ABL divulga ganhadores dos Prêmios ABL 2007 e Afrânio Coutinho
Publicada em 18/07/2007
Publicada em 18/07/2007
Publicada em 17/07/2007
Publicada em 17/07/2007
Publicada em 17/07/2007
Leia na íntegra a notícia veiculada na coluna de Marcia Peltier, no Jornal do Commercio, sobre o livro "História da Literatura Brasileira", de Carlos Nejar.
Publicada em 17/07/2007
Publicada em 17/07/2007
Cerca de 200 pessoas ovacionaram o documentário "Português, a Língua do Brasil".
Publicada em 17/07/2007
Visita Guiada e Espaço Machado de Assis da ABL são destaques no caderno Rio Show, do jornal O Globo. Segundo o colunista João Sette Camara, "um programão".
Publicada em 17/07/2007
Publicada em 17/07/2007
Nos chás que antecedem as sessões da Academia Brasileira os confrades costumam me assediar sobre temas da corte brasiliense. Fujo deles. Brincam comigo dizendo que é para minorar meus arroubos de pernambucanidade. Esses, não os dispenso. Pernambuco é a minha idéia fixa.
Nenhuma religião consegue sobreviver apoiada só em milagres. Os milagres podem ser o começo de tudo, mas a natureza humana logo se acostuma com o sobrenatural e passa a tratá-lo de maneira displicente, como se fosse uma coisa comum. A busca espiritual, esta sim, sobrevive porque existem pessoas muito capazes de se aventurar no desconhecido. Claro que, além de muita coragem, é preciso ter paciência para escutar comentários irônicos daqueles que acham que a razão é capaz de resolver todos os problemas do universo. Certa vez, um produtor que trabalhava na TV BBC procurou o franciscano Agnellus Andrew, exigindo uma prova de existência do Céu e do Inferno. A resposta do padre veio curta e direta: “Basta morrer”.
Em um lugar que fica entre a França e a Espanha existe uma cadeia de montanhas. E é exatamente nesta cadeia de montanhas que fica uma aldeia chamada Argeles. E é nesta aldeia que existe uma ladeira que leva até o vale. Todas as tardes, um velho sobe e desce a ladeira. Quando fui para Argeles pela primeira vez, não reparei nisso. Já, da segunda vez, vi que um homem sempre cruzava comigo. E, cada vez que eu ia àquela aldeia, reparava mais e mais detalhes nele – a roupa, a boina, a bengala, os óculos. Hoje em dia, sempre que eu me lembro da cidade, também penso naquele velhinho - embora ele não saiba disto. Uma única vez tive a oportunidade de conversar com ele. Querendo fazer uma brincadeira com aquele senhor, perguntei: “Será que Deus vive nestas lindas montanhas que estão todas a nossa volta?”. “Deus vive”, disse o velhinho para mim, “exatamente nos lugares onde deixam Ele entrar”.
Durante uma viagem, recebi um fax de minha secretária: “Falta um tijolo de vidro para a reforma da cozinha”, dizia ela. “Envio o projeto original e o projeto que o pedreiro usará para compensar a falta”. De um lado, havia o desejo de minha mulher: fileiras de tijolos de vidro. Do outro lado, o projeto que resolvia a falta de um tijolo: um quebra-cabeças, em que os quadrados de vidro se misturavam. “Comprem o tijolo que falta”, escreveu minha mulher. E o desenho original foi mantido. Quantas vezes, pela falta de um tijolo, deturpamos o projeto original de nossas vidas?
Um homem ouviu falar que um alquimista perdera uma famosa pedra filosofal, que tinha o dom de transformar em ouro todo metal que tocava. Como não sabia exatamente o aspecto da pedra filosofal, o homem começou a pegar todos os seixos que encontrava pelo caminho, colocando-os em contato com a fivela de seu cinto. Assim, caminhava por todo lugar, testando um seixo atrás do outro. Certa noite, antes de dormir, deu-se conta de que a fivela de seu cinto havia se transformado em ouro! Mas, qual das pedras que encontrou naquele dia tinha sido? O que começou como uma aventura transformou-se numa obrigação aborrecida. Percorrera o caminho certo, e deixara de prestar atenção ao milagre que o esperava, obcecado por fazer fortuna.
O sábio Confúcio estava meditando à sombra de uma árvore quando foi interrompido por alguns de seus discípulos, que queriam lhe fazer perguntas. “O que é um bom professor?”, questionaram eles. Confúcio respondeu: “O bom professor é o que examina tudo aquilo o que ensina para seus alunos. As idéias antigas não podem escravizar o pensamento do homem, porque elas se adaptam e ganham novas formas. Então, tomemos a riqueza filosófica do passado, sem jamais perder de vista os novos desafios que o mundo presente nos propõe”.