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Artigos

 
  • O velho conto

    Uma prática nos ensina a contar trechos da nossa vida como se fôssemos uma das pessoas que participaram dela. Assim podemos entender o comportamento de quem nos ama. Um velho conto nos relembra esta prática. Um homem procura um jovem e narra uma história: durante uma guerra, ajudou um homem a fugir. Quando já tinha chegado a um lugar seguro, o outro o entregou ao inimigo. “E como você escapou?”, pergunta o jovem. “Não escapei. Sou aquele que traiu”, diz o velho: “Mas ao contar essa história como se fosse herói, posso entender tudo o que ele fez por mim”.

  • Momentos difíceis

    O processo de aceitar a si mesmo é simples, mas não é fácil. Quando as coisas estão boas, não há qualquer dificuldade em olhar no espelho. Mas, nos momentos mais complicados, só reconhecemos nossas fraquezas, esquecendo todo o esforço que fizemos para chegar até aqui. É nos momentos difíceis que precisamos nos encontrar plenos de amor e respeito por nós mesmos. É preciso parar de tentar explicar a todo mundo as nossas atitudes; somos assim e ponto final. Nas suas horas difíceis, procure lembrar das horas mais fáceis. Elas vão ajudar muito.

  • Seminário no Japão

    Estou participando de um seminário no Japão. Uma jornalista apresenta seu trabalho sobre a importância da energia feminina. Ela revela: “Este artigo foi publicado há dez anos. Mas só agora consegui entender o que escrevi”. E continua: “Não sou irresponsável com minhas palavras. Mas sempre trabalhei em cima da memória, e me esqueci da inspiração. Com este artigo, resolvi abrir uma exceção. É preciso ousar, fazer coisas sob as quais não temos controle. Embora tivesse demorado para compreender, não significa que outros tenham entendido antes de mim”.

  • O medo e a alegria

    O paciente se virou para o seu médico e disse, desconsolado, “Doutor, o medo me domina de tal forma que me tira a alegria viver”.

  • O eremita e o abade

    Um eremita do mosteiro de Sceta se aproximou do Abade Teodoro: “Sei exatamente qual o objetivo da vida. Sei o que Deus pede ao homem, e conheço a melhor maneira de servi-Lo. E, mesmo assim, sou incapaz de fazer aquilo tudo que devia estar fazendo para servir ao Senhor.

  • A disputa

    Um Guerreiro da Luz percebe que um anjo e um demôni disputam sua amizade. Ele segura a espada, e ambos querem ser seu aliado. O demônio diz ao Guerreiro: “Você vai fraquejar. Não vai saber o momento exato de lutar. Você está com medo”. E o anjo diz, em seguida: “Você vai fraquejar. Não vai saber o momento exato de lutar. Você está com medo”.

  • O caminho de Buda

    Buda caminhou pelo mundo inteiro, buscando um caminho espiritual que pudesse seguir. Tentou várias disciplinas e nada encontrou. Um dia, sentado debaixo de uma árvore, entendeu o Universo. Mais tarde, procurou ensinar a seus discípulos como tinha chegado à iluminação. Dentre as maneiras com que procurou dividir seu conhecimento, destaca-se uma frase: “Quando respirarem profundamente, saibam que respiram profundamente. Quando respirarem superficialmente, saibam que respiram superficialmente”. Eis a iluminação: basta prestar atenção às pequenas coisas.

  • O lado sombrio

    Os antigos mestres costumavam criar personagens para ajudar seus discípulos a lidarem com o lado mais sombrio da personalidade. Muitas das histórias relacionadas com a criação desses personagens se transformaram em contos de fadas.

  • Experiência humana

    Já citei trechos belíssimos de textos do poeta alemão Rainer Maria Rilke. Era uma passagem na qual o poeta nos contava como um simples verso pode sintetizar a experiência humana. O texto do alemão termina assim: “Para escrever um simples verso, não basta lembrar do passado. É preciso saber esquecer, e ter paciência para esperar até que estas lembranças retornem. Porque um verso não é feito de memórias. Ele transforma-se em nosso sangue, e se confunde com a existência. Só então chega o momento quando nasce a primeira palavra e ela traz consigo o poema”.

  • O símbolo de Jesus

    A imaginação é mesmo um dos maiores poderes do homem, e eu me permito imaginar sem me preocupar com as possíveis fronteiras que possam existir. Imagino o momento em que Ele olhou fixamente para a mesa, pensando no melhor símbolo de sua breve passagem pela Terra. Havia, entre outras coisas, as romãs da Galiléia e as tâmaras do Egito. Deve ter estendido Sua mão para consagrar uma delas quando lembrou-se de que a mensagem que trazia era para todos os homens que habitavam a Terra. E talvez romãs e tâmaras não existissem em todo o mundo.

  • Poesia, palavra feminina

    Desde pelo menos Cecília Meireles soubemos que a mulher brasileira atingira o mais alto domínio da palavra posta em poesia. E outros nomes a seguiram: Marly de Oliveira, no final dos anos 50 do século passado, estreou com sua poesia nova, de que o livro de 1961, "Explicação de Narciso", foi a mais clara evidência de que a poesia feminina passara a representar o próprio país. Em seguida, tivemos, como temos ainda, Stella Leonardos e Astrid Cabral, entre muitas outras.

  • Bafio perigoso

    RIO DE JANEIRO - Manchete de ontem de um jornal: "A Copa é nossa". Tudo bem, é isso mesmo, a Copa do Mundo de 2014 será aqui mesmo. Temos vontade e tempo para preparar o torneio, dinheiro há de se arranjar, afinal, um evento mundial de tamanho porte é um desafio para obras de infra-estrutura que transcendem o esporte e já se tornaram dramaticamente necessárias.

  • Futebol quase sempre

    JÁ QUE O assunto é a Copa e a escolha do Brasil para realizá-la em 2014, vou entrar na onda. O anúncio da decisão da Fifa teve ares de feito nacional, com direito à presença do presidente da República, ministros, governadores dos maiores Estados da federação, além de uma comitiva menos votada de parlamentares, cartolas e sem-ingresso. Romário substituiu Pelé e deixou um enigma no ar: se vai ser ou não candidato a vice-prefeito do Rio de Janeiro, deixando a bola pelo bolo eleitoral.

  • Megabibliotecas da Colômbia

    Nas comemorações dos 110 anos da Academia Brasileira de Letras, o presidente Lula parecia à vontade e muito feliz. Depois de ler um discurso curto e formal, entregou-se ao prazer do improviso, com todos os seus riscos. Foi extremamente feliz, entendeu onde se encontrava, e citou as virtudes do livro para a cultura de um povo. Deu notícias de que o governo vai distribuir 110 milhões de livros didáticos para o ensino fundamental (alunos carentes) e tocou num ponto nevrálgico da vida brasileira: a ausência de bibliotecas públicas em mais de mil municípios: “Pois ainda no meu período de governo vou acabar com isso. Em cada cidade, não importa a região, haverá pelo menos uma biblioteca pública.” É a tarefa maior, em que hoje se empenha a Biblioteca Nacional, segundo a sua diretora-executiva, Célia Portella.