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Artigos

  • O preço da traição

    Vem de Minas Gerais, terra de ficcionistas famosos, uma notícia tão curiosa quanto reveladora, uma notícia sobre a qual vale a pena pensar.

  • O senhor do anel

    Olhem só a notícia que apareceu, dias atrás, aqui em ZH. Na Nova Zelândia, o ambientalista Aleki Taumoepeau (o pessoal lá tem nomes complicados, mas, provavelmente, devem dizer a mesma coisa de nós) trabalhava no porto de Wellington quando sua aliança de casado caiu no mar, que ali tem três metros de profundidade. Aleki marcou o lugar com uma âncora e prometeu à mulher que encontraria a aliança, o que de fato aconteceu três meses depois, e valeu-lhe, entre os amigos, o apelido de Senhor do Anel, uma referência ao livro e ao filme O Senhor dos Anéis.

  • Diabetes: Aprendendo com os índios

    Na história do diabete através dos tempos, um capítulo particularmente interessante e instrutivo diz respeito a um pequeno grupo étnico do Sudoeste dos Estados Unidos, os índios Pima. Durante muito tempos esses índios mantiveram o tradicional estilo de vida, baseado sobretudo na agricultura.

  • Filosofando sobre o amor

    Acabo de ler um livro muito interessante: Os Filósofos e o Amor, recém-lançado no Brasil pela editora Agir. As autoras, Aude Lancelin e Marie Lemonnier, são jornalistas francesas (do ótimo Le Nouvel Observateur), especialistas em filosofia. Conhecem o assunto profundamente, mas escrevem sobre ele de maneira acessível, atraente, apaixonada até, eu diria. O curto livro (pouco mais de 200 páginas) cobre boa parte da história da filosofia, procurando responder, em primeiro lugar, à pergunta: o que nos disseram os grandes filósofos sobre o amor? E aí temos Platão, Lucrécio, Montaigne, Rousseau, Kant, Schopenhauer muito bem resumidos e explicados. De seus textos uma coisa logo emerge: os grandes filósofos admiravam o amor. O que pode parecer surpreendente: afinal, estamos falando de sentimentos, de emoções, e não de ideias, de conceitos teóricos. Mas nisso os grandes autores do passado parecem se ter dado conta da verdade contida na frase de Shakespeare: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”. E uma dessas coisas sem dúvida é o amor. Nietzsche, o furioso contestador, reconhecia a força da paixão amorosa e não hesitava em dizer que se tratava da “única coisa digna de um filósofo”.

  • Gripe: o quem vem agora?

    Agosto, o mês do desgosto de 2009, terminou relativamente bem no que se refere à gripe. O registro dos casos mostrou um franco declínio. Na segunda semana, eram 1.165 casos; na terceira, 639; na quarta 151. O que, com o término do inverno, era previsível.

  • O paciente como Pinóquio

    Comecei minha carreira médica trabalhando no Hospital Sanatório Partenon, em Porto Alegre. Os pacientes tuberculosos recebiam um esquema básico de três drogas, e o ácido paraaminosalicílico (PAS) era extremamente desagradável de tomar: 12 gigantescos comprimidos, difíceis de engolir e que, como diz o nome, eram ácidos, e irritavam o estômago. Os pacientes diziam que cumpriam a prescrição, mas muitos deles simplesmente jogavam o remédio pela janela. Uma medida que tinha as pernas curtas: era só examinar a grama do lado de fora da enfermaria: onde caía o PAS. Ela estava, por causa do ácido, queimada.

  • Fumo: a reversão de expectativas

    “A defesa do cigarro passou a se apoiar numa suposta liberdade que tem o fumante de fazer o que bem entende, mesmo que isso o prejudique. Um argumento ultrafrágil, que não resiste a qualquer exame racional”

  • Síndrome de Estocolmo

    Nos 18 anos em que Jaycee Lee Dugard alegadamente passou em cativeiro na casa de Phillip Garrido, ela com certeza teve várias chances de contar a alguém a verdade. Clientes da gráfica mantida por Garrido em casa dizem que uma jovem mulher a quem eles conheciam como a filha dele, "Allissa", desenhava cartões de visita e ajudava a família com os negócios; nunca suspeitaram que "Allissa" era uma garota sequestrada em 1991, aos 11 anos, em South Lake Tahoe.Vizinhos também não tinham ideia de que as duas filhas mais novas de Garrido, meninas de 11 anos e 15 anos, eram filhas de Jaycee. A pergunta se impõe: por que Jaycee Lee Dugard não escapou, por que não pediu socorro a alguém? Folha Online

  • Leiam a bula

    Amigo meu passou as férias num lugar paradisíaco, mas remoto, um lugar onde não havia livros, nem jornais, nem revistas. Na volta, queixou-se: “No fim, eu já estava até lendo bula de remédio”.

  • A propósito...

    Nos Estados Unidos, a situação é conhecida como “By-the-way syndrome”, a síndrome do “a propósito”. O roteiro é típico: a pessoa vem consultar, em geral por um pequeno problema, responde às perguntas do médico, recebe a orientação e depois – em geral quando já está a caminho da porta – pigarreia e diz algo como “A propósito, doutor...”. E aí vai revelar a verdadeira causa de suas preocupações, o verdadeiro motivo de sua consulta. Que é, frequentemente, de natureza sexual.

  • O amor é uma dor de cabeça

    Quando, de carro, ele se aproximava do prédio em que Carmen morava, a cabeça começava a doer O estresse psicológico e o esforço físico de manter uma relação extraconjugal podem dar origem à "cefaleia dos amantes", segundo o neurologista italiano Lorenzo Pinessi. "Esse tipo de cefaleia afeta sobretudo os homens, com uma intensidade proporcional à excitação", explicou o médico, que é presidente da Sociedade Italiana para o Estudo da Cefaleia. "Neles, o estresse psicológico devido à relação extraconjugal desencadeia fortes cefaleias, que podem durar até três horas", declarou o pesquisador italiano. Equilíbrio Online

  • Contra o autoritarismo

    No impressionante filme A Onda (Die Welle), um professor de Ensino Médio propõe-se a explicar a seus alunos o surgimento do totalitarismo, e o faz mediante uma espécie de dramatização, que escapa a seu controle e acaba tornando-se real. Surge entre os jovens um movimento chamado A Onda, que, com seus códigos e rituais, evoluirá com crescente violência até o trágico final. A história baseia-se em fato acontecido em 1976 numa escola da Califórnia, e lembra dois famosos experimentos. O primeiro, conduzido pelo psicólogo da Yale University, http://en.wikipedia.org/wiki/Yale_University Stanley Milgram, teve início em 1961, logo depois do julgamento do criminoso de guerra nazista Adolf Eichmann. Em sua defesa, Eichmann insistia em dizer que estava apenas “cumprindo as ordens”, o que levou Hannah Arendt a falar na “banalidade do mal”. Milgram se propôs a averiguar uma questão crucial: até onde uma pessoa vai quando cumpre ordens? Para tanto, contratou pessoas que, mediante um gerador elétrico, deveriam dar choques de crescente intensidade num “cobaio” humano. Na realidade, o gerador não dava choque algum; o “cobaio”, vivido por um ator, simulava ser a vítima dos supostos choques gritando de dor. Apesar disso, o condutor do experimento mandava que as pessoas continuassem acionando o aparelho e aí as respostas variaram. Alguns desistiam, inclusive abrindo mão do pagamento, mas 26 dos 40 participantes chegaram ao “limite” de 450 volts, mostrando que realmente a disposição de cumprir ordens ultrapassava o senso de compaixão.