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70 anos de Maracanã

 

No dia 16 de junho de 1950, o Estádio do Maracanã foi solenemente inaugurado. E eu lá estava, com quinze anos de idade, não como jogador de futebol, mas como representante da equipe de natação do América Futebol Club. Acompanhei à beira do gramado da seleção carioca para a paulista.

Pouco tempo depois, como torcedor, acompanhei a Copa do Mundo de 50, vibrando com jogadores como Zizinho, Ademir, Danilo e Jair. Era uma seleção notável e as goleadas iniciais jamais poderiam antever a existência do “Maracanazo”, na final contra o Uruguai, em que perdemos de 2 a 1. Foi uma choradeira geral.

Vivi dias memoráveis no Estádio Mário Filho, como cronista esportivo, de que me orgulhava muito, servindo à “Última Hora” e à “Manchete Esportiva”. Até é possível lembrar de Zico (Flamengo), Garrincha e Nilton Santos (Botafogo), Rivelino (Fluminense) e Roberto Dinamite (Vasco da Gama). Eram gênios da bola.

Não me sai da lembrança a campanha do América, em 50. Faltando três jogos para acabar o campeonato, tinha 5 pontos de vantagem. Foi derrotado pelo Bangu, o Botafogo e o Vasco (na decisão), perdendo o título, que só viria a conquistar ainda no Maraca, em 1960, quando derrotou o Fluminense por 2 a 1 (gol decisivo de autoria do zagueiro Jorge). Foi o último título do saudoso Mequinha.

Estive no Fla-Flu decisivo, em dezembro de 1963, ao lado de 194 mil torcedores (recorde para um jogo de clubes no estádio). E vibrei com a vitória do Brasil sobre o Paraguai, em1969, pelas Eliminatórias da Copa de 70. Havia 183.141 pagantes, o que jamais voltou a acontecer, principalmente porque o Maracanã passou por uma série de reformas que reduziram bastante a sua capacidade.

Nascido para ser do futebol, em 1950, tornou-se olímpico, em 2016. Mas teve outros usos, na verdade inesquecíveis, como foi o show de Frank Sinatra, em janeiro de 1980. Quase 190 mil pessoas vibraram com a histórica apresentação do “The Voice”. Era uma noite chuvosa, plateia vibrante, mas na hora do espetáculo, como por milagre, parou completamente a chuva e Sinatra pôde se apresentar, com a classe de sempre. O Maraca foi também das mulheres, com exibições primorosas de Martha (a melhor do mundo por seis vezes) e suas companheiras. O estádio tornou-se lendário e, assim, comemora seus 70 anos de glórias.

Portal da ABL, 22/06/2020