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ABL celebra centenário da ABI

 

Marcia Erthal

A Academia Brasileira de Letras prestou homenagem, nesta quinta-feira, ao centenário da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), representada por seu presidente, Maurício Azêdo. A sessão solene, conduzida por Cícero Sandroni, presidente da ABL, teve início com as palestras sobre Gustavo Lacerda, por Moacir Pereira; Herbert Moses, por Fernando Segismundo; Prudente de Moraes Neto, por Villas-Bôas Corrêa; Barbosa Lima Sobrinho, por Cícero Sandroni; e A ABL e a ABI, por Murilo Melo Filho.

"Gustavo de Lacerda foi um socialista convicto, contestador, que vivia da profissão de jornalista e que não se valeu dela para conquistar empregos em serviços públicos", disse Moacir Pereira, colunista do Diário Catarinense e biógrafo de Gustavo de Lacerda, fundador da ABI. O segundo a falar foi Fernando Segismundo, que abordou a vida de Herbert Moses. "Tive a honra de trabalhar com Moses, que era um homem de negócios, mas também era um idealista. Ele foi um verdadeiro dínamo para aquela instituição", destacou.

Em seguida, foi a vez de Villas-Bôas Corrêa contar sobre Prudente de Moraes Neto. "Foi uma figura extraordinária, escritor primoroso. Foi com Prudente que os jornalistas passaram a freqüentar a ABI".

Sandroni - que foi diretor da ABI no período em que a casa foi presidida por Barbosa Lima Sobrinho - exortou a participação dos jornalistas na vida da instituição. Para ele, "ela é e sempre será aquilo que os jornalistas fizerem dela. Ela será tão melhor quanto mais jornalistas participarem de suas atividades. A ABI cresce e se fortalece sempre que conta com o apoio dos profissionais de todo o Brasil".

Murilo Melo Filho citou justamente esse entrelaçamento entre as duas instituições. Depois, lembrou da ferrenha participação de ambas em defesa da sociedade nos tempos mais negros da censura e da ditadura política.

Também participaram da cerimônia o ex-senador Bernardo Cabral, o cartunista Ziraldo, o presidente da Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, Mauricio Dinepi, presidente do Jornal do Commercio e da Rádio Tupi, os imortais Nélida Piñon, Arnaldo Niskier, Antonio Olinto, Ivan Junqueira, Nelson Pereira dos Santos, Marcos Vilaça, Carlos Heitor Cony, Zuenir Ventura, Evanildo Bechara, Padre Bastos de Ávila, Tarcísio Padilha, Sérgio Paulo Roaunet, Eduardo Portella, Afonso Arinos, José Murilo de Carvalho, Candido Mendes e Domício Proença Filho.

LIVRO. Após a cerimônia, Sandroni autografou seu livro 180 anos do Jornal do Commercio - 1827-2007 - de D. Pedro I a Luiz Inácio Lula da Silva. Convidados esperavam na fila para cumprimentar e receber do escritor o autógrafo no livro, editado pela Quorum. A publicação traz a história do mais antigo diário da América Latina em circulação ininterrupta, hoje integrado aos Diários Associados.

As 575 páginas do livro mostram a trajetória de um jornal que registrou e analisou os principais acontecimentos deste País. A publicação reúne minibiografias, em breves traços, dos principais colaboradores do jornal, com rechos de alguns de seus textos mais marcantes. Cícero Sandroni trabalhou dois anos neste projeto, à frente de uma equipe de pesquisadores que realizou consistente trabalho junto às coleções do Jornal do Commercio, nos acervos da Biblioteca Nacional, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Associação Comercial do Rio de Janeiro, além de consulta à vasta bibliografia.

Jornal do Commercio (RJ) 4/4/2008

04/04/2008 - Atualizada em 03/04/2008