A historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz tomará posse na Academia Brasileira de Letras na sexta-feira, 14 de junho, às 20h. A cerimônia será realizada no Petit Trianon, na sede da ABL, no Centro do Rio. O evento, exclusivo para convidados, será transmitido ao vivo pelo site da ABL e pelo canal de Youtube da ABL.
Lilia Schwarcz ocupará a Cadeira 9, vaga com a morte de Alberto da Costa e Silva, em novembro de 2023. Lilia foi eleita por 24 votos dos 38 possíveis. Ela é a 11ª mulher a receber o título de imortal na ABL.
A antropóloga será recebida pela Acadêmica Rosiska Darcy de Oliveira. O colar será entregue pelo Acadêmico Celso Lafer e o diploma, pelo Acadêmico Arno Wehling. A comissão de entrada será formada pelas Acadêmicas Fernanda Montenegro, Heloisa Teixeira e pelo Acadêmico Ailton Krenak. Já a comissão de saída, pelos Acadêmicos Eduardo Gianetti, Domicio Proença Filho e Ruy Castro.
Lilia dará continuidade à pesquisa de iconografia de Machado de Assi, iniciada pelo historiador José Murilo de Carvalho. Outro projeto também que está nos seus planos é trabalhar a memória feminina, lembrando sempre do seu mestre Alberto Costa e Silva.
"Gostaria muito de seguir os passos do Dr. Alberto Costa e Silva e cuidar em primeiro lugar da memória. A ABL é uma instituição fundamental para a memória brasileira. Quero vasculhar os arquivos como ele fazia, contar essa história, sobretudo, mais plural e representativa. O Alberto foi um grande combatente pela equidade. Era um estudioso das Áfricas, da escravidão, então eu gostaria de continuar esse projeto. Com Rosika, Ana Maria Machado, Heloisa Teixeira e Fernanda Montenegro, acho que a gente pode, sem excluir ninguém, incluir muito. Há uma memória feminina para ser trabalhada e uma história feminina para ser explorada", destacou.
Sobre Lilia Schwarcz
Lilia Moritz Schwarcz é professora sênior do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo e Global Scholar (2008 - 2018) e atualmente Visiting Professor em Princeton. Publicou mais de 30 livros, vários deles vertidos para outros idiomas, como: Retrato em branco e negro (1987); Espetáculo das raças (1993. Prêmio APCA); As Barbas do Imperador (1998, Prêmio Jabuti livro do ano e Farrar Strauss & Girroux 2000); A longa viagem da biblioteca dos reis (2002. Prêmio IHGB); O sol do Brasil (2008, Prêmio Jabuti); Brasil uma biografia (com Heloisa Starling, 2015, finalista Prêmio Jabuti); Um enigma chamado Brasil (com André Botelho, 2010. Prêmio Jabuti); A batalha do Avaí (2013, prêmio Academia Brasileira de Letras), Dicionário da escravidão e da Liberdade (com Flavio Gomes, 2018, finalista Jabuti); Lima Barreto triste visionário (2018, prêmio Biblioteca Nacional, prêmio Anpocs, finalista Jabuti); Sobre o autoritarismo no Brasil (2019, finalista Jabuti), Bailarina da morte: a gripe espanhola de 1918 (com Heloisa Starling, 2020, finalista Jabuti), Enciclopédia Negra (com Flávio Gomes e Jaime Lauriano, 2021, Prêmio Jabuti); O sequestro da independência (2022, com Lúcia Stumpf e Carlos Lima), Óculos de cor: enxergar e não ver (2022, prêmio Jabuti).
Foi organizadora da coleção História da vida privada, e da coleção Mapfre de história do Brasil.
Publicou com Heloísa Starling Três vezes Brasil: Alberto da Costa e Silva, Evaldo Cabral de Mello, José Murilo de Carvalho (2019). Foi curadora de algumas exposições como: A longa viagem da biblioteca dos reis (2006), Nicolas-Antoine Taunay: uma tradução francesa dos trópicos (2008), Uma história do Brasil, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte), Histórias mestiças (2014, São Paulo), Histórias da infância (2016, São Paulo), Histórias afro-atlânticas (2018, São Paulo, Washington, Los Angeles, Houston), Histórias das Mulheres (2019, São Paulo), Enciclopédia Negra (2021 e 2022, SP e Rio), Dalton Paula, Retratos brasileiros (São Paulo, 2022), O retrato do Brasil é preto: a obra de O Bastardo (MAR, 2023), Brasil futuro as formas da democracia (Brasília, Belém, Salvador, Rio de Janeiro, 2023). Teve bolsa da Guggenheim Foundation (2006/ 2007), da John Carter Brown Library (2007) e recebeu o prêmio produção científica da Humbold Foundation (2022-23). Foi Professora Visitante nas Universidades de Oxford, Leiden, Ècole des Hautes Études, Brown, Frei Universitat e Tinker Professor na Columbia University (2008).
Recebeu, entre outras distinções, a Comenda do Mérito Científico em 2010; a medalha Júlio Ribeiro (por destaque cultural e etnográfico) da Academia Brasileira de Letras, em 2008; e a Comenda Rio Branco 2023. Faz parte do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural (Iphan) e do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da República.
10/06/2024