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AO VIVO: "Carlota Joaquina: duas visões de palco"

 

A Academia Brasileira de Letras dá continuidade, no dia 27 de outubro, segunda-feira, ao Ciclo de Leituras Dramatizadas - "Carlota Joaquina: duas visões de palco".

Clique aqui para assistir ao vivo.

A Peça de Teatro "Carlota Rainha", de autoria de Roberto Athayde e sob direção de Dudu Sandroni, tem Stella Miranda encarnando Carlota Joaquina. O evento integra as comemorações dos 200 anos da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil.

O evento tem a concepção e a coordenação do escritor e ator Sérgio Fonta e o patrocínio da Petrobras.

Saiba Mais

Carlota Joaquina - 20 de outubro - Classificação livre
Texto: R. Magalhães Jr.
Direção: Aderbal Freire Filho
Elenco: Marieta Severo como Carlota Joaquina, Raquel Iantas, Georgiana Góes, Orã Figueiredo, Marcelo Flores, Fernando Philbert, Leonardo Franco e Sérgio Canizzio

Carlota Rainha - 27 de outubro - Classificação 12 anos
Texto: Roberto Athayde
Direção: Dudu Sandroni
Elenco: Stella Miranda como Carlota Joaquina, Xando Graça, Alexandre Dacosta, Thiago D'Avila, Gustavo Arthidoro, Mirian Roia, Amora Pêra, Gilmar Alves, Cássio Pandolfi e Alexandre Mofati

Carlota Joaquina, uma das peças mais célebres e bem sucedidas do dramaturgo e acadêmico R. Magalhães Jr, teve sua estréia nacional em 1940, no Teatro Rival sendo um êxito absoluto, representada por 205 vezes consecutivas, fato raro nos palcos daquela época. Foi também um dos maiores sucessos do repertório da Cia. Jayme Costa, sendo remontada em 1948 com Heloisa Helena interpretando Carlota Joaquina e arrebatando todos os prêmios da temporada.

Carlota Rainha é uma peça histórica, perpassada por um humor irônico, que situa sua ação no período imperial de 1808 a 1821 e coloca José Presas, uma espécie de secretário particular de Carlota Joaquina, como seu narrador. Quando a corte portuguesa emigrou para o Brasil, Carlota, esposa do Príncipe Regente D. João, teve sua família aprisionada por Napoleão Bonaparte. Seus pais eram os reis da Espanha e seu irmão o príncipe herdeiro. As colônias espanholas vizinhas ao Brasil ficaram acéfalas e a ambiciosa princesa concebeu o projeto de ser proclamada regente em Buenos Aires. Para isso, contratou o serviço de um advogado catalão (José Presas) que, posteriormente, escreveu um livro denunciando a princesa: Memórias Secretas da Princesa do Brasil, editado em 1831. Foi escrita por Roberto Athayde em 1985 e publicada pela Editora Agir em 1994.

É uma comédia divertida, repleta de ironia, que aborda o período do Brasil-Imperial em que a voluntariosa princesa pretende apossar-se do vice-reinado do Prata  e sagrar-se rainha da América espanhola, culminando com a partida de toda a Corte para Lisboa. O Autor traça um perfil irônico e implacável de Carlota, mas poupa D. João VI, que, nesta peça, é apresentado como um realizador de feitos significativos para o Brasil e com algum olhar crítico sobre as atitudes de sua destemperada esposa.

R. Magalhães Jr.

Dramaturgo, jornalista, político e tradutor de Verneuil, Bernard Shaw e Tennessee Williams, R. Magalhães Jr. nasceu em Ubajara, no Ceará, em 1907 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1981. Entrou para a Academia Brasileira de Letras em 1956, na vaga de D. Aquino Correa, passando a ocupar a cadeira nº 34. Escreveu dezenas de peças, todas com ampla repercussão, entre elas, Mentirosa, A família Lero-Lero, O imperador galante e Canção dentro do pão, além de Carlota
Joaquina. Foi também o autor de inúmeras biografias sobre grandes personalidades, como Artur Azevedo, Machado de Assis, Rui Barbosa, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos. Membro e diretor da Sociedade Brasileira de Autores, teve grande participação nesta entidade. Recebeu inúmeras premiações, entre elas Prêmio Serviço Nacional de Teatro, Prêmio Brasília de
Literatura e Prêmio Juca Pato (1974), como Intelectual do Ano.

Roberto Athayde

“Ao escrevê-la, meu objetivo foi iniciar uma série de peças históricas mostrando a emergência do constitucionalismo no Portugal/Brasil. A figura de Carlota Joaquina é adequada para simbolizar o que veio antes, o absolutismo consagrado pelo direito divino dos reis. Optei por um conteúdo autêntico, apesar de tendencioso: o livro em que seu exsecretário, José Presas, denuncia a já então Rainhamãe de Portugal como caloteira, enquanto relata vários episódios da sua ex-patroa e ameaça revelar muito mais, em caso do não pagamento da dívida. Meu grande desafio foi o estilo do linguajar a ser usado. Considerei ser impossível almejar a utilização da língua falada na época, pois é completa a carência de quaisquer documentos que pudessem legitimar tal tentativa. O coloquial moderno soaria totalmente inadequado. Por isso optei por um estilo híbrido que mistura expressões atuais com torneios arcaicos e ritmos beirando o épico, para criar um estilo a um tempo jocoso e composto de uma certa grandiosidade”.

27/10/2008

26/10/2008 - Atualizada em 26/10/2008