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Personalidades lamentam a morte de Roberto Marinho

 

O Globo (08/08/2003)

 

RIO - Personalidades de todo o país, incluindo artistas, dirigentes da TV Globo, esportistas e representantes da sociedade civil, lamentaram a morte do jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo.

FERNANDA MONTENEGRO, atriz: "Tinha alma de chefe de Estado. Realizou uma obra única. Investiu em algo que ainda não havia sido levado em consideração no país, a comunicação televisiva, e teve a intuição de levar isso de forma industrializada, competitiva. Na TV Globo, contribuiu para uma visão cultural brasileira. Deu vez para o artista. Mas o vejo, acima de tudo, como um grande patrão, um imenso patrão, corajoso patrão, uma visão muito humanizada do que é ser patrão. Impregnou de tal maneira a TV Globo que, do porteiro ao maior diretor lá de dentro, o doutor Roberto, como ele era chamado, é uma pessoa inesquecível, amada e insubstituível. Naquele período, este homem humanizou o trato patrão-empregado. Um homem generoso como patrão, exigente, mas não déspota. Falo tudo isso vendo pelo lado do que hoje o Brasil mais precisa, que é emprego. A posição do Lula, que pôs o país de luto e esteve presente no velório, para mim, tem como motivação, mais do que passar por cima de divergências políticas, o reconhecimento, forte da parte de um presidente que vem de base operária, da importância que significa ter um patrão que dignifica o empregado."

LUIS FERNANDO VERISSIMO, escritor: "Sua predileção era pelo jornal, pelo papel impresso. Foi uma figura controvertida, em função da influência da TV Globo na política nacional nestes últimos anos. Um homem poderoso que usou seu poder. Mas foi, antes de tudo, um jornalista, com todo o direito de ter orgulho do título."

CÂNDIDO MENDES, acadêmico e professor: Disse que Roberto Marinho, como empresário, só pode ser comparado no Brasil ao Barão de Mauá, devido ao esplendor de sua visão de futuro, tendo adicionado à personalidade e à eficiência de homem empreendedor uma rara e difícil elegância tão escassa no jogo do poder e de grandeza de seu tempo.

MURILO MELLO FILHO, acadêmico e jornalista: "O jornalista Roberto Marinho foi um homem moderno, muito à frente de seu povo, seu país, seu tempo. Sempre viu muito longe, tendo criado em nosso país um modelar império de comunicação. A única eleição a que se submeteu foi para a Academia Brasileira Letras, para a qual foi eleito em 1993 com 34 votos - praticamente por unanimidade - ocupando a vaga de Otto Lara Resende."

GUSTAVO KUERTEN, tenista: "Nós, acho que como todos os brasileiros, ficamos tristes e sentidos com a notícia. Ele foi um pioneiro, uma das pessoas que mais deu destaque para o Brasil e teve o seu sucesso e trabalho reconhecido em todo o mundo, nas últimas décadas. Hoje em dia, viajamos a vários países e percebemos que a Globo é referência. Todos sentiremos a falta, mas sabemos que ele deixou um legado enorme e ficamos tranquilos em saber que assim como nós, que trabalhamos muito em família, ele foi um homem de visão e passou todo o conhecimento para os familiares. Eles já vêm administrando o império que ele construiu e darão continuidade ao que ele começou há mais de 40 anos."

PADRE PEDRO GUIMARÃES FERREIRA, reitor em exercício da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio): "Roberto Marinho teve uma vida de trabalho duríssimo. Sua perda é uma das maiores de nossa história recente. O Rio de Janeiro ainda é o principal centro das comunicações do Brasil graças à TV Globo. Ele certamente entra na nossa História". Segundo ele, a modéstia do jornalista deve ser enaltecida como mais um serviço prestado à sociedade brasileira pelo presidente das Organizações Globo.

ZÉLIA GATTAI, escritora: "Foi um homem formidável, forte, trabalhador, inteligente. Ele prezava a cultura. É uma grande perda para o Brasil. O nome dele nunca será esquecido. Roberto Marinho foi amigo de Jorge (Amado, o falecido marido de Zélia) e nunca teve qualquer preconceito em relação às posições políticas dele, tanto que a Rede Globo fez novelas baseadas em suas obras."

