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Artigos

 
  • Leão faminto

    Diário do Comércio (São Paulo), em 18/01/2005

    Foi o Diário do Comércio o primeiro jornal a denunciar o impostismo como forma de sacar do bolso dos habitantes do país, ricos, remediados e pobres, as receitas com que preenchem os rombos dados pelas más administrações e pela corrupção que campeia desenfreada, no vasto amparo fiscal do Brasil. O arranco do Diário do Comércio repercutiu e hoje estão acorrilhados ao mesmo movimento todos os órgãos de comunicação do país. Uma vitória pela qual rendemos graças aos nossos colegas.

  • Taj Mahal voador

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/01/2005

    José Sarney lembrou, em crônica da semana passada, a grita que a oposição da época fez contra JK por ocasião da compra de um avião Viscount para a Presidência da República. Sarney fazia parte do grupo chamado Bossa Nova, que era o mais radical na oposição ao governo. Lembro-me dessa campanha, que achava pueril. O avião não pertenceria a JK, e sim ao governo brasileiro -serviria a outros presidentes, inclusive àqueles que cassaram JK e o prenderam.

  • Efeito do regime

    Diário do Comércio (São Paulo), em 17/01/2005

    Não tenho dúvida nenhuma, nem a mais remota, que um empresário grande ou médio, pequeno em evolução para médio, não entregaria a direção de seus negócios à sra. Marta Suplicy. Uma senhora madura, com seus quase sessenta anos, que ocupou seu tempo em tratar de questões sexuais e a apresentar-se com o marido de grande família paulistana nos salões da cidade, não merecia confiança para ocupar um cargo de direção numa empresa, com empregados, produção, distribuição, propaganda de outros afazeres.

  • O fim da história

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 16/01/2005

    Filme de Billy Wilder absorveu um fato real ocorrido há tempos, na época em que a Guerra Fria vivia momentos de tensão. Um alto funcionário do Departamento de Estado vai se hospedar num hotel italiano famoso. Honrado pela deferência, o gerente informa que Benjamim Franklin também ali se hospedara, seus aposentos foram transformados em museu. Convidou o importante hóspede a visitá-lo. O maioral do Departamento de Estado recusou o convite. E explicou: "Para os nossos padrões, Franklin não passou de um comuna desprezível".

  • Cumprindo a sina

    O Globo (Rio de Janeiro), em 16/01/2005

    Alvíssaras, irmãs e irmãos, alvíssaras para todos os lados. Agradaria minha vaidade que fossem mais alvíssaras para mim do que para vocês, mas receio o contrário. São mais para mim, que hoje, depois de muito tempo, entro em férias e só volto daqui a quatro semanas. Desta vez pretendo dar o melhor de mim para não fazer nada, coisa difícil para quem se viciou em trabalhar. Não fazer nada requer estudo e experiência e talvez uma dose acentuada de fatores genéticos. Estou um pouco fora de forma, mas acredito que, com uma semana de recondicionamento intensivo, lá na ilha, posso almejar quem sabe uma menção honrosa, entre tantos conterrâneos ilustres em disputa. Quanto a vocês, melhores notícias ainda - um mês inteiro sem dar de cara comigo por estas bandas. Espero que gestos deste quilate sejam lembrados com gratidão no futuro, em que pese a ingratidão da vida.

  • Manual para subir montanhas

    O Globo (Rio de Janeiro), em 16/01/2005

    A) ESCOLHA A MONTANHA QUE DESEJA subir: não se deixe levar pelos comentários de outros, dizendo “aquela é mais bonita”, ou “esta é mais fácil”. Você irá gastar muita energia e muito entusiasmo para atingir seu objetivo, portanto, é o único responsável, e deve ter certeza do que está fazendo.

  • Variações sobre competência

    O Estado de S. Paulo (São Paulo), em 15/01/2005

    Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso acusam-se, reciprocamente, de "incompetência", fundamentando sua assertiva com a invocação de medidas falhas ou contraditórias. A bem ver, ambos podem ter razão, pois a administração pública é um acervo complexo de atos e providências, que somente pode ser apreciado em conjunto.A esta altura do mandato de Lula, não creio que se lhe possa negar competência, tendo razão o prezado amigo e confrade Antonio Ermírio de Moraes quando reconhece que ele representou uma "saudável surpresa", ao ter a coragem de abandonar algumas idéias econômico-financeiras, pleiteadas pelo PT na linha de um reformismo populista, para uma série de felizes decisões exigidas pelo desenvolvimento sustentado.

