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Fim da Lava-Jato era morte anunciada

 

O fim da operação Lava-Jato era uma morte anunciada. Desde que Augusto Aras entrou na Procuradoria Geral da República, escolhido por Bolsonaro, o projeto era acabar com a operação; e conseguiu.

Incomodava muito ao governo e aos políticos a atuação autônoma e independente dos procuradores da Lava-Jato. Houve várias tentativas de contê-los, mas, com o apoio da opinião pública, conseguiram reverter situações e negociar com o STF e ir adiante.

O próprio STF, no último ano, tirou muito poder da Lava-Jato. E a cereja do bolo é a luta contra Sergio Moro, cuja parcialidade no caso do triplex de Lula será julgada no primeiro semestre. O STJ já negou o pedido de parcialidade do juiz, mas o STF vai dizer o contrário e o processo do triplex será anulado, voltará ao início e toda a operação Lava-Jato contra Lula será colocada em questão.

É essa a estratégia da PGR, do Congresso e do STF, para acabar com a Lava-Jato. Na prática, acabou a força-tarefa de Curitiba e, simbolicamente, com o que representa para o combate da operação no Brasil.

É a mesma coisa que aconteceu na Itália.

É impressionante como o establishment político se organiza da mesma maneira.

O Globo, 03/02/2021