar redes de transmissão e o aeroporto de Brasília com uma bomba. Mas é meio precipitado o governo sair com isso. O chefe da Casa Civil, Rui Costa, tentou recolocar as coisas no lugar, afirmando que esperaria uma resposta técnica para depois investigar outras possibilidades. Até agora, mais de 24 horas depois, não houve uma explicação técnica. Nos outros apagões que tivemos, nunca se pensou em sabotagem - discutiu-se as falhas de sistema, as térmicas que foram incluídas, - e como temos histórico deles é improvável que seja sabotagem. Mas ainda devem as explicações técnicas.

O Globo, 16/08/2023