  • Salão de Paris

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 15/01/2005

    Mais uma vez, o mundo se curvará diante do Brasil. O mundo é Paris, onde teremos um salão dedicado ao Brasil. Governo e particulares já estão se preparando para o evento, quando se realizarão shows, mostras e palestras da efervescente cultura nacional.

  • Ação afirmativa e democracia madura

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 14/01/2005

    O começo da diferença do presente governo põe em causa a oportunidade da discussão das ações afirmativas. Remetem a uma condição típica da contemporaneidade quando o peso dos aparelhos coletivos e seus controles via de regra coíbem a expansão de novos avanços sociais. À inércia do já conquistado opõe-se à consagração de exigências subseqüentes de um fruir coletivo a que responde, basicamente, a idéia da realização universal da democracia.O que estaria em causa pois é a crise da visão tradicional da representação, pela qual um imaginário coletivo suporia sempre a flexibilidade desse duto, ou a ajustagem inevitável à pulsão de novas demandas de mudança. Um sentimento de maior justiça se deslocaria do liminar da sociedade à superestrutura das suas organizações de poder e da moção da máquina pública. A dita ação afirmativa porta a cunha da ruptura, em que a pressão social desborda um statu quo de melhoria coletiva, definida sempre em melhor repartição dos direitos humanos, individuais ou sociais, e novo grau de realização concreta de um estado generalizado de bem-estar.

  • Chegou o A-319

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 14/01/2005

    Em 1956, Juscelino comprou um avião para transportá-lo nas suas andanças. Eu era da gloriosa UDN, que combatia ferozmente o governo. Milton Campos contava que foi abordado por uma senhora já idosa: "O senhor não é o Milton Campos?". "Sim, senhora". "Pois eu, dr. Milton, sou da UDN roxa. Da nossa UDN da calúnia". Milton sorriu e disse: "Persevere."

  • Lula vai a Davos

    Diário do Comércio (São Paulo), em 14/01/2005

    Nos círculos empresariais, nos financeiros, nos bursateis, em suma, nos círculos econômicos, todos eles, Davos, a aprazível estação de ski da Suíça, sobressaiu no mundo como o centro por excelência do capitalismo realizador ou, simplesmente, como o capitalismo. A reunião de grandes magnatas, da imprensa especializada, dos observadores internacionais para as grandes empresas se reúnem em Davos e dali partem, depois de vários dias de encontros, com as diretrizes que o capitalismo vai seguir.

  • União Européia

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 13/01/2005

    Tomou posse, em novembro, na Presidência da União Européia, órgão executivo do bloco europeu, o ex-primeiro ministro de Portugal, José Manuel Durão Barroso, que assume as relevantes funções no instante em que estão sendo escritos os futuros capítulos da nova história e desenhados os mapas da geografia política e econômica do Século XXI, com grandes desafios, mas igualmente com imensas esperanças.

  • Converter os convertidos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 13/01/2005

    Continuo achando sem sentido a campanha que está sendo feita aqui no Rio contra a violência, baseada numa palavra de ordem: "Basta" -no momento, não sei se colocaram um ponto de exclamação, mas, com exclamação ou sem ela, a cruzada deve ser louvada pela boa intenção, não por sua eficácia.

  • Onde estão os homens bons?

    Diário do Comércio (São Paulo), em 13/01/2005

    Quem conhece e já consultou os documentos interessantes da história do município, tem familiaridade com a terminologia de épocas passadas. Uma delas é a terminologia do funcionamento da Câmara Municipal, a mais antiga instituição da representação popular em nosso país. As Câmaras foram logo depois do descobrimento instituídas nas fundações que iriam sendo preparadas para o povo estar preparado, a fim de ter a quem recorrer quando seus interesses foram esquecidos ou fraudados.

  • José Paulo, nesta epifania

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 12/01/2005

    A semana da epifania é a melhor moldura para a lembrança de José Paulo Moreira da Fonseca, falecido em começo de dezembro, deixando-nos a imagem plenária, na nossa geração, de uma vida do espírito chegada quase que à bem-aventurança. Não temos conjugação melhor do poeta e do pintor, numa incomparável conviviabilidade de perfil. Perpassa a obra, plástica e literária, o recado desta vigília de todos os amigos, reunidos na missa de 7º dia, no barroco de todos os mármores da Igreja de Santo Inácio. Vamos guardar esta presença leve, de scherzo, deste dom da comunicação, em que o reenvio entre o verso e a tela era a fórmula natural de um celebrar, da composição sempre luminosa de seu verso - traço, começado pela ''Elegia Diurna'' - ou das fachadas em que transformou em ícones o casario carioca.