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Notícia

  • ABL comemora 400 anos do Padre António Vieira

    Publicada em 08/04/2008

    A instituição realiza hoje a segunda Mesa-Redonda dedicada à análise da vida e obra do jesuíta português que fascinou o mundo, mas manteve o coração em Portugal e no Brasil.
  • Ato libertário de 90 minutos

    Publicada em 14/02/2008 (atualizada em 15/02/2008)

    "A Casa dos Budas Ditosos", peça baseada na obra homônima do acadêmico João Ubaldo Ribeiro, estréia no palco do Credicard Hall, nos dias 29/2 e 1º/3.
  • Imortal na feira

    Publicada em 24/01/2008 (atualizada em 25/01/2008)

    O acadêmico João Ubaldo Ribeiro participa de bate-papo na Feira Hype, dia 26, no Goethe-Institut.

Artigo

  • A guerra da dengue

    Com mais de mil notificações por dia, peço desculpas, mas a dengue continua a ser - e não só para quem mora no Rio - o assunto mais importante. É consternador ver nesta condição uma das maiores e mais belas cidades do mundo. Cada vez mais convivem nela, grotescamente, a era neolítica e a alta tecnologia, a civilização e a barbárie, a alegria e o medo, tudo com o denominador comum da mais completa insegurança e do quase completo desamparo. Dengue, uma doença considerada erradicada há décadas, marca eloqüente de degradação, descaso e atraso. Nada mais natural que os cariocas, assim como seus parentes que vivem em outras cidades, entrem em pânico gradualmente, vendo em si mesmos, seus vizinhos ou membros da família, que não se trata de onda da imprensa ou exploração política, mas da morte cujas formas mais agressivas atingem principalmente as crianças, transportada e entregue por um bichinho de asas que pode estar em qualquer parte. Morte mais de 20% acima do tolerado pela OMS.

  • As causas da dengue

    Aprendendo a viver mais perigosamente a cada dia, os residentes da cidade do Rio de Janeiro agora estudam com afinco táticas para evitar o contágio da dengue, não sem certa razão, porque o governo, o que lá seja isso aqui, por enquanto ainda não mostrou sua estonteante eficiência e ainda não promoveu uma reunião com os dirigentes do tráfico, cuja concordância, como se sabe, é necessária para tudo o que se faz na cidade. Na verdade, foi até comovente o ritmo impresso à criação de uma frente de emergência para o combate à doença. Criou-se a entidade numa semana e esperou-se o feriadão após a seguinte para estabelecê-la - emergência da braba mesmo. Vinte vezes a mortandade considerada inevitável pela Organização Mundial de Saúde, mas nós somos mesmo um país nascido para os recordes.

  • O mosquito é nosso

    Na semana passada, segundo queixas de alguns, escrevi com melancolia, ou mesmo amargor, sobre a velhice. Tudo pela busca do melhor para o freguês: fiz o sacrifício de reler o que escrevi, mas não achei nem melancolia nem amargor. Deve ser a idade. E, de qualquer forma, tenho visto manchetes animadoras, como esta que aqui repousa em minha mesa, embora já antiga para jornal. Informa, com letras às quais só faltam umas estrelinhas cintilantes para lhes realçar o brilho orgulhoso, que os governantes (espero estar usando um termo aceitável por eles; se não estiver, por favor mandem me dizer qual devo empregar, que mudo instantaneamente) do Complexo do Alemão, território carioca de jurisdição controvertida, permitiram a visita do governador Pezão e autorizaram a realização de obras públicas no local. Enquanto meus olhos certamente também brilhavam, li ainda que fizeram a gentileza de remover uma das barreiras destinadas a impedir o tráfego de veículos com cujos passageiros os ditos governantes mantenham divergências de natureza comercial.

  • Alegrias da velhice

    Até ficar velho, operação antigamente simples e natural, resumível na venerável sentença “quem não morre fica velho”, está se tornando cada vez mais complicado, a ponto de, receio eu, causar algumas crises de identidade nesse cada vez mais vasto contingente da população. Acho que vou sugerir a criação, nas faculdades de Filosofia, de um curso de epistemologia da velhice, porque a confusão, pelo menos entre os menos ilustrados, como eu, aumenta a cada dia.

  • Viroses da vida

    Há os maldosos que dizem que eu deveria sempre encerrar esta coluna com a frase 'desculpem qualquer coisa'. Assistir-lhes-á, talvez, razão, como essa mesóclise aí poderá corroborar. Mas começar com 'desculpem qualquer coisa' nunca me havia ocorrido até hoje, como está acontecendo agora. Bem verdade que posso gabar-me em mais uma vez ingressar na Galeria dos Heróis Desconhecidos do Jornalismo, informando que, no momento, me encontro acometido de crudelíssima virose e obrigado a violentar o corpo mole, a mente rateante e a vontade de cair na cama para não deixar de cumprir o dever profissional. Mas o leitor não tem nada com isso e, virose ou não virose, é seu direito encontrar no mesmo lugar a coluna que espera, nem que seja para amassá-la como todo domingo, ou novamente declarar no boteco que não vai perder tempo em ler porcaria. O dever do jornalista é multifacetado e até essas pequenas alegrias ele deve, quando pode, proporcionar sem ver a quem, em mundo tão eivado de tragédias e assombrações.

  • Só faltam uns retoques

    Na semana retrasada, já tive a oportunidade de observar penitentemente que vamos muito bem. Na semana passada, sedento de assuntos que servissem para um pau-mandado da conspiração da grande imprensa ou para um mercenário dos sórdidos interesses da Zelite ou qualquer dessas outras condições das quais de vez em quando me acusam, procurei avidamente de que falar mal e, suprema humilhação, não encontrei praticamente nada. Pelo contrário, a julgar pelas notícias que ouço e leio, pelos comerciais do governo e pelo que o presidente diz, acho que devo concluir que o famoso primeiro mundo está cada vez mais próximo e que, assim como quem não quer nada, praticamente chegamos lá e nem notamos.

  • Pequenas assombrações de verão

    No fim deste mês, como todo ano, deverei passar uns dias em Itaparica. A vida está parecendo cada vez mais que quer dar a apressadinha do fim, os amigos vão sumindo, dá saudades da infância, que os anos não trazem mais. No caso de Itaparica, não é impossível que a própria ilha suma, porque o nível do mar está subindo e todas as ilhas como ela desaparecerão. Num futuro bem remoto, quem sabe, talvez até questionem sobre se a ilha alguma vez existiu mesmo, como hoje fazemos com Atlântis. Entrarei na História, Deus permitindo, como um dos maiores mentirosos brasileiros de todos os tempos, inventor até de uma ilha e seus habitantes.