Jornal do Brasil (01.12.2005)
O advogado, acadêmico e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Oscar Dias Corrêa morreu na madrugada de ontem, aos 84 anos, de insuficiência respiratória, em sua residência no Rio. Mineiro de Itaúna, Corrêa dedicou boa parte de seus anos à vida pública. Em 1946 ele já era oficial de gabinete do secretário das Finanças do Estado de Minas Gerais, João Franzen de Lima. Uma ano depois, foi eleito para a primeira legislatura na Assembléia Legislativa mineira.
Assumiu quatro mandatos consecutivos como deputado federal de 1955 a 1967 pela UDN. No Executivo, Corrêa exerceu o cargo de ministro da Justiça do governo José Sarney, em 1989. À época, foi obrigado a abrir mão do cargo de vice-presidente do Supremo para assumir o ministério. Foi afastado do STF em decreto de 17 de janeiro de 1989, por meio de aposentadoria automática.
- Oscar Corrêa foi um ente múltiplo. Político e escritor, homem de pensamento e ação. Era pró-homem da República, cujas virtudes devem servir de exemplo a quantos pretendam exercitar atividade pública como sinônimo de virtude - declarou o senador Marco Maciel (PFL).
Oscar Dias Corrêa se formou pela Faculdade de Direito da UMG, hoje UFMG. Durante a vida acadêmica ele se destacou entre os alunos com a vitória nos concursos nacional de monografias e nacional de oratória, promovidos, em 1943, pelo Instituto dos Advogados Brasileiros.
Além da carreira política, Corrêa se destacou como professor de economia da UFRJ, ensaísta e romancista. O ex-ministro integrava a Academia Brasileira de Letras (ABL) há 16 anos. O advogado estava doente há alguns anos, mas continuava mantendo sua produção literária. Ele lançaria hoje seu último livro, Viagem com Dante. Entre suas obras estão o romance Brasílio e a coletânea de contos Quase ficção.
Corrêa era casado com Diva Gordilho Corrêa e tinha dois filhos, Oscar Júnior e Ângela. Ele foi enterrado ontem no mausoléu da ABL, no Cemitério São João Batista.
05/06/2006 - Atualizada em 04/06/2006
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