Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Nossa Língua > Nova palavra > gerontecnologia

gerontecnologia

Classe gramatical: 
s.f.
Palavras relacionadas: 

gerontecnológico adj. (abordagem gerontecnológica)

Definição: 

Campo interdisciplinar de pesquisa e aplicação que une a gerontologia à tecnologia, com o objetivo de promover melhor qualidade de vida (saúde, independência pessoal, conforto e segurança) à população mais velha, por meio do desenvolvimento de produtos e serviços adequados às suas necessidades, demandas e particularidades.

[A gerontecnologia envolve o trabalho de engenheiros, profissionais de saúde e da informática, designers, arquitetos, entre outros.]

[Também se diz gerontotecnologia.]

Exemplos de uso: 

“Este texto tem o objetivo de resumir uma abordagem da área da gerontecnologia dentro do ponto de vista da Economia da Longevidade. É exposto inicialmente o contexto socioeconômico no qual emergem esses novos conceitos nos estudos do envelhecimento populacional e da gerontologia. Em seguida, exploram-se suas intersecções e necessidades de adoção de políticas públicas na área da economia, com vistas a atender à determinação constitucional de uma velhice digna e com bem-estar.”1

“A área da Gerontecnologia, desde os anos 1990, tem auxiliado na manutenção da autonomia e independência (Tinker, 2011; Fukuda, 2011). É um importante elemento para a redução de custos no orçamento dos idosos, das famílias e do setor público. Isso significa dizer que, ao adotarem uma estratégia na perspectiva da economia da longevidade, os países ricos incluirão, em suas pautas de exportação, um rol de produtos de alto valor agregado e com potencial de atender às necessidades de uma população de idosos, crescente nos países pobres (ou em desenvolvimento), em grande parte na América Latina. Este é o motivo pelo qual a economia da longevidade é apontada como uma estratégia de crescimento econômico e, assim, tem vocação para desempenhar papel relevante no auxílio à sustentabilidade dos sistemas previdenciários (Heinze & Naegele, 2009; Klimczuk, 2012).”2

“O termo [gerontecnologia] foi cunhado em 1980 por Jan A.M. Graafmans e Wiebo H. Brower da Universidade Técnica de Eindhoven na Holanda. Gerontecnologia é definido como o estudo do processo e necessidades provenientes do envelhecimento buscando soluções da tecnologia para melhorar a vida diária dos idosos (BOUMA,1992) tanto doméstica como nos ambientes de trabalho e também adaptar o auxílio médico para os idosos e seus cuidadores (VERCRUYSSEN et al., 1996). Gerontecnologia é o estudo multidisciplinar do envelhecimento e da tecnologia para adaptar os ambientes no qual vivem e trabalham os idosos e seus cuidadores para que tenham sua independência preservada, possam participar da sociedade e trabalhar melhor com saúde, conforto e segurança. [...] Essencialmente, a gerontecnologia utiliza a tecnologia disponível para reduzir anos de morbidade (condições de doença) e desconforto, acrescentando autonomia funcional (estendendo os anos de vida independente) (VERCRUYSSEN et al., 1996).”3

Gerontecnologia fornece tecnologia para compensar declínios das capacidades funcionais associadas à idade, que poderão ameaçar o viver independente. Dispositivos de assistência e outros auxílios tecnológicos para os idosos irão compensar estes declínios e restabelecer a autonomia funcional. Muitas aplicações ergonômicas durante o processo de envelhecimento e para os idosos são baseadas nestes objetivos, assim a compensação é o principal aspecto de desenvolvimento das cinco abordagens gerontecnológicas. Exemplos incluem produtos e técnicas para compensar as consequências de perdas sensórias e de percepção, reprojeto de tarefas que considerem variável a velocidade nos tempos de resposta, e dispositivos que podem ser operados com força e habilidades motoras reduzidas. Outros exemplos incluem a adaptação de condições de luminosidade requerida em tarefas visuais, uso de auxílios na mobilidade para locomoção, e dispositivos de assistência que permitem a realização das atividades da vida diária (AVD), especialmente quando tais atividades não podem mais ser completadas sem assistência compensatória.”4

“Em relação ao setor de transporte, a gerontecnologia preocupa-se com fatores que afetam cotidianamente os idosos. Por exemplo, a avaliação e treinamento das habilidades exigidas para a condução de automóveis. Isso demanda treinamento e compensação das perdas sensoriais e motoras provenientes da velhice. Já no âmbito do lazer, é possível pensar em produtos mais amigáveis aos idosos nas academias das cidades, o que também incentiva a prática de atividades físicas. Outro ponto é o desenvolvimento de jogos de celular para entretenimento, que demanda o desenvolvimento de novas habilidades para se adaptar aos aparelhos e sistemas. Na habitação e moradia, a gerontecnologia está preocupada com o arranjo sociofamiliar dos idosos. Isso é fundamental para o suporte daqueles mais dependentes, enquanto também garante o reconhecimento das necessidades dos indivíduos.”5

Gerontecnologia: o termo ainda não ganhou as ruas, mas já está há algum tempo na agenda das empresas do Vale do Silício, que reúne os gigantes do setor. Afinal, gerontecnologia é o campo de estudos, experimentos e invenções que une envelhecimento e tecnologia, um setor que só tende a crescer, considerando-se que, diariamente, dez mil pessoas completam 65 anos. Trata-se de um mercado de enormes proporções para aplicativos e outros tipos de serviços que atendam às necessidades deste público. O segmento dos dispositivos de emergência (em inglês, personalemergency response systems, ou PERS) vem crescendo 6% ao ano, com uma estimativa de faturar mais de US$ 8.4 bilhões (cerca de R$ 26 bi) em 2020. Um aparelho desses, que conecta idosos a centrais de monitoramento 24 horas, pode salvar uma pessoa que tenha sofrido uma queda severa. Se o socorro chegar em uma hora, a taxa de sobrevivência é multiplicada por seis. A telemedicina, que inclui consultas virtuais, é uma nova fronteira cuja expansão deverá ser explosiva nos próximos anos, principalmente devido aos custos crescentes dos serviços de saúde.”6

1 FELIX, Jorgemar Soares. Gerontecnologia: contribuições para a qualidade de vida dos idosos. In:Revista Kairós-Gerontologia. São Paulo: FACHS/NEPE/PUC-SP, v. 23, 2020 (Número especial 27 – Reprinte 2019), p. 51-59. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/50549/33011. Acesso em: 1 dez. 2022.

2 Idemibidem.

ODEBRECHT, Clarisse; GONÇALVES, Luciana de Oliveira; SELL, Ingeborg. Da Gerontologia à Gerontecnologia. Portal do Envelhecimento, s.d. Artigos. Disponível em: http://www.portaldoenvelhecimento.com/acervo/artieop/Geral/artigo140.htm. Acesso em: 5 dez. 2022.

Idemibidem.

GERONTECNOLOGIA: o que é e como ela contribui para a qualidade de vida do idoso? Geridades, 9 ago. 2021. Fisioterapia e Gerontologia. Disponível em: https://geridades.com.br/2021/08/09/gerontecnologia-o-que-e-e-como-ela-c.... Acesso em: 1 dez. 2022.

6 TAVARES, Mariza. Gerontecnologia a serviço do envelhecimento. G1, 11 maio 2017. Longevidade: modo de usar. Bem-estar. Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/gerontec.... Acesso em: 5 dez. 2022.

Ver palavras anteriores