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Cicero Sandroni toma posse na cadeira 6 da ABL

 

Bianca Tinoco

Jornal do Commercio (25.11.2003)

Eleito por unanimidade há dois meses, com 36 votos, o jornalista Cicero Sandroni foi recebido ontem à noite como o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Sandroni assumiu a cadeira número 6, vaga desde a morte do jurista Raymundo Faoro, e foi saudado com um discurso do acadêmico Candido Mendes, que ressaltou sua atuação na ABL muito antes de vestir o fardão. Genro de Austregésilo de Athayde, presidente da Academia morto em 1993, Sandroni elaborou, com a esposa, Laura Sandroni, a biografia do escritor e participa com freqüência dos debates e encontros promovidos pela instituição.

- Ele não está entrando agora na Academia. Cicero está na casa há 50 anos, é um companheiro desde sempre - afirmou o presidente da ABL, Alberto da Costa e Silva. "A Academia perdeu neste ano grandes personalidades da literatura, das artes, mas ganhou outras muito importantes e queridas. Contamos muito com Sandroni para dar mais impulso às nossas atividades", disse.

- A posse é um momento de emoção, mas também de grande responsabilidade - reforçou Sandroni, de 68 anos. "Com a unanimidade, os acadêmicos me mandaram um recado de que a exigência será maior, não só na Academia, mas na difusão das obras dos que me antecederam. Numa cadeira com personalidades como o patrono Casimiro de Abreu, Barbosa Lima Sobrinho e Raymundo Faoro, sinto-me bastante estimulado a divulgar o exemplo de amor ao Brasil e de coragem cívica que eles deixaram."

Cicero Sandroni é autor de sete livros, entre eles O Diabo Só Chega ao Meio-Dia (1985), O Peixe de Amarna (2003) e Quase Cony (2003), sobre o acadêmico e jornalista Carlos Heitor Cony. Ele está escrevendo a história do Jornal do Commercio - que tem 176 anos de circulação ininterrupta -, do qual foi diretor adjunto de redação até agosto. "Não pretendo pendurar as chuteiras como acadêmico, quero voltar ao jornalismo assim que terminar a fase de comemorações", disse o novo imortal.

- A unanimidade prova que Sandroni tem um papel natural na Academia, de jornalista maduro que conduz sua carreira com ética e em defesa dos direitos humanos no País. Sua presença é a de quem conhece profundamente os valores da informação e a conjuntura do espírito brasileiro - avaliou Candido Mendes.

Sandroni foi o quarto imortal eleito neste ano, depois da escritora de livros infantis Ana Maria Machado, do crítico literário Alfredo Bosi e do romancista Moacyr Scliar. A próxima votação na ABL será em 18 de dezembro, pela cadeira de número 39, vaga desde a morte do jornalista Roberto Marinho, em agosto.

 

05/06/2006 - Atualizada em 04/06/2006