ZILDA ARNS, presidente da Pastoral da Criança: "Eu sinto muito. Ele foi um grande jornalista. Soube sempre utilizar o potencial dos meios de comunicação para a promoção humana, educação e informação, que ajuda demais a inclusão social."

MARLUCE DIAS DA SILVA, diretora-geral da TV Globo: "O que eu acho impressionante num homem como o doutor Roberto Marinho é que a gente ainda esperava que ele, com 98 anos, vivesse mais 100. O que deixa a gente bem neste momento é que sabemos que ele é importante não só pelo que fez pelo Brasil e pelos artistas e jornalistas, mas acima de tudo pelo que ele vai permitir que a gente continue fazendo". Sobre a contribuição que a empresa dá ao país, Marluce disse que isso faz com que ela seja eterna e, neste sentido, o valor do doutor Roberto Marinho é ainda maior.

SERGINHO GROISMAN, apresentador: "Ele fazia questão de ser chamado de jornalista mais do que empresário. Acho isso muito interessante. Ele imprimiu sua vida sob o ponto de vista jornalístico e empresarial. Tenho a dizer ainda que ele, além de ter conseguido uma projeção nacional e internacional para a Rede Globo, imprimiu a empresa uma característica que acho muito interessante: a programação da Rede Globo é basicamente brasileira."

ANGÉLICA, apresentadora: "Ele deixou um exemplo para muitas gerações: de acreditar no sonho, de perseverança."

FAUSTO SILVA, apresentador: "Sem dúvida alguma, eu acho que não só pelo aspecto histórico, político, cultural, mas principalmente para todo mundo que trabalha nesse meio, ninguém mais que o doutor Roberto Marinho respeitou e valorizou o profissional de televisão, profissional de jornal e rádio. É essa lição que ele vai deixar para todos nós."

JOSÉ WILKER, ator: "O Brasil de hoje integrado, o Brasil de hoje moderno, esse Brasil foi de algum modo criado por Roberto Marinho."

ELIZABETH SAVALLA, atriz: "Roberto Marinho sempre tratou os artistas com carinho e respeito."

REGINA DUARTE, atriz: "Era um homem que deu muito valor à dramaturgia brasileira, à expressão do homem brasileiro. Ele era apaixonado pelo jornalismo, pelos artistas, pelo povo, porque tudo que ele fez na área jornalística, cultural e da televisão visava ao bem do povo brasileiro."

GLÓRIA PIRES, atriz: "A capacidade de trabalho deste homem e a visão dele... As pessoas que ele colocou ali dentro para transformar aquilo tudo num grande império, é um homem de visão. Então é uma grande perda mesmo."

NATÁLIA TIMBERG, atriz: "Sinto que uma parte de mim foi arrancada, o que ele construiu, a visão que ele tinha, isto nunca será repetido. Ele dimensionou toda uma parte da expressão brasileira, ultrapassou nossas fronteiras. Ele tinha uma visão maior, mais universal e ele tentou dimensionar assim a sua obra. Acho que hoje, tanto os admiradores como os detratores, todos estão sentindo esta mesma sensação de vazio. Não surgem mais atualmente homens com esta dimensão. Os objetivos estão muito mais imediatistas. Sinto que estamos perdendo cada vez mais a dimensão do horizonte".

TÔNIA CARRERO, atriz: "É um homem encantador, conquistava a todos com sua força pessoal. Você acha que alguém dura tanto como Roberto Marinho?"

RENATA SORRAH, atriz: Afirmou que deve seu crescimento profissional principalmente a Roberto Marinho. "Um homem como ele não existe mais."

CARLOS HEITOR CONY, escritor: "A história do Brasil ficou marcada por algumas pessoas, entre elas, Roberto Marinho. Ele veio de uma geração de jornalistas amadores e românticos que transformaram o jornalismo amador em profissional".

DANIEL FILHO, diretor da TV Globo: "Ele era, sem dúvida nenhuma, um gigante do século XX. O que ele deixa de legado é uma responsabilidade muito grande para os que ficam. Sua história de vida, sua maneira de conduzir a vida e os negócios, sua obstinação pelo jornalismo e depois entrando na comunicação com a televisão nos deixa uma lição de vida acima de tudo. Roberto Marinho é uma marca muito forte na história do Brasil em todos os campos, seja na política, seja na arte. E quem fica marcado na arte, fica marcado eternamente. Foi uma honra ter convivido com ele e estar agora prestando uma homenagem a quem tanto nos ensinou".

