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Artigo

  • Perspectiva eleitoral

    Os mais diversos boatos circulavam na ilha, a respeito do inexplicado sumiço de Zecamunista. Não deixou sinal de seu paradeiro, nem mesmo entre os amigos e correligionários mais chegados. Uns especularam que, como aconteceu da vez em que ele desapareceu na Amazônia durante quatro anos e depois ressurgiu em Belém, casado com três índias e dando uma entrevista coletiva sobre a poligamia como agente de justiça social, ele tornara a embarcar numa missão impossível e muito tempo iria passar sem que puséssemos os olhos nele. Outros, menos imaginosos, suspeitaram de novo episódio galante, em que a reação de algum marido ofendido o forçara a procurar refúgio alhures. E, com tal indefinição, chegou-se a temer que, dessa feita, o marido afrontado não tivera tão má pontaria quanto seus inúmeros predecessores.

  • Será que alguém vai em cana?

    Ao que parece, estamos vivendo um momento histórico sem precedentes. Acostumados a ver a ladroagem, a trapaça, o enriquecimento ilícito, a falcatrua, o abuso de poder, o tráfico de influência, a irresponsabilidade, a ausência de espírito público e tantos outros vícios transformados em regra na nossa vida pública, sem que nunca os muitos denunciados sejam punidos ou sofram a não ser contratempos menores, é natural que estranhemos as condenações de que estão sendo alvo os réus do mensalão. Somos hoje um país de Tomés, o bom apóstolo que quis ver para crer.

  • Matando com eficácia

    A vida cada vez vale menos, como se vê a todo instante. No Brasil, não vale nada, ou quase nada. Vale em nossas leis, se bem que cada vez mais desdentadas e avacalhadas pelas chicanas processuais que propiciam, notadamente para os ricos. Na prática, o que vemos é gente agonizando abandonada nos hospitais públicos e mortes violentas por todos os lados. O jovem delinquente compra sua primeira pistola e, para experimentá-la, mata alguém na primeira oportunidade. Um homem, como aconteceu não faz muito em Brasília, mata a namorada e, no dia seguinte, comparece a uma delegacia, revela o crime, entrega o corpo da vítima e a arma, e é também solto na hora.

  • A igualdade social no boteco

    - Tu tá com uma cara que eu vou te contar! Que foi que houve, isso tudo já é tristeza antecipada pela derrota? O jogo ainda é às seis e meia, até lá tu pode fingir que é feliz, pode até sonhar que o Flamengo vai se dar bem. E não precisa chorar, que não vai ser de goleada, o Vasco não está aí para humilhar ninguém, nem mesmo o Flamengo, não precisa.

  • Fé em São Dimas

    Na ilha, a situação nacional, como sempre, é acompanhada atentamente. E há repercussões interessantes, como o mais novo filho de Bilibiu da Misericórdia. Bilibiu está entradinho nos anos, mas continua, depois de uns vinte ou trinta filhos com esposas e raparigas diversas, em franca atividade procriativa. Contam-me que ele confessa aos amigos que quer parar. “Mas não posso, tenho mulher para atender, tenho responsabilidade”, diz ele. E, na terra que já deu ao mundo Edminoelsons, Crismátemos, Agalateias, Voshitonluizes, Rosexcelsas, Widmarksons e tantos outros exemplos de criatividade onomástica, ele se destaca pela originalidade com que costuma batizar os filhos. Assim de cabeça, para citar apenas alguns, lembremos Compulsórimo José (pedreiro hoje em Salvador, assim chamado em alusão ao empréstimo compulsório), JKBrasílica (professora primária também radicada em Salvador, cujo nome verdadeiro não tem essas três iniciais maiúsculas porque o escrivão bronqueou) e Raimundo Jangojânio (barraqueiro na feira de São Joaquim, igualmente radicado em Salvador, nome em clara homenagem aos dois presidentes).

  • Perdão, leitores

    Vergonha mate-me, mas algum dia eu tinha que dizer o que vou dizer hoje: de vez em quando um leitor me observa gentilmente que eu repeti boa parte de uma crônica ou artigo já publicados. Geralmente nem confiro, porque sei que é a cruel verdade. Mas preciso defender-me um pouco, antes que me tenham em má conta e o jornal me dispense por vender serviço velho como novo. Na verdade, suspeito que já escrevi algumas vezes o mesmo texto, com alterações muito pequenas, para publicações diversas, em épocas diversas. Não dá para verificar, porque acredito que o total do que já escrevi para jornais e revistas encheria uma sala ampla até o teto, mas a suspeita é grande. Só que eu acho que mereço alguma indulgência, por parte dos mais rigorosos, que felizmente não parecem ser muitos.

  • Não sirvo, sirvo-me

    Acho que todo mundo já se intrigou, ou se intriga a cada dia, com a constatação de que a vida pública, segundo os que exercem o poder político, é duríssima e exige todo tipo de sacrifício e, não obstante, ninguém que está no poder quer deixá-lo. É um paradoxo curioso e não duvido que, entre parlamentares, por exemplo, exista quem tenha a cara de pau de afirmar que com isso se demonstra o espírito cívico do brasileiro, disposto a doar a própria vida à nação, pois, conforme está no Hino Nacional, quem adora a pátria não teme a própria morte, quanto mais algumas inconveniências perfeitamente suportáveis para um espírito forte, determinado e norteado por ideais.

