
A âncora que falta
É raro o dia em que, com ou sem motivo, não lembro do Antonio Callado. Fomos amigos durante anos, companheiros de Redação, de editora e de cela no hediondo quartel da Polícia Militar, na rua Barão de Mesquita.
É raro o dia em que, com ou sem motivo, não lembro do Antonio Callado. Fomos amigos durante anos, companheiros de Redação, de editora e de cela no hediondo quartel da Polícia Militar, na rua Barão de Mesquita.
Não sei se é verdade, mas sempre ouvi dizer que o pessoal da Máfia, para receber um novo membro, obriga o candidato a fazer um furinho no dedo indicador da mão direita e espremer até que saia pelo menos uma gota de sangue.
"O Corvo" é um poema oral, Poe o recitava como se tratasse de um "lied" de Schubert, uma fuga de Bach Se me perguntassem qual o livro mais importante que li, eu seria obrigado a citar uns 20 ou 30, sem incluir na lista a Bíblia e o catálogo de telefones.
Nunca dei muita bola para os prêmios da Academia de Hollywood; raramente assisto a alguns pedaços da cerimônia, que me parece um pouco provinciana, com os premiados agradecendo à mãe, aos filhos, aos parentes até a terceira geração.
Pelo menos na maior parte do Ocidente, seguimos o calendário gregoriano. Feito por um papa, é natural que tenha obedecido à tradição canônica que estabeleceu as principais festas da religião cristã, como a Quaresma e, por conseguinte, o Carnaval, dedicado inicialmente ao "adeus da carne", seguido pela imposição das cinzas, símbolo de penitência e preparação para a grande festa da Páscoa.
Não é de hoje que os artistas, em geral, são os bobos da corte, ou seja, do poder. E a função dos artistas não é apenas a de distrair os poderosos, pelo contrário -a principal missão deles é criticar e, às vezes, insultar o poder.
A editora Nova Fronteira acaba de lançar um novo livro de Joachim Fest, contendo suas conversas com Albert Speer, o arquiteto de Hitler cujas lembranças, como o próprio autor confessa, foram fundamentais para escrever a biografia do ditador, hoje considerada a melhor obra sobre os momentos finais do regime nazista.
Não faz muito tempo, ouvi um cineasta declarar, mesmo sem pompa nem circunstância, que somente o cinema novo do Terceiro Mundo pode destruir o capitalismo, a globalização e os crimes ecológicos que estão destruindo o nosso planeta. Já com alguma pompa e algumas circunstâncias, ouço, a cada dia, algum entendido declarar que o Brasil é a quinta, a quarta ou mesmo a terceira economia mundial, dependendo, é lógico, das citadas circunstâncias.
É uma das piadas mais conhecidas: o náufrago espanhol chega a uma ilha, é recebido por alguns habitantes locais e faz a primeira e única pergunta que lhe competia: "¿Hay gobierno acá? Respondem que sim, há governo. O espanhol, ofegante, declara seus princípios: "¡Entonces, soy contra!"
Acho que já contei esta história, mas vou repeti-la para justificar o título desta crônica. Faz tempo, o escritor Álvaro Lins, crítico literário e chefe do Gabinete Civil no governo JK, recebeu convite oficial para visitar a Suíça. Começou em Genebra. No primeiro dia, leu os jornais da cidade e ficou sabendo que haveria eleição geral em toda a Confederação Helvética.
Vi no Canal Brasil o documentário sobre o 15º aniversário da morte do jornalista Paulo Francis. Bom programa, inclusive com o final wagneriano de "Tristão e Isolda", talvez seu trecho lírico preferido.
Última aula do ano letivo, o professor se despede da classe, deseja que todos façam um bom exame final, tenham as melhores férias possíveis e, mais por delicadeza do que por necessidade, pergunta se existe qualquer dúvida sobre a matéria dada no curso.
É conhecida a história do besouro. Uma comissão de técnicos em aerodinâmica, aviões e foguetes espaciais, examinou, com equipamento sofisticado, de última geração, as possibilidades de um besouro voar. E concluiu pela impossibilidade estrutural e operacional: besouro não pode voar.
Comemora-se no próximo dia 14 de março o aniversário natalício do Acadêmico Carlos Heitor Cony, que ocupa a Cadeira n. 3 do Quadro dos Membros Efetivos.