JOSÉ BONIFÁCIO DE OLIVEIRA SOBRINHO, ex-diretor da TV Globo: "Depois de minha saída da TV Globo, sentia falta das minhas conversas com o Dr. Roberto. Agora vai ser muito difícil. Dr. Roberto era uma pessoa extraordinária, desprendida, o primeiro empresário a acreditar realmente nos artistas brasileiros".

CLÁUDIA JIMENEZ, atriz: "O orgulho do meu pai era dizer que eu trabalhava para Roberto Marinho. Ele agora vai tomar conta da gente lá de cima".

LUCIANO HUCK, apresentador: "A grande magia da televisão é você poder sonhar e transformar esse sonho em realidade. O Doutor Roberto foi o maior sonhador de todos. Acho que o lado mais bonito desse momento é que os sonhos dele serão realizados na TV, no jornal e nas emissoras de rádio. Tudo o que você for ver na Globo, ler no Globo e ouvir nas rádios será um pedacinho do que foi o sonho dele."

CHICO ANYSIO, comediante: "Ele me tratava admiravelmente com o maior respeito e carinho. Foi o melhor patrão que já tive e não acredito que exista outro igual a ele. Os meios de comunicação estão com uma cratera que se abre, difícil de ser preenchida. Eu peço que Deus ilumine os filhos dele para que continuem com o mesmo empenho e sapiência essa obra admirável que ele apostou muito, numa demonstração clara de que acreditava na vida".

RENATO ARAGÃO, comediante: "A história do Roberto Marinho é a própria história do jornalismo brasileiro. Se nós perdemos uma referência, uma unanimidade nacional, ganhamos o seu exemplo. Ele era um homem bom, justo, honesto e quantas vidas não salvou com sua solidariedade? Às vezes você vê uma pessoa com 60 anos que pensa em se aposentar, com 60 anos ele estava construindo uma televisão exemplar para o mundo porque ele queria construir um Brasil melhor".

TONY RAMOS, ator: "É uma perda absolutamente irreparável. O país vai percebendo isso, e vai sentir que ele era um homem moderno, à frente de seu tempo, que era atento e conduzia suas empresas com muita força e determinação".

SUZANA VIEIRA, atriz: "Roberto Marinho foi um dos maiores brasileiros que nós tivemos, porque ele uniu o Brasil de norte a sul. Ele se preocupou com a integração brasileira. Tenho muito orgulho de ser conhecida de norte a sul do país graças a ele, que levou a televisão para todo o Brasil".

PAULO BETTI, ator: "É uma perda lamentável e irreparável de um homem que construiu uma grande empresa de comunicação, um grande jornal e o mais importante veículo de comunicação no Brasil, que é a TV Globo. Ainda vai se passar muito tempo para que se tenha a dimensão exata dos méritos do Dr. Roberto Marinho, cuja perda lamentamos neste momento".

JOÃO UBALDO RIBEIRO, escritor: "O que posso dizer de Roberto Marinho é a respeito da figura pública dele que é um homem que tem o nome indelevelmente marcado na história brasileira. Não só na história do jornalismo brasileiro, mas na história brasileira de um modo geral. É um homem cuja capacidade empresarial todos temos que reconhecer e admirar e cuja visão também temos que reconhecer e admirar. Perdeu-se realmente uma grande figura brasileira".

HÉLIO FRAGA, decorador de interiores: "Sua morte é o fim de uma era no Brasil de dignidade e competência".

GLÓRIA MENEZES, atriz: "No momento em que as pessoas estão começando a pensar em se aposentar ele começou a fazer a TV Globo. Ele foi o empresário das telecomunicações que acreditou no artista brasileiro. Nós passamos a existir não só no Brasil, como no mundo, porque Roberto Marinho investiu na teledramaturgia brasileira".

NEY LATORRACA, ator: "Ele foi um patrão genial. A Fundação Roberto Marinho fica aí firme e forte. As pessoas vão continuar a sua obra, tenho certeza".

