Essa publicação faz parte da coleção Coleção Afrânio Peixoto
[...] Afonso Arinos de Melo Franco levou seis décadas a redigir e publicar ensaios em livros, revistas e jornais. Desde 1927, quando escrevia sobre política internacional para o Diário de Minas, passando pela colaboração para outros periódicos de Belo Horizonte e para a Revista do Brasil em 1928, sua criação ensaística foi praticamente inesgotável.
A 16 de agosto de 1941, começou a divulgar artigos dominicais em A Manhã, órgão do governo, cuja seção literária, dirigida pelo seu amigo Cassiano Ricardo, contava com a colaboração de escritores como Ribeiro Couto, Vinicius de Moraes, Múcio Leão e vários outros. Em 15 de março do ano seguinte, principiou a fazer crítica literária para o Diário de Notícias. Porém o manifesto Ao povo mineiro, contra o Estado Novo de Getúlio Vargas, datado de 24 de outubro de 1943, que Arinos idealizara e do qual fora um dos signatários, motivou seu afastamento imediato. No mesmo dia, Assis Chateaubriand convidava-o a colaborar com os Diários Associados, onde seus artigos seriam publicados em O Jornal, no Diário da Noite e outros órgãos daquela cadeia jornalística.
Partimos, aqui, do pressuposto de que uma publicação acadêmica devia cuidar, primordialmente, de literatura, cultura e história, não apenas brasileiras, mas também mundiais. Como a crítica para o Diário de Notícias já fora recolhida em dois livros, optamos por reunir nesta coletânea a colaboração em A Manhã, seguida da contribuição de Afonso aos Diários Associados, de estudos publicados, um quarto de século mais tarde, pelo Jornal do Brasil, além de outros trabalhos diversos, históricos, literários e culturais. Os textos incluídos vão desde um artigo sobre Eça de Queirós, publicado em 1938, passando por ensaios sobre a situação internacional durante a II Guerra Mundial, até à aula magna proferida, em 1981, sobre "Cultura e nação", quase um testamento espiritual do autor. [...] [Da Introdução de Afonso Arinos, filho.]