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Lula vai a Davos

 

Nos círculos empresariais, nos financeiros, nos bursateis, em suma, nos círculos econômicos, todos eles, Davos, a aprazível estação de ski da Suíça, sobressaiu no mundo como o centro por excelência do capitalismo realizador ou, simplesmente, como o capitalismo. A reunião de grandes magnatas, da imprensa especializada, dos observadores internacionais para as grandes empresas se reúnem em Davos e dali partem, depois de vários dias de encontros, com as diretrizes que o capitalismo vai seguir.


Enquanto isso, Davos impondo-se como o centro do pensamento capitalista e do problema, sempre resolvido, das decisões de grande porte, em Porto Alegre se reúne o que sobrou depois da queda da União Soviética, e temos o socialismo, que nada construiu de duradouro no mundo, desde que foi lançado como a salvação da economia das nações e das empresas. São dois mundos, portanto, um do desenvolvimento e da elevação do padrão de vida das classes menos favorecidas, outro o atraso.


O presidente de uma nação como o Brasil, com seu futuro antecipado por muitas previsões, algumas estapafúrdias, o presidente dessa nação vai a Davos tomar conhecimento, na medida do possível e de sua restrita formação econômica e social, política e cívica. Não sabemos se aprendeu o necessário para tomar rumo definitivo na presidência que lhe coube por eleição. Mas, só o fato de ir a Davos, com a coragem que o caracteriza na presidência, terá boas lições para o exercício de seu cargo.


Em suma, o presidente vai a Canossa, não supomos se certo de aprender as lições do capitalismo internacional, mas vai a Canossa. Isso é que é importante para o Brasil. O presidente Lula é limitado nos seus conhecimentos numa penca de questões que exigem formação profunda, mas sempre aproveitou a viagem. Ir a Canossa, no caso, é um bom exercício e uma boa limpeza de cérebro, maculado pelo socialismo que malogrou rotundamente no mundo. Merece, pois, elogio.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 14/01/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 14/01/2005