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Notícia

  • AO VIVO: Conferência especial homenageia o Acadêmico Miguel Reale

    Publicada em 09/11/2010 (atualizada em 10/11/2010)

    Assista ao vivo a homenagem ao Acadêmico Miguel Reale, com a realização da conferência "Das finanças ao direito à cultura - um filósofo da liberdade e da dignidade humana", que acontece na Sala José de Alencar, com a presença do Prof. Guilherme d'Oliveira Martins, Presidente do Tribunal de Contas de Portugal, como conferencista. Entrada franca. Clique na imagem à esquerda para assistir ao vivo.
  • AO VIVO: "A indigência do tempo" encerra o ciclo "Tempos novos, tempos nossos" de hoje

    Publicada em 08/11/2010 (atualizada em 09/11/2010)

    Assista ao vivo ao encerramento do 7º Ciclo de Conferências, sob o tema "Tempos novos, tempos nossos", que acontece no Teatro R. Magalhães Jr. e conta com a presença do Professor Marco Lucchesi, falando sobre "A indigência do tempo". Entrada franca. Clique na imagem à esquerda para assistir ao vivo.

  • "A indigência do tempo" encerra o ciclo "Tempos novos, tempos nossos"

    Publicada em 08/11/2010 (atualizada em 09/11/2010)

    A Academia Brasileira de Letras convidou para o encerramento do 7º Ciclo de Conferências, sob o tema "Tempos novos, tempos nossos", que aconteceu no dia 9 de novembro, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., e contou com a presença do Professor Marco Lucchesi, falando sobre "A indigência do tempo". A entrada foi franca.
  • Morre em Belo Horizonte o Acadêmico Padre Ávila

    Publicada em 05/11/2010 (atualizada em 06/11/2010)

    O corpo do Acadêmico carioca, ex-Reitor da Pontifícia Universidade Católica (PUC), falecido no dia 6 de novembro, aos 92 anos, em Belo Horizonte, foi sepultado às 16h no Cemitério Bosque da Esperança.  O Predidente da ABL, Marcos Vilaça, determinou que a Academia guarde luto de três dias e que a bandeira da  instituição seja hasteada a meio mastro. Sessão de Saudade será realizada na quinta-feira, dia 11 de novembro.

Artigo

  • Aprendendo a conviver com a morte

    Numa semana que teve em seu início o Dia de Finados a pergunta até que cabe: como aprendem os médicos a conviver com a morte? De forma gradual, é a resposta. Coisa que constatei por experiência própria. Nosso curso começava, classicamente, com a disciplina de anatomia. Depois de algumas aulas teóricas, fomos um dia levados para o necrotério da faculdade, que ficava no andar inferior do prédio da Rua Sarmento Leite. As portas se abriram; sobre as mesas de alumínio, estavam cerca de 20 corpos, rígidos, à nossa espera. O cadáver que tocou a nosso grupo era o de uma mulher, ainda jovem, fisionomia inexpressiva. Muitas vezes interroguei-me a respeito de quem, afinal, teria sido essa pessoa; mas nunca consegui pensar nela como um ser humano, mesmo porque, preservado pelo formol, o cadáver adquiria uma aparência de coisa sintética. Algo, se não benéfico, pelo menos pragmático: à entrada do necrotério, bem poderia estar inscrita uma paráfrase de Dante: “Deixai de lado todas as emoções, ó vós que aqui entrais, e pensai exclusivamente no aprendizado da profissão.” A morte agora tinha penetrado em nossas vidas e delas não mais sairia. Na fase clínica do curso estagiávamos na Santa Casa, onde casos graves eram a regra. Muitas vezes chegávamos de manhã e víamos, sobre o leito que até a noite anterior havia sido ocupado por nosso paciente (uma pessoa com a qual não raro estabelecíamos laços de amizade), o colchão enrolado. Cena tão eloquente como desanimadora. Como desanimador, apesar de instrutivo, era proceder à necropsia desses pacientes. Obedecendo a uma necessidade interior, íamos construindo nossas defesas contra a angústia, resultantes do conhecimento técnico e científico, que condicionava nosso modo de pensar, e até o de falar, o jargão médico: “Ele fez um edema agudo de pulmão...” Ele fez: era o paciente que tinha feito o edema agudo de pulmão, o seu corpo. Desse corpo era a responsabilidade do óbito que aliás raramente presenciávamos. A mim, particularmente, o momento da verdade chegou quando eu já era residente em Medicina Interna. Uma noite atendemos, no Hospital São Francisco, uma mulher que havia sido internada por grave insuficiência renal. Seu estado era absolutamente desesperador, e ali estava o grupo de médicos lutando para salvar a pobre criatura. Esforço inútil porque, como previsto, a paciente acabou morrendo. Curvado sobre ela, presenciei o momento exato do óbito: o relaxamento da musculatura facial, uma súbita e impressionante palidez, e pronto, a vida a deixara, dissolvera-se nas trevas da noite lá fora.