  • Luz, câmera, esculhambação

    Meu avô de Itaparica, o inderrotável Coronel Ubaldo Osório, não era muito dado a novas tecnologias e à modernidade em geral. Jamais tocou em nada elétrico, inclusive interruptores e pilhas. Quando queria acender a luz, chamava alguém e mantinha uma distância prudente do procedimento. Tampouco conheceu televisão, recusava-se. A gente explicava a ele o que era, com pormenores tão fartos quanto o que julgávamos necessário para convencê-lo, mas não adiantava. Ele ouvia tudo por trás de um sorriso indecifrável, assentia com a cabeça e periodicamente repetia "creio, creio", mas, assim que alguém ligava o aparelho, desviava o rosto e se retirava. "Mais tarde eu vejo", despedia-se com um aceno de costas.

  • Transtornos e desordens

    De uns tempos para cá, é cada vez mais forte a tendência a não se ver o indivíduo como responsável pelos próprios atos. No terreno da ciência social esquerdoide, o sujeito é assaltante porque lhe faltaram oportunidades, não teve educação, vive numa sociedade consumista, foi vítima de bullying e mais quantos indicadores se concebam, em pesquisas cujos resultados são definidos pela própria formulação e, muitas vezes, não passam de manipulações pseudoestatísticas, destituídas de base sólida. Enxergam-se relações de causa e efeito inexistentes, que resistem até mesmo à óbvia verdade de que a ampla maioria dos que enfrentaram e enfrentam essas situações não é de delinquentes.

  • A corrupção na ilha

    Estes assuntos de corrupção não são objeto de unanimidade, em Itaparica. Na verdade, receio ter de admitir que a corrente ideológica liderada pelos irmãos Toninho e Jorginho Leso - assim chamados, não apenas porque filhos do finado Roque Leso, mas por serem, no geral, ainda mais lesos que o pai - vem crescendo em importância e hoje pode ser tida como uma força política de peso. No entendimento dos Lesos, como já tive oportunidade de explicar aqui, o dinheiro, por ser público, não tem dono e, portanto, todos os que podem devem botar a mão nele, está lá para isso mesmo. E quem não pode meter a mão trate de dar um jeito de poder, é assim que se sobe na vida.

Boletim

  • Ano 2012

    Sessão Comemorativa dos 115 Anos de Fundação da ABL

    Publicado em 19/07/2012

    Comemora-se na sessão solene de hoje, dia 19 de julho, os 115 anos de fundação da Academia Brasileira de Letras. O orador oficial é o Acadêmico Alberto Venancio Filho. Durante a solenidade serão entregues os prêmios literários de 2012, para obras publicadas em 2011, assim conferidos: Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto da obra, a Dalton Trevisan; Prêmio ABL de Poesia a Manoel de Barros, pelo livro Escritos em verbal de ave; Prêmio ABL de Ficção a Alberto Mussa, pelo livro O Senhor do lado esquerdo; Prêmio ABL de Ensaio e Crítica Literária a Ricardo Leão, pelo livro Os Atenienses: a invenção do cânone nacional; Prêmio ABL de Literatura Infanto-Juvenil a Marisa Lajolo, pelo livro O Poeta do exílio; Prêmio ABL de Tradução a Rubens Figueiredo, pela tradução de Guerra e paz de Tolstói; Prêmio ABL de História e Ciências Sociais a Caio César Boschi, pelo livro Exercícios de pesquisa  histórica. O Prêmio ABL de Cinema será entregue a Marcelo Rubens Paiva, pelo roteiro do filme Malu de Bicicleta. Na mesma sessão será entregue ao escritor Geneton Moraes Neto a Medalha João Ribeiro.

  • Ano 2012

    115 anos da Academia Brasileira de Letras

    Publicado em 12/07/2012

    Comemora-se na próxima quinta-feira, dia 19 de julho, em sessão pública, os 115 anos de fundação da ABL. Na ocasião, serão entregues os Prêmios Literários da ABL de 2012, para obras publicadas em 2011, assim conferidos: Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto da obra, a Dalton Trevisan; Prêmio ABL de Poesia a Manoel de Barros, pelo livro Escritos em verbal de ave; Prêmio ABL de Ficção a Alberto Mussa, pelo livro O Senhor do lado esquerdo; Prêmio ABL de Ensaio e Crítica Literária a Ricardo Leão, pelo livro Os Atenienses: a invenção do cânone nacional; Prêmio ABL de Literatura Infanto-Juvenil a Marisa Lajolo, pelo livro O poeta do exílio; Prêmio ABL de Tradução a Rubens Figueiredo, pela tradução de Guerra e paz, de Tolstói; Prêmio ABL de História e Ciências Sociais a Caio César Boschi, pelo livro Exercícios de pesquisa  histórica; e o Prêmio ABL de Cinema a Marcelo Rubens Paiva, pelo roteiro do filme Malu de Bicicleta. A Medalha João Ribeiro será entregue ao escritor Geneton Moraes Neto.

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