[1] Moby Dick
[2]Alguém disse que, quando lemos um clássico pela primeira vez, realizamos, a bem da verdade, uma segunda leitura. Mais que um paradoxo, as linhas de força de um grande livro não deixam margem à dúvida.
[1] Alguém disse que, quando lemos um clássico pela primeira vez, realizamos, a bem da verdade, uma segunda leitura. Mais que um paradoxo, as linhas de força de um grande livro não deixam margem à dúvida.
[3] O presidente Bolsonaro quer ser dono de um partido político para controlar os fundos partidário e eleitoral. E por isso tem dificuldade de conseguir quem o receba. Esse foi o problema que aconteceu com o PSL, que virou o maior partido da Câmara por causa da eleição dele, mas já tinha um dono – como todos os outros – e houve um desentendimento por causa do dinheiro. O controle da verba é a base dos líderes partidários e é um dos problemas do sistema brasileiro. Criam-se partidos para controlar os fundos e ganhar dinheiro fácil.
[3] A dificuldade que o presidente Bolsonaro está tendo para encontrar sua décima legenda partidária não se deve, como é óbvio, à questão programática, mas a seu egocentrismo político. Tendo sido sempre do Centrão, como admitiu recentemente, ele trocou de legenda no mesmo grupo, mas nunca teve papel relevante dentro dele. Integrante do baixo clero legislativo, Bolsonaro nunca teve importância política e quer descontar o tempo perdido.
[6] O presidente Bolsonaro disse a assessores, conforme apurou o colunista Tales Faria, que estava nomeando o senador Ciro Nogueira para a Casa Civil porque precisava “salvar o governo”. Na verdade, quer salvar a si mesmo. No momento em que enfrenta adversidades como as fraudes reveladas pela CPI da Covid, os mais de 550 mil mortos pela pandemia, o escândalo das vacinas, a corrupção no Ministério da Saúde, a queda de popularidade e os cerca de 130 pedidos de abertura de processo de impeachment na Câmara dos Deputados, ele temia e teme um fim semelhante aos de Fernando Collor e Dilma Rousseff.
[8] Autor de 'Pedagogia do oprimido', publicado primeiro nos Estados unidos, em 1970, terceiro livro mais citado no mundo em matéria de ciências humanas, Paulo Freire faria, em setembro, 100 anos. Morreu com a fama de ser um autor esquerdista, embora tivesse a sua teoria fundamentada em princípios cristãos dos quais jamais se afastou.
[10] Estamos mais uma vez discutindo o modelo eleitoral. Vai da discussão sobre a urna eletrônica, que - diga-se - tem funcionado muito bem, até o modelo presidencialista, seus defeitos e suas vulnerabilidades.
[3] Ao admitir que sempre fez parte do Centrão nos seus anos de Congresso, o presidente Bolsonaro desnuda mais uma das muitas manobras políticas que engabelaram boa parte de seus eleitores em 2018, em busca de um salvador contra a corrupção dos hábitos políticos. Muitos outros votaram nele sabendo exatamente de quem se tratava, mas interesses pessoais de toda sorte levaram a que aderissem a uma candidatura que só poderia dar no que deu, um governo disfuncional e absolutamente sem rumo. Que tem o único objetivo de destruir o que foi construído desde a redemocratização do país, transformando-o em uma arena regressiva guiada pela incitação ao ódio.
[13] O amor foi uma invenção dos dramaturgos gregos que acabou se tornando piloti indispensável, fundamento básico na construção da civilização ocidental. Sem sua criação, não haveria família, nem disciplina religiosa ou conceito de pátria, nada disso. Não haveria nem mesmo a mera ideia de amizade ou de simples colaboração entre seres humanos. O amor é mais uma dívida preciosa contraída pela civilização junto aos gregos de muito antigamente, o mais moderno e sempre renovável instrumento de integração social entre pessoas e bandos.
[3] O general Mourão fez uma análise correta sobre a adesão de Bolsonaro ao centrão, avaliando que o eleitor dele pode ficar confuso com o episódio. Acontece que Bolsonaro não tem outra escolha, a não ser se entregar ao centrão. E a partir daí, corre o risco de perder parte do eleitorado. Ele joga com o risco de que o candidato adversário será Lula, que não será o escolhido pelo eleitor arrependido ou decepcionado, e nesse ponto ele tem razão.
[3] O enredo do governo do presidente Bolsonaro parece ter sido escrito por um roteirista bêbado que, farto de ganhar a vida com trabalhos medíocres, resolveu, no meio do caminho, ter um ataque de sincericídio e reescrever a história como ela é, e não como a encomendaram.
[8] Até que idade se pode permanecer na ativa? O certo é que não existe uma resposta precisa para essa pergunta. Veja-se o caso do escritor e pensador francês Edgard Morin. Ele está completando 100 anos e segue escrevendo, dando ao mundo o resultado de uma experiência que parece não ter fim.
[3] Diante das manifestações do deputado Artur Lira e do ministro da Defesa, general Braga Neto, estou convencido de que houve o comentário, alguém ouviu e contou para o presidente da Câmara. Não acredito que tenha sido recado, ou ameaça do general. Provavelmente, uma bravata numa conversa informal. É claro que o comentário existiu, e nenhum dos dois desmentiu a história categoricamente. De qualquer maneira, não é bom saber que o ministro da Defesa faz esse tipo de comentário.
[3] As coisas não mudam no Brasil e o presidente Bolsonaro continua com a pose de político sério, que não BRE margem para negociações políticas que incluam toma lá, dá cá. E chega a ser impressionante que ele continue representando para boa parte dos eleitores uma solução para o país, depois de tudo o que fez, que disse e desdisse. Acabou com o combate à corrupção e a Lava-Jato, ajudado pelo procurador Augusto Aras, que agora indicou para recondução para mais dois anos.
[3] Aprovar qualquer mudança do sistema de governo, seja para o parlamentarismo ou o semipresidencialismo, a um ano da eleição presidencial é golpe contra os dois principais candidatos no momento segundo as pesquisas eleitorais: o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro.
[1] A mônada e a morte. Conjugá-la na primeira pessoa – no modo indicativo e no presente. Já não se podem convocar terceiros.
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