Aí está a força do sociólogo FHC para encontrar os possíveis caminhos do Brasil da maturídade política, em busca do; jogo das alternativas de poder. O ex-presídente, com razão, mostra a impossibilidade do tucanato em chegar ao âmago do povão e do que o Brasil emergente vê, desde os últimos mandatos, como o Lula-lá. FH busca o respaldo eleitoral a partir desta constatação:pelos 56% de brasileiros que podem ser definidos como de uma nova ampla classe média ascendente. E em que termos, nela, as expectativas mais rápidas na prosperidade podem criar vínculos novos, suscetíveis de diferenciação política? O contributo do presidente-sociólogo é o de superar a ingenuidade em que as oposições envelhecidas continuam a pensar numa chegada pendular ao poder, nascendo da fortuna eleitoral, dos meros cansaços politícos de maiorias eventuais e dos contrastes de opinião sobre o desenvolvimento e sua maturida de histórica. A contundência da mensagem não ecoou, entretanto, na profundidade que possa, mesmo com um jejum político imediato, alicerçar as oposíções para um jogo estável e de maior chance de chegar ao Planalto. O que se vê, ao contrário, de parte das hostes contrárias à situação, são os clássicos realinhamentos sôfregos, e de aproximação com a Presidência Dilma, buscando as aparas de cargos e de quinhões orçamentários, que deixem à tona do negocismo político de sempre essas facções exiladas pelas vitórias do lulismo. O movimento atinge o próprio cerne da reserva de votos tucana, guardada em São Paulo e que se vê agora esvair no governo Alckmin, predestinado a todo novo anticlímax eleitoral.