A escritora Ana Maria Gonçalves recebeu amigos para comemorar sua eleição para a ABL na casa de Roberta Machado, sócia da editora Record, em Ipanema.
A escritora mineira afirmou estar muito feliz e classificou o momento como "uma oportunidade de acalentar a menina leitora que sempre foi". Na sua infância, lia todos os livros da única biblioteca de sua cidade no interior de Minas, que não tinha livraria.
* **
*(1) Da esquerda para direita: Os Acadêmicos Ricardo Cavaliere, Godofredo de Oliveira Neto, Ana Maria Gonçalves, Antonio Carlos Secchin (em baixo); Arno Wehling, José Roberto de Castro Neves e Antônio Torres
** (2) Da esquerda para direita: Os Acadêmicos Rosiska Darcy de Oliveira, Merval Pereira, Ana Maria Gonçalves, Arnaldo Niskier, José Paulo Cavalcanti (em baixo); Da esquerda para direita: Eduardo Giannetti, Lilia Schwarcz, Geraldo Carneiro e Edmar Bacha
"A literatura foi meus óculos de minguim — em referência a um personagem de Guimarães Rosa — tirou das montanhas de Minas e me apresentou um outro mundo, a possibilidade de outras culturas. Estar aqui, hoje, tendo a oportunidade de ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, de concretizar um desejo de estar na maior instituição brasileira dentro da minha área é muito gratificante. Que eu não seja a única mulher negra. Mais do que a representatividade que o momento pede, é importante a produção de presença. Isso que gostaria de fazer também dentro da ABL. Estou chegando, conhecendo e tentando me entender com os colegas e como a Academia funciona. Me encanta muito a possibilidade de trabalhar institucionalmente pelo livro, num país onde perdemos leitores."
A Acadêmica Lilia Schwarcz, à esquerda, a escritora Ana Maria Gonçalves e a Acadêmica Rosiska Darcy de Oliveira, à direita
A Acadêmica Rosiska Darcy, à esquerda, e a escritora Ana Maria Gonçalves, à direita
Ana Maria também destacou a importância da literatura se modernizar, no sentido de atrair a atenção numa sociedade cada vez mais econômica de concentração. E falou sobre a formação de leitores, enfatizando a responsabilidade de ocupar o espaço e fazer uma produção que justifique esta ocupação.
"Vamos produzir algo inovador dentro da Academia. É uma responsabilidade grande. Sou a 13ª mulher na Academia, que proibia nossa entrada até 1970. Interessante estar nesse momento. Minha eleição sinaliza a vontade da Academia de diversidade e que ela traga um
outro público. Espero honrar o lugar da cadeira de Bechara, cujas gramáticas eu estudei. As mulheres precisam se candidatar mais. Vemos produzindo literatura de qualidade que nos qualificam de estar lá. Que venham mais mulheres. É um dos papéis que gostaria de ensinar lá dentro, este caminho das pedras."
A Acadêmica Ana Maria Machado, à esquerda, e a escritora Ana Maria Gonçalves, à direita.
Confira mais fotos do evento:
A escritora Ana Maria Gonçalves e o presidente da ABL Merval Pereira
O Acadêmico Godofredo de Oliveira Neto, à esquerda, e a escritora Ana Maria Gonçalves, à direita
A escritora Ana Maria Gonçalves, à esquerda, e o Acadêmico Edmar Bacha, à direita
A escritora Ana Maria Gonçalves, à esquerda, e o Acadêmico Eduardo Giannetti, à direita
A escritora Ana Maria Gonçalves, à esquerda, e Elza Pereira, à direita
A escritora Ana Maria Gonçalves, à esquerda, e o Acadêmico Arnaldo Niskier, à direita
11/07/2025