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Artigos

 
  • Ainda a morte de Jango

    RIO DE JANEIRO - Não pretendia voltar ao assunto, mas o ministro da Justiça, Tarso Genro, na última terça-feira, mandou a Polícia Federal interrogar o ex-agente secreto uruguaio Mário Neira Barreiro, preso na penitenciária de Charqueadas (RS). Detido por diversos crimes, o prisioneiro fez declarações sobre a morte de João Goulart, atribuindo-a a um assassinato por ordem de autoridades brasileiras.

  • A doçura das flores

    Na sua epístola aos Coríntios, São Paulo nos fala que a doçura é uma das principais e mais importantes características do amor. Não esqueçamos nunca: o amor é pura ternura. Uma alma rígida não permite que a mão de Deus a molde de acordo com Seus desejos.

  • Mangá em tempos de mudança

    No imenso aeroporto de Tóquio, a espera é angustiante. Você entra e sai das mesmas lojas, diversas vezes. Enquanto não reabre o aeroporto de Nova Iorque, fechado em virtude de uma nevasca, não há como deixar a base em que nos encontramos. Na poltrona da sala VIP, refestelada, uma criança japonesa está inteiramente envolvida pela leitura de uma história em quadrinhos. Aliás, várias histórias e diversas revistas. Todas de mangá, a coqueluche do público infanto-juvenil.

  • A hora do mestre

    Diz o velho ditado mágico: “Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece. Pensando nisto, muitas pessoas passam a vida inteira se preparando para esse tal encontro. Quando elas cruzam com o mestre, se entregam completamente - por dias, semanas, meses, ou até mesmo anos. Mas terminam descobrindo que o mestre não é aquele ser perfeito que tinham imaginado - mas sim um homem igual a todos os outros, cuja única função é dividir aquilo que aprendeu.

  • Carnaval e Vieira

    LUÍS VIANA Filho, o grande biógrafo de Rui, Rio Branco, Eça e Nabuco, disse-me que, ao encontrar-se com o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Lincoln Gordon -que se tornou célebre porque seu período coincidiu com a queda do Jango em 1964-, quando já não ocupava mais o posto, este lhe observou que uma coisa o impressionara muito na sua passagem aqui: as escolas de samba. Uma maravilha sem igual no mundo. Não sabia como era possível seu funcionamento. Era a alegria, a beleza, a diversidade de pessoas, uma Torre de Babel que oferecia uma impressão do caos, na chamada concentração. De repente, tudo se transformava. Tocava o apito com a ordem de entrar na avenida e, num movimento perfeito, o conjunto dava um banho em qualquer planejamento, e desfilavam como se tudo fosse milimetricamente orquestrado. A bendita improvisação brasileira, que do caos faz nascer a harmonia e o desfile. Isso explicava o Brasil.

  • No âmago dos conflitos do século XXI

    O fórum da Aliança das Civilizações, em Madri, deu início à nova etapa da preocupação das Nações Unidas com a profundidade dos conflitos globais, emergentes em nosso tempo. Da amplitude da hegemonia americana, levando às guerras preemptivas, à irrupção cada vez maior do terrorismo, desgarrado inclusive da Al-Qaeda, para a expressão sombria de um “mal-estar” crescente do inconsciente coletivo islâmico. A Aliança quer vencer a tentação, na diretriz do novo Comissário Geral, Jorge Sampaio, ex-Presidente de Portugal, do mero voluntarismo internacional, ou da retórica das boas intenções, impotentes no mundo prefigurado pela queda das torres de Manhattan.

  • Um banho de modernidade

    O meu amigo Cristovam Buarque pede socorro aos dicionaristas brasileiros, para que façam o registro do termo educacionismo. Sente falta do que seria um movimento amplo em favor da educação, alcançando todos os poros da nossa sociedade. Na verdade, com a genialidade que o caracterizou, o filólogo Antonio Houaiss, de saudosa memória, ao elaborar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, editado pela Academia Brasileira de Letras, registrou na página 277 a palavra educacionismo como substantivo masculino. Portanto, oficialmente, ela existe. Se não está no Aurélio, é outra história.

  • O manifesto dos Micos

    O que tem a ver Moacyr, este magnífico prenome de origem indígena e que José de Alencar imortalizou em "Iracema", com um apelido tão esquisito?

  • Carnaval e Vieira

    Luís Viana Filho, o grande biógrafo de Rui, Rio Branco, Eça e Nabuco, disse-me que, ao encontrar-se com o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon - que se tornou célebre porque seu período coincidiu com a queda do Jango em 1964 -, quando já não ocupava mais o posto, este lhe observou que uma coisa o impressionara muito, na sua passagem aqui: as escolas de samba. Uma maravilha sem igual no mundo. Não sabia como era possível seu funcionamento. Era a alegria, a beleza, a diversidade de pessoas, uma Torre de Babel que oferecia uma impressão do caos, na chamada concentração. De repente, tudo se transformava. Tocava o apito com a ordem de entrar na avenida e, num movimento perfeito, o conjunto dava um banho em qualquer planejamento, e desfilavam como se tudo fosse milimetricamente orquestrado. A bendita improvisação brasileira que do caos faz nascer a harmonia e o desfile. Isso explicava o Brasil.

  • Tempo de palpites

    RIO DE JANEIRO - Sempre achei ridícula a tendência da mídia de futebolizar todos assuntos, transformando-os numa espécie de luta entre bons e maus, de vermelhos contra azuis, de Fla x Flu com infinitas variações. Da eleição de um papa ao melhor estandarte de uma escola de samba, os entendidos são pródigos em análises e prognósticos, havendo mesmo uma certa emulação para sagrar quem acerta o placar, uma loteria esportiva que, na maioria dos casos, não tem vencedor.

  • O dilema americano

    Passa o Carnaval e temos de sair do sonho da alegria para a realidade que nos cerca. Com um mundo globalizado, tudo que se passa em qualquer lugar e em qualquer hora está dentro de nossa casa. Já longe estão os tempos das Cartas de Inglaterra do Eça de Queiroz, em que o importante é o que ocorre na esquina.