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Marco Maciel toma posse na Academia

 

Daniela Birman e Rachel Bertol

O GLOBO (04.05.2004)

 

Em seu discurso de posse ontem na Academia Brasileira de Letras (ABL), o senador Marco Maciel, o novo titular da cadeira de número 39, que pertenceu ao jornalista Roberto Marinho, contou uma das suas lembranças do presidente das Organizações Globo, que faleceu em 6 de agosto do ano passado, aos 98 anos.

- Eu podia contar muitas histórias sobre ele, mas conto apenas uma, quando ele completou 90 anos. No dia seguinte à comemoração do aniversário, depois de ter ficado insone por causa dos festejos, ele me levou à redação do jornal O GLOBO para uma visita, por volta da meia-noite de sábado. Isso demonstra que era uma pessoa muito ativa, com muita flama, energia o tempo todo. Foi alguém que, aos 61 anos, teve a capacidade de começar o empreendimento na televisão - disse o senador pernambucano, que pretende vir ao Rio a cada 15 dias para participar dos chás das quinta-feiras na ABL.

Maciel, que foi saudado com um discurso do acadêmico Marcos Vilaça, conheceu Roberto Marinho nos anos 70 e o encontrava com freqüência.

- Nos anos 80, no período da transição e da eleição de Tancredo Neves, a nossa relação se estreitou - contou Maciel, que destacou o perfil de homem público de Roberto Marinho: - Embora ele não tenha exercido mandatos eletivos ou desempenhado diretamente funções públicas, foi um homem público que viveu o século em parceria com o Brasil. Comportava-se mais como jornalista e um homem público do que como empresário.

Estiveram presentes à festa da posse o vice-presidente José Alencar, o prefeito César Maia, os senadores José Sarney, também acadêmico, Antonio Carlos Magalhães e Jorge Bornhausen.

- Roberto Marinho sempre pensava no Brasil, na integração nacional e em projetar a nossa imagem no exterior, que melhorou muito graças à exportação das novelas. Quando vice-presidente, estive na China onde professores universitários diziam ter aprendido muitas coisas com as telenovelas - disse Maciel, que não deixou de lembrar o fundador da cadeira 39, o historiador Oliveira Viana, pernambucano como ele. - Sinto-me duplamente honrado, por ser a cadeira de Roberto Marinho e ter sido fundada por um pernambucano. Esta cadeira sempre foi ocupada por historiadores ou jornalistas. Assim como o homem público, são pessoas que trabalham com a vida e a sociedade.

 

06/06/2006 - Atualizada em 05/06/2006