  • A ilusão dos antibióticos

    As notícias sobre a rápida disseminação da superbactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC) teve pelo menos um mérito: trouxe à baila a questão do mau uso de antibióticos. O que não é um problema novo, e apareceu já com o lançamento dos primeiros antibióticos, à época da Segunda Guerra. Assim, a penicilina, que ao surgir era 100% eficaz contra o estafilococo, teve essa eficácia reduzida em algumas décadas para 10%. Nos anos 90, um levantamento mostrou que, em apenas quatro anos, a porcentagem de enterococos (bactéria intestinal) resistentes à vancomicina aumentou 20 vezes. A cefalexina, que, quando apareceu, era eficaz contra todas as infecções urinárias, agora só pode ser usada em 30% dos casos. Também a ampicilina perdeu muito de sua utilidade. Um estudo publicado no “New England Journal of Medicine” mostrou que, em três anos, dobrou a resistência dos estreptococos causadores de pneumonia. Assim como compromete o ambiente, o ser humano está comprometendo os recursos que poderiam ser usados contra doenças. Isto resulta, antes de mais nada, de um uso excessivo desse tipo de medicamento. Nos Estados Unidos, cerca de 25 mil toneladas de antibióticos são administradas anualmente. E de forma equivocada: 75% dos casos, tratam-se de infecções respiratórias. Destas, a maioria resulta de vírus, contra os quais os antibióticos não têm efeito. Ao problema da prescrição equivocada, temos de associar a automedicação. As pessoas se veem rodeadas por inimigos invisíveis, que é preciso combater; e aí, dê-lhe antibiótico. Uma verdadeira mania. Mais um fato: 70% dos antibióticos vendidos nos Estados Unidos e provavelmente em outros países são dados a animais, também em caráter “preventivo”. Com isso, aumenta a quantidade de germes resistentes. Resolver esse problema vai nos melhorar como sociedade. Precisamos tomar consciência de que nosso ato imprudente, ainda que no curto prazo não nos prejudique, resultará num risco geral: atualmente, as infecções por germes resistentes matam mais de 70 mil pessoas por ano nos Estados Unidos. A ilusão dos antibióticos custa caro. Perguntem à superbactéria.

  • Se eu tivesse um barco...

    Durante anos, Rubem Braga publicava ao fim de suas crônicas na revista “Manchete” uma seção sob o título “A poesia é necessária”. Evidente que os poetas escolhidos eram os de sua preferência. Imitando o mestre, gostaria de transcrever um pequeno poema de Ribeiro Couto intitulado “Cais matutino”.

  • O poder das pontas

    "Será que precisamos de regiões hegemônicas, de figuras hegemônicas?" Quando eu estudava física, no colégio (isso mais ou menos na pré-história) falava-se de algo chamado o poder das pontas, ou seja, a capacidade que têm objetos pontiagudos de atrair e de concentrar energia, o para-raios sendo disso um exemplo clássico. Mas o poder das pontas pode servir de metáfora para muitas situações, inclusive na política, coisa que pode ser lembrada nos 80 anos da Revolução de 1930, que, segundo o historiador José Murilo de Carvalho, colocou o Brasil no rumo da modernidade. O movimento teve início num estado que era, e é, a ponta do Brasil, o Rio Grande do Sul, uma ponta encravada, por assim dizer, no Cone Sul da América Latina, no antigo domínio hispânico, do qual na verdade fazia parte de acordo com o Tratado de Tordesilhas. A região foi conquistada a ferro e fogo, e isso inaugurou uma tradição guerreira que se prolongaria por séculos, simbolizada na figura do gaúcho e expressa numa forte tradição. Por sua história, e por sua posição geográfica, o Rio Grande do Sul sempre teve uma forte consciência de sua identidade, o que aliás gerou, em 1835, um movimento de rebeldia contra o governo central, a Revolução Farroupilha, que, a rigor, foi derrotada, mas que até hoje é celebrada no dia 20 de setembro. Por outro lado, e por causa da enorme distância que o separa do centro do país, as elites gaúchas sentiam-se marginalizadas nos grandes processos decisórios que, nos anos 1920, dependiam sobretudo da política café-com-leite, da união entre São Paulo e Minas Gerais.

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