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Artigos

 
  • Um mestre do ensaio

    O movimento literário brasileiro de 1922 não foi, evidentemente, provocado só pela atração da moda. Não deixou, contudo, de criar a maior adesão a um novo modo de serem as palavras utilizadas na literatura do País. Há uma corrente de significados que um escritor tem necessidade inadiável de colocar em palavras, e ele compreende, num certo momento, que os formatos até então usados se gastaram de tal maneira que a força de um comunicado não consegue mais passar através deles.

  • Lula e o poste

    RIO DE JANEIRO - Pelo jeito que as coisas vão, uma antiga piada pode ser ressuscitada: qualquer candidato presidencial que surja nos próximos meses será uma espécie de poste -uma coisa para constar na cédula eleitoral encimada por um nome bastante conhecido.

  • D. João VI e a cultura brasileira

    É muito difícil buscar originalidade, no trato das questões vinculadas à vinda da Corte portuguesa para o Brasil, a partir da saída de Lisboa, no dia 27 de novembro de 1807. Tudo (ou quase tudo) foi escrito a respeito, em geral com muita paixão e um sem-número de idiossincrasias contra o príncipe regente.

  • Fronteiras sangrentas

    MUITO SE tem censurado o Supremo Tribunal Federal por estar legislando. Na nossa democracia, cabe ao Judiciário ser não somente o fiscalizador dos outros Poderes mas harmonizar os conflitos que possam romper o equilíbrio institucional.

  • Enfim, a Europa americana

    Todos os jornais da Europa Ocidental exibiram, há 48 horas do pleito italiano, a figura rotunda de Silvio Berlusconi, já tão para além do ícone, escarrapachado no seu sofá e no não dizer nada, com uma tranqüilidade constrangedora. As frases se arrastam fora do tempo numa agenda do óbvio e dos recados de folhinha e aniversário. O “Cavaliere” acena com o perigo do comunismo, com o afrouxo dos impostos, evidentemente com a certeza da “pax americana”, que gostaria se perpetuasse com o presente Salão Oval.

  • Memória de Josué

    A exposição comemorativa pelos cinqüenta e três anos de posse de Josué Montello, "Memória literária de Josué Montello", inaugurada agora na Academia Brasileira de Letras e que ficará até 30 de maio, no Centro de Memória da Casa, vem fazer justiça a um escritor que viveu tempo integral de dedicação à literatura, à cultura brasileira e ao livro. Além de ter deixado alguns dos melhores romances, ensaios e obras de conteúdo histórico, foi também um lutador em prol de um cada vez melhor sistema de educação no país.

  • Mandato de cinco anos trará instabilidade

    O TEMA relativo ao mandato de cinco anos para presidente e governador parece empolgar certos segmentos da política brasileira, inclusive integrantes do Congresso Nacional. Nosso país já viveu no passado essa nefasta experiência. Daí a necessidade de recordarmos os graves inconvenientes e as repercussões sabidamente adversas a exigir um exame acurado da lógica do modelo de calendário eleitoral adotado na Constituição de 1988.

  • Uma lição de vida

    Amsterdã um dos lugares de visita obrigatórios é a Casa de Anne Frank. Fui lá algumas vezes. De início, o que havia para ver era o anexo em que Anne viveu; depois, o lugar foi se transformando num museu, com uma completa exposição. E, ao mesmo tempo, atraía cada vez mais gente. Na última visita era até difícil caminhar por ali.

  • Elis Regina e a dengue

    RIO DE JANEIRO - Deve ter sido uma das heranças dos chamados anos de chumbo, que duraram de 1964 a 1985. A turma que nasceu neste período e a que veio logo após, de 85 para cá, adotaram uma simplificação da história que dificulta o decantado diálogo de gerações.

  • Brasil, um país dos mesmos

    É meio chato o sujeito nascido em meados do século passado descobrir, numa série aparentemente infinita de pequenos episódios deprimentes, que passou a vida sendo enrolado e acreditando em bobagens. Essa descoberta - tão óbvia, sempre esteve aí o tempo todo, mas nem eu e os outros bestas víamos nada. É uma enfermidade difícil de curar. Embora, ia eu dizendo, não leve à morte, mas aí lembrei que pode levar, sim, tanto à morrida quanto à matada. Mas é difícil de curar, mais difícil que parar de fumar, bem mais difícil. E o quadro se agrava quando o doente ou não reconhece o seu estado ou de tal maneira entortou a percepção que persiste em cultivar as manifestações da doença como até benéficas, sem dúvida louváveis.