Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Eventos > Exposição "Celso Furtado: vocação Brasil"

Exposição "Celso Furtado: vocação Brasil"

Sobre: 

Exposição "Celso Furtado: vocação Brasil"
"Celso Furtado é a melhor expressão do novo tempo, como administrador e cientista social. Visto inicialmente como economista, tem uma obra de importantes desdobramentos e que hoje deve ser percebida como de um pensador que trata do social e sua amplitude", esta é a análise do historiador Francisco Iglésias (falecido em 1999), autor de diversas obras de referência sobre História do Brasil. Para comemorar os 80 anos do humanista Celso Furtado, a Academia Brasileira de Letras inaugurou a exposição "Celso Furtado: vocação Brasil" e lançou o livro "Introdução ao desenvolvimento", no dia 9 de novembro, quinta-feira, às 17h, na Galeria Manuel Bandeira.
Autor de mais de trinta livros que abordam temas econômicos e sociais, além de dezenas de ensaios em livros e revistas, falar da obra de Celso Furtado, é também falar sobre a história do Brasil.
A exposição biográfica será em torno do pensamento e do trabalho de Celso Furtado. O material em exposição é completamente inédito. As oito vitrines, distribuídas harmoniosamente no espaço da Galeria Manuel Bandeira, revelam a trajetória do Brasil nas páginas dos livros de Celso Furtado. São 32 livros e 53 traduções (Inglês, Francês, Alemão, Chinês, Espanhol, Farsi, Italiano, Japonês, Polonês, Sueco, etc.) da obra do economista. Um painel fotográfico com fotos originais, manuscritos importantes (diário, caderno de rascunhos de artigos, cartões, correspondências), documentos que contam a trajetória do economista, periódicos e impressos. Entre os manuscritos, podemos destacar toda a obra de Celso Furtado escrita em cadernos, o discurso de posse na ABL (digitado com anotações); carta de Juscelino Kubitschek; o original do livro mais vendido do escritor "Formação Econômica do Brasil", de 1959.
DESTAQUES IMPORTANTES: haverá um espaço especial dentro da exposição com livros do economista (em torno de 20 títulos). Vídeo editado para a exposição com entrevistas e depoimentos recentes. Entrevista inédita para televisão americana ABC com a jornalista Helen Rogers, em 1961, parte de um documentário (The troubled land) sobre as Ligas Camponesas no Nordeste.
"Nunca o atraiu o fato econômico no seu isolamento auto-suficiente e na sua paranóia claustrófoba. Prefere ser, e esta opção se torna imediatamente clara, o pensador estratégico, localizado e historicizado, que se recusa a cair na vala comum dos tecnocratas impermeáveis à história, esses mesmos que gesticulam e se debatem contra o fundo falso da nossa contemporaneidade", Eduardo Portella discurso da posse de Celso Furtado (31/10/97).
Celso Furtado tem uma paixão especial pelo Brasil. Nascido no sertão paraibano, Pombal, em 26 de julho de 1926, a sua primeira paixão intelectual foi a história, aos catorze anos. A segunda foi a literatura e a terceira, a sociologia norte-americana, com a "teoria antropológica da cultura", revelada por Gilberto Freyre em Casa-grande e senzala. Celso veio para o Rio de Janeiro em 1939 cursar a faculdade de Direito na Universidade do Brasil. Experimenta também a carreira de jornalista, escrevendo desde 1940 para a Revista da Semana. Em 1943, começa sua vida como funcionário público: é aprovado em concurso para o DASP, seu segundo emprego, e na sua trajetória nunca chega a vincular-se a empresas privadas.
Desde seus primeiros escritos, Celso Furtado questionou o modelo econômico "essencialmente agrícola", defendido pela classe dominante. Foi o primeiro a denunciar o agrarismo como causa do nosso atraso. Sempre à frente do seu tempo, ocupou cargos importantes e trabalhou em grandes projetos, fundamentais para o Brasil e para América-Latina. Participou da Comissão Econômica para a América Latina - CEPAL, onde foi o diretor da Divisão de Desenvolvimento (1949/57); presidiu o Grupo Misto CEPAL-BNDES, com economistas das duas instituições. Esse trabalho, editado em 1955, será a base do Plano de Metas do governo Juscelino Kubistsckek. Em 1960, é nomeado Superintendente de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Foi o primeiro titular do Ministério do Planejamento, governo João Goulart, em 1961; Em 1963, deixa o Ministério do Planejamento e retorna à Superintendência da SUDENE, no Recife. Concebe e implanta a política de incentivos fiscais para os investimentos na região.
Em 1964, Celso Furtado tem os seus direitos políticos cassados por 10 anos. Vai para Santiago do Chile, a convite do Instituto Latino-Americano para Estudos de Desenvolvimento (ILPES), ligado à CEPAL. Mora em vários países, mas se dedica especialmente à atividade acadêmica: foi professor da Sorbonne por 20 anos. Em 79, com a Anistia Política, Celso já pode voltar ao Brasil, mas os compromissos são muitos lá fora. A partir de 79, vem várias ao país e começa a se envolver novamente com "as suas coisas", ou melhor, com as coisas do Brasil. Volta definitivamente para o Brasil em 1986.
Como diretor de pesquisas da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, dirige em Paris seminários sobre a economia brasileira e internacional. Em 1985, é designado embaixador do Brasil junto à Comunidade Econômica Européia, em Bruxelas, assumindo o posto em outubro. Integra a Comissão de Estudos Constitucionais, presidida por Afonso Arinos, para elaborar um projeto de nova Constituição. Em 1986, é nomeado, no governo Sarney, para o Ministério da Cultura, sendo responsável pelo primeiro projeto de lei de incentivos fiscais à cultura. Em 1993, é nomeado membro da Comissão Mundial para a Cultura e Desenvolvimento da ONU/UNESCO. Integra a Comissão Internacional de Bioética da UNESCO, em 1996. Em fevereiro de 1997, é criado pela Academia de Ciências do Terceiro Mundo o Prêmio Celso Furtado a ser conferido a cada dois anos ao melhor trabalho de um cientista do terceiro Mundo no campo da economia política. Em Agosto de 1997 é eleito para a Academia Brasileira de Letras.
Celso Furtado: vocação Brasil: a exposição biográfica foi em torno do pensamento e do trabalho de Celso Furtado. O material em exposição completamente inédito. As oito vitrines, distribuídas harmoniosamente no espaço da Galeria Manuel Bandeira, revelaram a trajetória do Brasil nas páginas dos livros de Celso Furtado. Foram 32 livros e 53 traduções da obra do economista. Um painel fotográfico com fotos originais e manuscritos importantes. Entre os manuscritos, podemos destacar toda a obra de Celso Furtado escrita em cadernos, o discurso de posse na ABL (digitado com anotações); carta de Juscelino Kubitschek; o original do livro mais vendido do escritor "Formação Econômica do Brasil", de 1959.