MOACYR SCLIAR, escritor: "Ele acompanhava as transformações com muito interesse e competência. Roberto Marinho foi o maior jornalista de todos os tempos. Era uma preciosidade de homem, a quem o país deve muito, até mesmo pelo seu espírito patriótico".

VANDERLEI LUXEMBURGO, técnico do Cruzeiro: "É uma perda muito significativa para a imprensa, pela maneira como atuou no Brasil. Teve momentos e projetos brilhantes participando da democracia do país."

OSCAR NIEMEYER, arquiteto: "Recebi com pesar a notícia da morte de Roberto Marinho. Era um grande jornalista, uma pessoa decente e correta. Era atento aos seus funcionários, sabendo defendê-los sempre de qualquer maneira, independentemente de suas posições políticas. Foi um brasileiro importante, lamento muito a sua morte".

GLORIA PEREZ, dramaturga: "Um homem admirável, o criador de um mercado de trabalho estável e sólido para o artista brasileiro. Para mim, fica a lembrança de um chefe humano e democrático, que soube conviver com a diferença e nunca perseguiu alguém por divergência de idéias; e o exemplo raro de empresário que atravessou um século sabendo renovar-se a cada nova etapa da economia".

GILBERTO BRAGA, dramaturgo: "Quando eu era criança muitos dos artistas mais talentosos do país não conseguiam alugar um apartamento ou fazer uma compra modesta a crédito. Doutor Roberto trouxe dignidade à classe artística, à frente da equipe que contratou os melhores atores, diretores, escritores etc. que passaram, a partir da consolidação da Rede Globo, a ter condições de trabalho, em todos os níveis".

DANIEL FILHO, diretor: Afirmou que o jornalista sabia entender o jeito de ser de cada um, sem impor sua forma de ser. "Durma em paz, doce príncipe", disse.

ARNALDO NISKIER, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras: "É uma dor muito grande. Foi uma dádiva ter tido a oportunidade de conviver com ele. Ele se foi numa hora em que o país precisava tanto dele pelo exemplo, pela determinação, pela devoção ao país e pela defesa que sempre fez do Rio. Era um homem especialíssimo, como não se encontram dois. Vai deixar um vazio imenso e uma saudade antecipada muito grande".

LYGIA FAGUNDES TELLES, escritora: "Os filhos devem levar adiante a sua obra, que é muito importante para o Brasil. Abraço comovidamente a dona Lily e os filhos do doutor Roberto".

OSIAS WURMAN, presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro: "Roberto Marinho foi um leal e solidário parceiro das causas judaicas e sionistas. Sempre esteve ao lado daqueles que acreditam num diálogo como solução para o conflito do Oriente Médio, tendo sido indiscutivelmente o arquiteto maior das comunicações no Brasil".

RONALDO, jogador de futebol: "Fico triste com a notícia da morte do Dr. Roberto. Lembro-me do nosso último encontro, no Museu Nacional de Belas Artes, durante a exposição de pintores espanhóis. Estava muito alegre, brincou bastante com meu filho. Acho que o sucesso das suas empresas mostra sua visão empresarial".

NELIDA PIÑON, escritora: "Ele era sempre tão amigo, tão presente, tão carinhoso. O homem era audacioso. Trouxe sempre a certeza de que o Brasil progrediu muito e que isso estava ao alcance de todos".

MILTON GONÇALVES, ator: "Um companheiro de trabalho. Era assim que ele me chamava. Ele era mais do que um patrão. Tenho certeza de que os três filhos serão iluminados por Deus para continuar com esse grande empreendimento".

MARINA COLASSANTI, escritora:"Ele montava a cavalo junto com meu pai. Comprou, inclusive, a nossa casa, depois de freqüentá-la por muitos anos. Foi no nosso antigo terreno que ele ergueu o primeiro prédio da TV Globo, no Jardim Botânico, onde funciona até hoje a sede da emissora".

MIGUEL FALABELLA, ator e dramaturgo: "O Brasil perde um de seus homens mais importantes. Ele levou entretenimento a milhões de pessoas".

 

06/06/2006 - Atualizada em 05/06/2006